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Jesus e Everton entram bem, mas Brasil não marca, ouve vaias e até olé

18/06/2019 23h50

Depois da torcida fria na estreia da Copa América no Morumbi, havia grande expectativa pelo clima que a Seleção Brasileira encontraria em Salvador (BA). O público nesta terça-feira na Fonte Nova se assemelhou muito mais ao que costuma ir a jogos de clubes, mas não aguentou o empate em 0 a 0 com a Venezuela. O que começou com uma grande festa, acabou com vaias - caminho inverso da vitória contra a Bolívia.

Com quase 40 mil torcedores, o público na arena estava bastante barulhento e empolgado com o retorno da Seleção principal à Bahia após mais de três anos. O início de jogo, também, era digno de frenesi. Com quase 80% de posse de bola, a equipe de Tite sufocou os venezuelanos - David Neres e Richarlison tiveram chances claras para abrir o placar, logo de cara.

O problema é que a pressão inicial não resultou em gol, e a Venezuela passou a contragolpear com perigo. Ainda na primeira etapa, teve duas oportunidades em bolas cruzadas para a área, uma que saiu por pouco à direita da meta de Alisson. Quando o árbitro Julio Bascuñan apitou o fim do primeiro tempo, teve gente que já puxou vaias, mas a maioria do estádio as abafou com palmas.

Diante da queda da Seleção, Tite voltou do intervalo com Gabriel Jesus na vaga de Richarlison. O atacante do Manchester City (ING) foi escalado aberto pelo lado esquerdo, com Firmino como centroavante, abrindo espaço para Coutinho. O camisa 9 entrou bem, deu trabalho e parecia desafogar o Brasil ao marcar, mas seu gol foi anulado pelo VAR por impedimento de Firmino no lance - o atacante do Liverpool já teve um gol anulado no primeiro tempo, por falta.

A partir do momento em que Seleção mostrava dificuldades para furar o bloqueio grená, a torcida pediu pela entrada de Everton. Primeiro, Tite chamou Fernandinho e fez o estádio inteiro vaiá-lo pela primeira vez. Depois, acatou a sugestão e chamou o gremista, que em uma bela jogada pelo lado esquerdo novamente parecia ter tirado a Seleção do sufoco, originando o gol de Coutinho. Nova análise do árbitro de vídeo, contudo, assinalou novo impedimento de Firmino, que tocou na bola antes de entrar.

Contra a Bolívia, o pênalti no começo da segunda etapa marcado pelo VAR fez o time deslanchar, mas a dificuldade para furar retranca já era um problema apresentado naquele jogo. No fim, houve um abafa, mas nenhuma bola acertada no gol de Fariñez. A torcida, inclusive, chegou a gritar "olé" quando os venezuelanos tiveram a bola, e vaiou ao término da partida.

No Morumbi, o Brasil foi para o intervalo sob protestos, mas acabou o jogo aplaudido. Na Fonte Nova, o enredo foi o inverso. Foram 17 finalizações, 642 passes acertados, 68% de posse, mas apenas um tiro certo, ainda no primeiro tempo. A Seleção está devendo neste início de Copa América.