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Dono de posições firmes, Diego Alves vai de solução a problema no Fla

Gilvan de Souza/ Flamengo
Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

23/10/2018 09h26

Às vésperas da partida do Flamengo contra o Paraná, momentos antes do embarque para Curitiba, o goleiro Diego Alves, inconformado por ser opção a César, pede para não viajar com o elenco rubro-negro. A atitude, que caiu quase como uma bomba no grupo, que disputa o título do Campeonato Brasileiro, porém, não chegou a causar grandes surpresa internamente. O ato de indisciplina põe em xeque o futuro do goleiro que chegou para ser solução.

Dono de uma personalidade forte, algo conhecido desde os tempos de Europa, e cotado para defender o Brasil no Mundial na época em que chegou à Gávea, o camisa 1 rapidamente se tornou um dos líderes do vestiário e um dos nomes mais falantes dentro das quatro linhas - muito por conta dos posicionamentos sempre firmes, de sua experiência internacional e pelo seu profissionalismo.

Porém, ainda há lideranças mais consolidadas no clube do que o camisa 1. Por exemplo, quando Ricardo Lomba disparou contra o time após a eliminação na semifinal do Carioca, Diego, Réver, Juan e Júlio César que tiveram a palavra em reunião com o VP de futebol, que havia classificado a queda para o Botafogo como "vergonhosa" e dito que a equipe não poderia "correr menos que o rival".

Por outro lado, o pedido de dispensa foi considerado um desrespeito com os companheiros e com a comissão técnica, pesando negativamente contra o goleiro em momento decisivo do ano. A reapresentação do elenco após a vitória sobre o Paraná - 4 a 0 no Durival Britto - acontece na tarde desta terça, no Ninho do Urubu, e é esperada uma retratação do camisa 1 diante do grupo.

GAROTO-PROPAGANDA

Os dez anos em alto nível na Europa e marcas pessoais de destaque - como as defesas de pênaltis de Cristiano Ronaldo e Messi e convocações para a Seleção Brasileira - fizeram de Diego Alves um dos rostos mais usados pelo clube nas peças publicitárias desde a sua chegada à Gávea, em julho de 2017.

Na imagem acima, por exemplo, de divulgação da semifinal da Copa do Brasil, contra o Corinthians há um mês, o camisa 1 divide espaço com Lucas Paquetá, e Cuéllar dois xodós da Nação e dos nomes mais importante do time em 2018.

OBSESSÃO PELO RESULTADO E PAPO COM OS MAIS JOVENS

Neste pouco mais de um ano treinando no Ninho do Urubu, Diego Alves mostrou ser um daqueles atletas que vive o futebol intensamente, dizem fontes ouvidas pelo LANCE!. Exemplo do profissionalismo foi a preparação especial feita pelo goleiro nas férias, após o fim da temporada europeia no meio de 2017, semanas antes da transferência para o Flamengo ser oficializada.

Durante as atividades, muita cobrança sobre si mesmo e interesse quanto aos trabalhos e também sobre os adversários. Assim, as conversas com membros da comissão técnica são frequentes e longos. Como costuma deixar claro em entrevistas, Diego Alves põe o resultado coletivo acima de atuações individuais.

Outro papel importante realizado pelo goleiro é junto aos atletas mais jovens, vindo das categorias de base da Gávea. Diego Alves costuma passar um pouco de sua experiência aos garotos, os quais têm ocupado um papel importante no elenco do Flamengo. Em 2018, são várias as referências para os mais novos no Flamengo, passando por Júlio César e Juan até o meia Diego e o capitão Réver.

AUSÊNCIA NO FIM DE 2017 CUSTOU CARO

Diego Alves foi contratado para tomar conta da posição. O Flamengo vinha com problemas no setor. A adaptação não foi imediata, e Diego Alves levou algumas rodadas para mostrar o seu valor e começar a conquistar a torcida. O time, por sua vez, vivia um momento de oscilação e não facilitou a chegada do camisa 1.

Foram 24 partidas de Diego Alves pelo Fla no ano passado, com boa evolução do goleiro, mas 2017 não terminou da maneira esperada pelo atleta e clube. Contratado após o prazo de inscrição da Copa do Brasil, Diego Alves ficou de fora da final contra o Cruzeiro e viu o jovem Thiago falhar no jogo de ida, no Maracanã, e Alex Muralha não ter sucesso na disputa de pênaltis, no Mineirão.

Na Sul-Americana, a boa campanha do camisa 1 foi interrompida por uma lesão na clavícula sofrida na semifinal contra o Júnior Barranquilla, da Colômbia, a qual tirou Diego Alves dos gramados até fevereiro. Na decisão, o Rubro-Negro acabou derrotado pelo Independiente, da Argentina. Na visão de Reinaldo Rueda - então técnico da equipe da Gávea -, as ausências de atletas experientes, como Diego Alves e Guerrero, suspenso por doping, fizeram falta.