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Medalhões com protagonismo e festa no Maraca: a virada sem caô do Peru

19/06/2019 07h05

No reencontro com o Maracanã, Guerrero mostrou por qual motivo está entre os melhores atacantes do continente. O camisa 9 foi o protagonista na virada por 3 a 1 sobre a Bolívia, no primeiro triunfo da equipe de Ricardo Gareca na Copa América. O principal nome da seleção chegou aos 12 gols na história do torneio: igualando Vargas, do Chile, entre os que ainda estão em atividade.

Além dele, as participações efetivas de Farfán e Cueva deram aos torcedores peruanos, que fizeram uma bonita festa, uma dose de otimismo para a última rodada da fase de grupos. O compromisso será diante do Brasil, sábado, às 16h, na Arena Corinthians. O LANCE! mostra os passos para a virada.

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GUERRERO: SEMPRE ELE!

A profusão de camisas de Guerrero nas arquibancadas do Maracanã revelava o tamanho da idolatria pelo atacante. Em campo, o camisa 9 até demorou para encontrar espaços na defesa adversária. A Bolívia saiu na frente com Marcelo Moreno, de pênalti, após assinalação pertinente do VAR. Mas não teve caô...

Guerrero recebeu belo passe de Cueva na sequência, driblou o goleiro Lampe com facilidade e só empurrou para o gol. O seu 36ª na seleção peruana, isolado com o maior artilheiro. Em troca recorrente de posições, ele ainda encontrou tempo para atacar de garçom e servir Farfán na etapa final. Deixou o campo ovacionado pelos torcedores nos acréscimos e foi eleito o melhor da partida.

FARFÁN NA FIGURA DE CENTROAVANTE

Uma questão tática da seleção peruana teve êxito diante da Bolívia: a troca de posições no ataque, em momentos oportunos, entre Farfán e Guerrero. Para confundir a marcação adversária, o camisa 10 avançava para fixar-se como centroavante, enquanto o camisa 9 abria espaço pelos lados. Foi assim que aconteceu a virada.

Guerrero atraiu a marcação dos defensores pelo lado esquerdo, e Farfán apareceu, livre, dentro da área. Resultado: o camisa 9 cruzou, e o camisa 10 colocou o Peru em vantagem no placar. O fato é que o atacante do Lokomotiv Moscou ainda não está no seu melhor condicionamento. Entretanto, mostrou que pode ser útil com sua experiência e técnica na sequência do torneio.

CUEVA E O PASSE MILIMÉTRICO

Se o Peru teve momentos de instabilidade diante da Bolívia, Cueva foi o papel de modificação neste cenário. Quando o placar ainda era desfavorável para a equipe de Ricardo Gareca, o camisa 8 conseguiu furar a retranca boliviana em passe milimétrico para Guerrero, que não teve dificuldades para marcar.

Ele passou parte do tempo em que esteve em campo posicionado pelo lado esquerdo, porém, em determinados momentos se projetava mais por dentro, procurando ocasiões para facilitar os atacantes. Somou 24 passes certos, quatro cruzamentos e um arremate ao gol, segundo dados do Footstats.

PINTURA NO FIM

O primeiro tempo da seleção peruana esteve longe de empolgar os torcedores. Com dificuldades nas ações ofensivas, a melhora gradativa só aconteceu na volta do vestiário. Teve o controle e agrediu de forma mais incisiva o rival.

Embora tenha tido mais posse de bola (57%), a folga no placar só aconteceu nos acréscimos. Flores liquidou a fatura. O camisa 20 recebeu de Farfán, deixou o goleiro Lambe no chão e marcou uma pintura para os peruanos.

FESTA PERUANA

Conhecida por festas emblemáticas ao redor do mundo, a torcida peruana deu o tom no Maracanã. Em absoluta maioria, explodiu com os gols marcados por Guerrero, Farfán e Flores. A primeira vitória na Copa América veio com amplo domínio também nas arquibancadas.

Mesmo com a empolgação, o estádio carioca, assim como outros pelo Brasil afora, teve espaços vazios. De acordo com números divulgados pela Conmebol, foram 17.550 pagantes. Um número que causou surpresa, porém, foram os de não pagantes: 8.796. Ao todo, foram 26.346 torcedores, com a renda bruta de R$ 4,9 milhões.