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Erik abre o jogo ao L!: 'Palmeiras contava comigo, mas a vontade de jogar no Botafogo era bem maior'

19/07/2019 07h00

A relação entre Erik e Botafogo é praticamente um amor à primeira vista. Contratado em agosto do ano passado, por empréstimo do Palmeiras, o atleta chegou sem grandes holofotes após uma passagem de altos e baixos pelo Atlético-MG, mas rapidamente conquistou a torcida do Alvinegro e foi essencial, com seguidas atuações de destaque, para a evolução do time no Brasileirão.

Em conversa exclusiva ao LANCE!, Erik explicou sobre o veloz sucesso - assim como a sua principal característica em campo, a velocidade - vestindo a camisa do Botafogo. O atacante destacou que, no Alvinegro, conseguiu recuperar as atuações dos tempos de Goiás, clube que defendeu entre 2013 e 2015, sendo uma das principais revelações do futebol brasileiro.

- Toda mudança traz uma esperança muito grande e vestir a camisa do Botafogo foi fantástico. Uma conexão perfeita: sintonia com a torcida, alegria dentro de campo, aquele futebol que eu mostrei para todo o país voltando. É um sentimento diferente, é inexplicável, todos os momentos que eu visto essa camisa são muito especiais - afirmou.

O sucesso de Erik no segundo semestre de 2018 fez o alerta do Palmeiras apitar. Dono de seus direitos federativos, o Verdão contava com o atacante no início de 2019 e ele se reapresentou em janeiro, para a pré-temporada. O jogador declarou conversas com Luiz Felipe Scolari e Alexandre Mattos, que desejavam seu retorno, mas que o real desejo era voltar ao Rio de Janeiro.

- Dei o meu melhor na pré-temporada para estar 100% e deixei bem claro para eles que eu queria estar aqui, a decisão foi exclusivamente do Erik, teve o interesse do Felipão, do Mattos. O Palmeiras contava comigo, mas a vontade de vestir a camisa do Botafogo era bem maior. As coisas aconteceram de uma forma muito especial no ano passado, o clube passava por um momento difícil e eu me identifiquei bastante com o time, torcida e funcionários, isso foi importante para o meu retorno - colocou, e completou:

- Me pediram para retornar assim que acabou o Campeonato Brasileiro e eles queriam contar comigo, só que o meu desejo era muito grande de estar aqui. Eu deixei claro ao Alexandre (Mattos), foi uma decisão bastante difícil, mas fiquei feliz que no final deu tudo certo.

Dito e feito. A vontade de Erik pesou e, após negociações entre os clubes, ele retornou ao Botafogo, novamente por empréstimo, até o final de 2019. Assim como na última temporada, o camisa 11 foi, rapidamente, um dos destaques do Alvinegro, apesar do começo conturbado e da demissão de Zé Ricardo. O atacante, inclusive, é o artilheiro do Alvinegro no ano, com nove gols, mas afirmou que tal estatística não é sua prioridade.

- Meu principal objetivo não é ser o principal artilheiro da equipe na temporada, e sim ajudar coletivamente e as coisas vão acontecer naturalmente. A formação que ele usa me favorece, mas estamos buscando outras armas, até porque os outros atacantes possuem bastante versatilidade. A gente tem tudo para crescer durante a competição e venho trabalhando no dia a dia para estar sempre melhorando - analisou.

Com a contratação de Eduardo Barroca, o panorama dos primeiros meses da temporada ficou para trás. O Botafogo, apesar das dificuldades técnicas e fora de campo, com atrasos de salários, mantém-se competitivo e teve bom início de Campeonato Brasileiro: 16 pontos conquistados em dez rodadas e sexta colocação. Erik elogiou o método de trabalho do treinador.

