OPINIÃO: 'Início de Copa América: sucesso de renda e fiasco de público'
É uma pena que a Conmebol minimize os efeitos colaterais dos preços altos dos ingressos disponibilizados na Copa América. Diante de uma primeira rodada repleta de estádios vazios, fica a dúvida sobre qual imagem a entidade pretende passar sobre a competição que organiza.
Em entrevista coletiva no último domingo, o mandatário Alejandro Domínguez admitiu preocupação porque "aqui há jogos que têm muita gente, outros nem tanto". Ciente da diferença de apelo entre as partidas, custava à Conmebol deixar os valores dos bilhetes mais acessíveis para torcedores?
O dirigente disse que queria que, no Brasil, as pessoas participassem mais do torneio. Há condições, com a abertura custando entre R$ 190 e R$ 590? Ou com os preços da primeira fase girando entre R$ 120 e R$ 350 a inteira? Em um panorama como este, é natural que o público volte suas atenções para jogos mais "atrativos" caso queira "participar" de algum jogo do torneio.
Foi assim na estreia da Seleção Brasileira, que levou 45 mil pagantes ao Morumbi (aquém do esperado) e na Fonte Nova, onde o embate entre a Argentina de Messi e a Colômbia de James Rodríguez merecia levar mais do que 34 mil pessoas.
Domínguez não dá o braço a torcer, diz que a expectativa segue positiva, levando em conta que jogos decisivos têm a atração do público. Contudo, a rodada de sucesso de bilheteria e fiasco de público deixa reflexões para a entidade. Um torneio que está nos holofotes do futebol mundial por abrigar astros como Coutinho, Richarlison, Messi, Cavani, Suárez, James Rodríguez e Guerrero, não deveria ter tantas cadeiras vazias em seus estádios.
Por mais que o futebol tenha se tornado um negócio rentável e elitizado com o decorrer dos anos, falta aos dirigentes atuais entenderem que a pulsação de um estádio cheio não tem preço.
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