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Loco Abreu: 'Quero ajudar a elevar o Rio Branco e o futebol capixaba'

09/01/2019 12h43

A autenticidade marcou apresentação de Loco Abreu como jogador do Rio Branco-ES. Logo no início de sua entrevista coletiva, realizada na manhã desta quarta-feira no auditório da Unimed Vitória, o atacante mostrou franqueza ao ser perguntado se estaria em plenas condições de atuar na estreia do Campeonato Capixaba:

- Por que não? Quem é atleta não para de treinar! É claro que vamos começar a pegar o ritmo de bola e, com o passar do tempo, vou conversar com o time, teremos o entrosamento. Mas veja uma coisa: quando eu tinha 20 anos, eu corria 8km por jogo. Hoje, corre 7km. Não é a diferença de 1km, a diferença é que tenha um cruzamento para que eu possa fazer o gol.

O Brancão inicia sua busca pelo título capixaba no dia 2 de fevereiro, diante do Rio Branco-VN, no Kleber Andrade.

O jogador de 42 anos contou o que pesou para acertar com o Rio Branco:

- Pesou o desejo não só do Rio Branco, mas o meu desejo de dar uma possibilidade para que o futebol capixaba suba de patamar no cenário nacional e até ganhe destaque no futebol internacional. Mas claro que também sou um cara exigente. Quis saber onde ia treinar, vi vídeos sobre a torcida, sobre qual era a infraestrutura. Vi que era um planejamento sério, um bom lugar para eu curtir o futebol.

Embora reconheça que chega ao clube capixaba para ser um astro, Loco Abreu diz que seu desejo é dar espaço para os demais jogadores crescerem:

- Ser uma referência para mim não é novo. Por mais que eu tenha uma trajetória, preciso do time para fazer o meu trabalho, da parte tática. E isto pode dar uma repercussão positivamente dentro de campo para nós. Quero que quando um cara cruzar e eu fizer um gol, todo mundo queira saber quem é este cara que cruzou.

Além disto, o camisa 13 contou o que deseja passar para seus futuros companheiros:

- O importante é mostrar no dia a dia com os atletas que você não é jogador só dentro de campo. Que você é um exemplo e, por isto, suas ações de fora de campo também são importantes.

O uruguaio também abusou da irreverência ao falar de sua marca registrada. Perguntado sobre as cobranças de pênalti com "cavadinha", ele disse:

- Não! Parou em 2011... - e, em seguida, completou:

- Cada vez que eu chego a algum lugar, me perguntam se vou cobrar um pênalti com cavadinha. Mas em 2011, cobrei dois pênaltis com "cavadinha". Na primeira, errei, enquanto na segunda acertei. Aí, começo a bater nos cantos, para os goleiros acharem que não vou bater assim.

Prestes a iniciar seu ciclo pelo 28º clube na carreira, o uruguaio falou sobre como é chegar a um local com pouca visibilidade. Anteriormente, ele já atuara em clubes de El Salvador e de divisões inferiores de outros países:

- Chega uma hora que posso ajudar muito com minha presença, ajudando independente da parte esportiva. Um exemplo é mostrar que locais têm condições de atletas crescerem, ou até mesmo conscientizar atletas sobre o horário das 16h. Independente da TV colocar este horário, quem corre, quem sofre é o jogador de futebol. Este tipo de mentalidade não tem preço.

RECEPÇÃO SOB EUFORIA

O camisa 13 também comentou a euforia com a qual foi recepcionado em sua chegada ao Aeroporto de Vitória. Na noite de terça-feira, cerca de 400 torcedores o recepcionaram no evento denominado de "AeroLoco".

- Quando seja uma recepção como esta da torcida do Rio Branco, mostra que o Loco tá forte, o Loco está com moral. Foi maravilhosa, bem maior do que eu esperava - brincou.

Enquanto o uruguaio passava por um corredor de torcedores, a torcida entoou:

"Caiu no hospício, tem que respeitar. El Loco é capa-preta!".