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Revelado no River, Solari 'hospeda' final que pode colocá-lo contra clube

06/12/2018 20h56

Santiago Solari, natural de Rosário, deu seus primeiros passos como meio-campista nas categorias de base do Richard Stockton College de Nova Jersey, nos Estados Unidos, e do Newell's Old Boys, até que em 1996 chegou à equipe titular do River Plate comandado por Ramón Días. Com a camisa millonária teve um início espetacular: conquistou três campeonatos nacionais, foi titular em cem jogos e marcou 17 gols. Após se tornar um dos astros da equipe durante três temporadas, foi vendido ao Atlético de Madrid.

A equipe espanhola caiu para a segunda divisão quando o argentino foi contratado pelo rival, o Real Madrid, onde jogou por cinco anos. Como jogador, Solari coleciona também passagens por Milan, Inter de Milão, San Lorenzo e Peñarol. Quando se aposentou, iniciou sua carreira como treinador nas categorias inferiores dos merengues. Em outubro deste ano, firmou um contrato com a equipe principal até 2021, ocupando o cargo deixado por Juen Lopertegui.

- É uma honra para o Real Madrid receber a final da Libertadores e o super clássico com os dois maiores clubes da Argentina. Tomara que nosso estádio, com toda nossa história, ajude a por um ponto final nesta final tão complicada. O fato de jogar a um oceano de distância de Buenos Aires deixou muitos corações partidos. Lamentavelmente, para mim este jogo perdeu importância no meu coração. É uma pena, mas é a realidade. Que ganhe o melhor. Minhas simpatias são conhecidas - contou Solari, referindo-se à sua torcida pelo River Plate.

Em 2003, o Real Madrid recebeu o River Plate em uma edição do Troféu Bernabéu, que homenageou Alfredo Di Stéfano, glória de ambos clubes, e Solari não apenas foi titular como também marcou um golaço contra seu ex clube. Devido sua história no River, o argentino não comemorou o gol. Na crônica do amistoso, o diário argentino Clarín conta:

"Solari, um riverplatense tão fervoroso, no intervalo do jogo foi para a arquibancada onde os torcedores mais barulhentos da equipe de Nuñez foram agrupados, apontou com gestos eloquentes dizendo que a faixa vermelha (da camisa do River) ainda estava em seu peito".

Neste confronto, Solari e Marcelo Gallardo, atual treinador do River Plate, se enfrentaram como jogadores.

Agora, 15 anos depois, Solari e River poderão se encontrar novamente, desta vez em Abu Dhabi. Para isso, a equipe de Gallardo tem de vencer o Boca Juniors na final de domingo (às 17h30 de Brasília), e, se as duas equipes superarem as semifinais do Mundial de Clubes, Real e River se encontrarão na decisão.

Em 2013, após se aposentar dos gramados, Solari também falou da sua vontade de um dia poder dirigir o elenco millonário.

- Eu adoraria ser treinador na Argentina, embora seja um lugar muito difícil, O River é o clube que me formou e me projetou para onde estou hoje - expressou na Rádio 9.

O atual treinador merengue também descreveu que um clássico contra o Boca foi o "mais quente" que ele presenciou como jogador:

- Foi a noite de três gols do Caniggia, fazia muito frio. Ramón me mandou aquecer e eu estava correndo debaixo das arquibancadas do Boca Juniors, não consigo explicar a quantidade de líquidos que jogaram em mim. A única certeza é que depois de uma semana eu ainda estava doente, com antibióticos.

Já como jogador do Real Madrid, Solari enfrentou a equipe xeneize em 2000, quando era dirigida por Carlos Bianchi, no Torneio Intercontinental em Tóquio. A equipe portenha venceu a partida por 2 a 1, com dois gols de Palermo. Roberto Carlos descontou para os merengues. Naquele jogo, o ex-millonário enfrentou Gullermo Barros Schelotto, atual treinador do Boca Juniors.

Solari é o quarto argentino a dirigir o Real Madrid: antes dele, ocuparam o cargo Luis Carniglia (entre 1957 e 1959), Alfredo Di Stéfano (1982-1994 e 1990-1991) e Jorge Valdano (1994 e 1996).