- Na vida nós temos oportunidades e elas precisam ser aproveitadas, a gente precisa dar o nosso melhor. A cara do Barroca é todos os dias deixar o melhor dele, é um cara bastante dedicado, é um treinador da nova geração, na qual eu me identifiquei muito pelo estilo de jogo de troca de passes rápidos, saída em velocidade. Ele é aquele treinador que tem um potencial enorme que todos os dias não só eu, mas todos os atletas também, procura sempre estar ajudando porque sabemos que vamos crescer com ele.

BATE-BOLA COM ERIK

O que pesou para o retorno ao Botafogo?

- O que mais pesou para eu estar aqui hoje foi a minha decisão mesmo. Eu pedi para retornar, sabia que o clube queria contar comigo e procurei respeitar a camisa do Palmeiras na pré-temporada e, se eles não me liberassem, eu ia continuar dando o meu melhor, até porque foi lá que realizei um sonho especial, quando fui campeão brasileiro, em 2016.

Como explicar o sucesso no Alvinegro?

- Muitas vezes o atleta precisa de confiança e precisa jogar com alegria e leveza. Mais que tudo, é preciso ter sequência, eu tive oportunidades e procurei aproveitar da melhor forma possível e as coisas aconteceram.

O que dizer sobre o seu futuro?

- As janelas dos principais mercados abriram, eu sou um atleta profissional, tenho sempre que respeitar o clube que eu tenho contrato, que é o Palmeiras. Hoje meu foco é apenas na Copa Sul-Americana e no Campeonato Brasileiro, vivo uma boa fase na carreira, sendo artilheiro, quebrando alguns recordes pessoais, me tornei o terceiro brasileiro com mais gols na competição internacional. É óbvio que não sou um atacante de área, de fazer muitos gols, mas as coisas vem acontecendo. Meu principal objetivo é sempre deixar o meu melhor para o Botafogo sair vencedor.

Existe alguma frase do Barroca que te marcou?

- "Pressiona o homem da bola" (risos). Isso é algo que ele sempre fala, mas tem outras questões também, a troca de passes rápida, sempre estar bastante ligado no jogo... Cada dia a gente aprende um pouquinho, vem crescendo juntos e espero que essa sintonia entre Barroca, clube e atletas aconteça da melhor forma possível.

Após o bom início no Brasileiro, é possível brigar por vaga na Libertadores?

- Sempre um passo de cada vez. Estou indo para o meu sétimo Brasileirão e é um dos campeonatos mais difíceis do mundo e tem sempre muitas equipes brigando pela Libertadores. Traçamos metas, temos o objetivo de conquistar coisas grandes, mas temos que continuar fazendo o nosso melhor e buscar pontuando. Temos total confiança em todo o grupo.

Quais os objetivos do Botafogo no segundo semestre de 2019?

- Quando existe um trabalho coletivo, como se fosse uma família, todos os dias, as coisas acontecem de uma forma muito positiva para continuar brigando entre os seis primeiros do Brasileiro, eu acho que estamos no caminho certo. Temos tudo para conquistar coisas grandes e espero estar sorrindo no fim do ano com nossas conquistas.

Qual o segredo para a união do elenco?

- É uma mescla. Eu sempre escuto os mais velhos e conversando com os mais novos. Apesar de ter 24 anos já tomei algumas porradas nessa vida, já aprendi bastante, sorri e chorei. Costumo falar que temos que fazer o melhor agora para no final a gente colher os bons frutos. Diego Souza é um grande jogador que eu sempre joguei contra, agora estamos juntos e ajudamos muito um ao outro, o Cícero, com sua experiência, e o Gabriel, um cara que tenho conexão desde os tempos de Atlético-MG e somos amigos. No todo, o grupo é muito concentrado e sabe bem o que quer.

O que esperar do Erik no restante da temporada?

- Tenho sempre objetivos grandes. Quero sempre ser o melhor na minha posição, ajudar meus companheiros da melhor forma possível, independente que seja para dar uma mão para levantar ou de qualquer outra forma. Eu sou muito competitivo e venho trabalhando muito o lado coletivo para crescer na parte da marcação, ajudar os companheiros, tenho certeza que vamos chegar longe e juntos somos mais fortes.