| 16/02/2005 - 10h22 Guilherme é condenado a regime semi-aberto por acidente automobilístico Da Redação Em São Paulo  | | Guilherme, em foto de 18 de outubro de 2002, dias depois do acidente em Marília | O atacante Guilherme, recentemente contratado pelo Botafogo-RJ, foi condenado a cinco anos e quatro meses de prisão em regime semi-aberto por causa de um acidente automobilístico no dia 5 outubro de 2002. A sentença não é definitiva e o atleta ainda tem a possibilidade de recorrer em liberdade.
O jogador foi condenado por homicídio culposo (sem intenção de matar), lesões corporais e falsidade ideológica, em sentença dada pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Marília, José Henrique Ursolino.
"O importante é que a situação de Guilherme, por ora, continua a mesma. Como a sentença não é definitiva, ele toca a sua vida normalmente", disse o advogado de Guilherme, Sérgio Alvarenga, à reportagem do UOL Esporte.
"Saiu a sentença, mas não fomos ainda formalmente notificados. Depois que isso acontecer, temos um prazo de cinco dias para recorrer e, evidentemente, vamos fazer isso. Mas, pelo que pudemos apurar, a sentença foi extremamente rigorosa e achamos que a pena foi extremamente exacerbada", comentou o advogado.
À época jogando no Corinthians, Guilherme se envolveu em um grave acidente na rodovia que liga Marília à cidade de Assis, no interior de São Paulo.
ENTENDA O REGIME SEMI-ABERTO | O Código Penal brasileiro possibilita que presos de baixa periculosidade cumpram a pena em regime semi-aberto. Isso significa que o condenado pode trabalhar durante o dia fora do presídio, ficando recluso apenas à noite. O regime semi-aberto é cumprido em colônias, local onde os apenados são alojados coletivamente
As regras do regime semi-aberto são definidas pelo artigo 35 do Código Penal. Esse regime, embora seja mais flexível do que o regime fechado (aquele em que o condenado fica o tempo inteiro dentro da cadeia), não tem as vantagens do regime aberto (no qual a pessoa fica fora do presídio, sem ser vigiada).
O Código Penal define em seu artigo 33 § 2° que a pena deve ser feita de modo progressivo. O condenado a pena superior a oito anos deverá começar o cumprimento de sua pena em regime fechado; o condenado não reincidente, com pena não superior a quatro anos, poderá começar o cumprimento de sua pena em regime aberto, mas o condenado a pena superior a quatro anos e não superior a oito, se não for reincidente, poderá iniciar o cumprimento de sua pena em regime semi-aberto.
| O carro do jogador, uma BMW, bateu de frente com um Escort na Rodovia Miguel Jubran (SP-333), próximo a Marília. Segundo relato da polícia militar, o carro de Guilherme invadiu a pista contrária e colidiu com o Escort. Duas pessoas que estavam neste carro morreram. O jogador e as duas pessoas que o acompanhavam sofreram ferimentos leves.
"Foi um acidente de trânsito dos quais ocorrem normalmente no país. O Guilherme sempre se colocou à disposição da Justiça, sempre avisou a Justiça a cada mudança de clube e já ressarciu as vítimas. Apesar das conseqüências trágicas, ele não merece uma pena dessa", disse Alvarenga.
Em um primeiro momento, Guilherme negou que estivesse dirigindo, mas acabou admitindo estar ao volante posteriormente. De acordo com o juiz, o jogador estava embriagado no momento da batida. "Não existe a menor prova de que ele estivesse embriagado", rebateu Alvarenga.
Guilherme de Cássio Alves tem 29 anos (completa 30 no dia 8 de maio) e nasceu em Marília. Ele começou sua carreira no time da cidade, em 1992, chegando ao São Paulo no ano seguinte.
Depois de dois anos no Morumbi, foi negociado com o Rayo Vallecano, da Espanha, onde ficou até 1997. Depois, passou por alguns clubes brasileiros, como Grêmio, Vasco, Atlético-MG (onde teve mais sucesso, atuando entre 1999 e 2002 e em 2003), Corinthians, Cruzeiro e, desde o início deste ano, Botafogo-RJ.
No momento o jogador se encontra em Roraima, concentrado para a estréia do Botafogo na Copa do Brasil diante do São Raimundo. Guilherme não fez nenhum comentário sobre a decisão da Justiça, e está relacionado para participar da partida.
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