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Muita conversa até durante os jogos: conheça a Maracugina de Deyverson

Alexandre Schneider/Getty Images
Imagem: Alexandre Schneider/Getty Images

11/10/2018 08h00

"Ele tem tomado Maracugina para ficar calminho", disse o técnico do Palmeiras Luiz Felipe Scolari, na semana passada, ao explicar o que tem feito para conter Deyverson, citando com bom humor o remédio usado para tratar ansiedade e nervosismo. E o remédio utilizado mais diretamente com o atacante é muita conversa, tanto da comissão técnica quanto dos companheiros. Inclusive durante as partidas.

Felipão tem como estilo conversar intensamente com seus comandados, até para reforçar os conceitos de identidade e família, que trata como fundamentais para ter sucesso. Esse processo tem como estratégia diálogos individuais com os jogadores, como ocorreu seguidas vezes com Deyverson. E os companheiros também estão envolvidos no trato com o camisa 16.

Publicamente, o discurso é de pedido para que os árbitros prestem atenção nas faltas e provocações das quais o atacante é alvo, dizendo que o jogador acaba revidando naturalmente. Mas há uma preocupação para controlar os nervos de Deyverson dentro de campo, com os colegas correndo para acalmá-lo ou apartá-lo de confusões. Mesmo Felipão já lhe deu broncas durante as partidas por atitudes que podem lhe trazer problema.

"Alguns jogadores acabam tendo algum deslize durante os jogos. Ele é ciente disso. Acaba o jogo e pede desculpas. Na hora que vê, ele já fez. Temos controlado o Deyverson durante os jogos, pedido para ele manter o nível de concentração, porque é um garoto sensacional, brincalhão. Muito ingênuo. Ele não vê maldade nas coisas", definiu Moisés, que precisou controlar Deyverson na vitória por 2 a 0 de sábado, no Morumbi, contra o São Paulo.

"Mas a gente vê que os árbitros já não estão dando alguma faltas nele, pois já vem marcado de outros jogos. Precisa ter esse cuidado, para que, quando for falta, e ele realmente for agredido, os árbitros têm de ver para que ele não revide. O cara também precisa ser protegido. Senão apanha, sofre falta, sofre falta, uma hora pode acabar revidando ou fazendo uma gracinha", continuou.

Deyverson, ao menos, já conseguiu passar dois jogos sem levar cartão: ao entrar no segundo tempo da vitória pro 2 a 0 sobre o chileno Colo-Colo e sendo titular no triunfo no Choque-Rei do fim de semana, quando fez o gol que fechou o placar no Morumbi. Seu último amarelo foi contra o Cruzeiro, no último dia 30, quando chegou a fazer embaixadinhas e levou pontapés de jogadores do time mineiro.

A expectativa é que o camisa 16 amplie o período sem ser advertido, pois chegou a ficar suspenso simultaneamente no Brasileiro, na Copa do Brasil e na Libertadores. O atacante que sofria com seguidas críticas da torcida é, atualmente, o artilheiro da equipe desde a chegada de Felipão, com cinco gols em 14 jogos, e será titular no domingo, contra o Grêmio, pelo Brasileiro, já que Borja está com a seleção colombiana.

"O Deyverson é um jogador que tem a nossa confiança. Um cara que se doa bastante e é muito profissional. Nos treinos, tem procurado melhorar a cada dia que passa e tem colhido os frutos. Tanto ele como o Borja são goleadores. É óbvio que, taticamente falando, são dois jogadores que atuam de formas diferentes. Mas são dois jogadores que, quando estão em campo, estão nos ajudando. Isso é muito importante", elogiou Felipe Melo.