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Leila tem dúvidas sobre Blackstar e confia em renovação com o Palmeiras

Newton Menezes/Folhapress
Imagem: Newton Menezes/Folhapress

06/12/2018 07h40

A renovação entre Palmeiras e Crefisa/FAM é de interesse das duas partes, mas ainda não foi oficializada. Isto porque Leila Pereira, conselheira e dona das empresas, espera que o clube analise um potencial concorrente levado pela oposição antes de ter a derradeira conversa com o clube. A intenção é firmar um novo contrato por três anos, até o fim de 2021.

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Na semana de véspera da eleição presidencial, o candidato Genaro Marino protocolou no clube uma carta revelando a intenção de patrocínio com valores acima do mercado, da Blackstar International Limited. A empresa tem escritórios na Ásia, atua no mercado de energia e bioenergia, mas não possui sede no Brasil. Leila mostra-se reticente ao falar da concorrente.

"É intenção da gente renovar o patrocínio por mais três anos, já falamos com o presidente, mas como teve a proposta três dias antes (da eleição) da Blackstar, que não sei que empresa é, fico mais à vontade quando o Palmeiras decidir conversar com a Blackstar, para saber do que se trata. Se for um patrocinador maior que o nosso e não pudermos cobrir, é preciso fazer o melhor para o clube. Quero fechar o patrocínio, mas estou aguardando o posicionamento do Palmeiras. Como o contrato vence dia 31 de dezembro e depois ainda tenho mais 30 dias para renovar, podemos definir em janeiro. Estou bem tranquila, porque não acredito nesta proposta", disse Leila, ao LANCE!.

"Se a proposta for boa para o Palmeiras, ótimo. Mas não gostaria de sair do Palmeiras, é uma parceria que já se mostrou de sucesso, com três títulos nacionais e um vice (brasileiro) em quatro anos. Este ano fomos semifinalistas da Copa do Brasil e Libertadores, uma trajetória de sucesso, mas o presidente tem de fazer o que for melhor para o Palmeiras", acrescentou.

Ainda que Maurício Galiotte converse com a nova empresa, dificilmente o uniforme do Verdão não terá estampadas as marcas de Crefisa e FAM. Neste ano, as empresas renderam ao clube R$ 78 milhões em patrocínio, além de mais R$ 10 milhões como prêmio pela conquista do Brasileiro.

A tendência é de que o valor tenha, pelo menos, a correção no período, o que deve fazê-lo bater os R$ 80 milhões. A intenção das empresas é continuar tendo a exclusividade do uniforme no próximo triênio.

"A intenção da Crefisa e FAM é continuar com todas as propriedades do uniforme, mas se aparecer alguma empresa que pague mais do que nós pagamos em determinadas áreas, posso até dividir. Não gostaria, mas é possível. Só que aí diminuiria o valor que investimos, que é pelo uniforme inteiro. É muito gratificante para nossas marcas ter esta exclusividade. Queremos que no futuro lembrem desta era vitoriosa como era Crefisa, em que só a Crefisa e a FAM investiram no clube para torná-lo cada vez maior como estamos fazendo agora", afirmou.

Veja outras respostas de Leila Pereira sobre a renovação com o Palmeiras:

- Como foi o primeiro contato com o Palmeiras para falar da renovação? Houve discussão de valores?

Foi bem inicial, mas já adianto que será, no mínimo, o que pagamos hoje. Vamos ver o que é possível fazer. O presidente tem muita tranquilidade, porque independente do patrocínio, ele sabe que poderá contar conosco para algum investimento. Estou sempre pronta para ajudar ao Palmeiras.

- Você conhece a Blackstar?

Só soube dela pelo que vi na imprensa. Pelo que li, não tem sede no Brasil. Acho muito esquisito aparecer três dias antes da eleição uma carta com alguém com interesse em patrocinar o Palmeiras. Mas precisa ser feito o melhor para o Palmeiras. Durante toda a campanha do Maurício, eu tive um lado, para mim o melhor para o Palmeiras, que era a continuidade do atual presidente, que faz um trabalho muito bom. Fiz campanha presencial, não gravava vídeo, ia em todos os eventos. Não gravo vídeo, nem mando carta. Eu apareço, converso. Como surgiu o boato de que se a oposição ganhasse eu tiraria o patrocínio, quiseram tirar um coelho da cartola no fim, como se quisesse dizer que a gente poderia sair que já tinham outra opção. E eu nunca disse nada disso, fui mal entendida. Nunca disse que sairia se a oposição ganhasse. Quem sempre quis me tirar do Palmeiras foi a oposição. Eles batem na tecla de que se sou patrocinadora, não posso ser conselheira. Eu não vejo incompatibilidade nisso. Eu não tiro dinheiro do Palmeiras, eu coloco dinheiro no Palmeiras.

- Como vê esta situação, então?

O que eu entendo: sou conselheira, eleita até 2021. Se eles ganhassem, nessa ideia de que não posso ser patrocinadora e conselheira, eu fui eleita para o Conselho e não abro mão. Então eles não assinariam o contrato de patrocínio. Eu não acho incompatível, são eles. Eles quiseram dizer: se ganharmos, temos outro patrocinador, mas é uma carta. Papel aceita qualquer coisa. Eu não acredito, mas o Palmeiras precisa fazer o melhor para ele. Deu muita visibilidade para minhas marcas, abrilhantou minhas marcas, tenho um carinho muito grande por esse relacionamento com o clube. Sinto o Palmeiras totalmente diferente de 2014. De 2015 para frente somos outro clube, resgatamos nosso orgulho. Gostaria de continuar este modelo de sucesso, da relação entre nós e o Palmeiras. Vou torcer para dar tudo certo.

- Como empresária, qual o valor gerado para Crefisa e FAM aparecerem tanto neste momento pós-título do Palmeiras?

Uma visibilidade fenomenal. A cereja do bolo do investimento é a conquista de título, por isso estamos no Palmeiras. É bom para todos: o torcedor que almeja títulos, aumentamos as rendas no estádio, aumentamos a venda de camisas, aumentamos o número de sócio-torcedor e para nós dá visibilidade a nossas empresas.