| 04/09/2005 - 18h00 Brasil massacra o Chile e vai à Copa sem "trauma da última rodada" Daniel Tozzi e João Henrique Medice Enviados especiais do UOL Em Brasília (DF) A Copa de 2006 contará com a presença dos atuais campeões mundiais. Neste domingo, a seleção brasileira derrotou o Chile por 5 a 0 no estádio Mané Garrincha, em Brasília, e selou, com dois jogos de antecedência, sua classificação ao Mundial da Alemanha, se livrando do "trauma da última rodada" das três últimas eliminatórias que disputou. Juan, Robinho e Adriano, três vezes, marcaram na goleada.
AFP Robinho, Kaká, Adriano e Ronaldo comemoram o segundo gol da vitória brasileira sobre o Chile O Brasil, que já poderia ter se classificado na rodada anterior, quando foi derrotado pela Argentina em Buenos Aires, manteve contra o Chile o retrospecto de nunca ter sido derrotado em casa na história das eliminatórias.
Desta forma, o time de Carlos Alberto Parreira escapa do perigo de ter que jogar a classificação contra a Bolívia nos 3.600 m de altitude de La Paz (nas alturas, os brasileiros só têm desempenho melhor em eliminatórias sul-americanas do que a Venezuela, saco de pancadas do continente).
A tranqüila passagem para a Copa do próximo ano contrasta com a dramaticidade que marcou a trajetória da seleção até o último Mundial, quando só na rodada final das eliminatórias, em jogo nervoso com a Venezuela, o time de Luiz Felipe Scolari garantiu lugar no torneio de Japão e Coréia do Sul.
A goleada em Brasília marca também a classificação da seleção para sua 18ª Copa. Em toda a história dos Mundiais, o Brasil é a única nação que esteve em todas as edições. Além dos pentacampeões mundiais e da anfitriã Alemanha, a Copa-2006 já tem classificados Argentina, Ucrânia, Estados Unidos, Japão, Arábia Saudita, Irã e Coréia do Sul.
Com a vitória em casa, a seleção chega aos 30 pontos na classificação das eliminatórias sul-americanas, apenas um atrás da Argentina. Nas duas rodadas finais, contra Bolívia (fora) e Venezuela (em casa), o Brasil lutará pelo título simbólico do torneio qualificatório. Para essa missão, Parreira, visando ao entrosamento da equipe, não pensa em poupar seus jogadores e faz questão de contar com força máxima.
Sem Ronaldinho Gaúcho, que cumpriu suspensão contra o Chile, o "quarteto ofensivo" se comportou bem, especialmente no primeiro tempo, em uma das melhores atuações desde a adoção da formação. Robinho, com a determinação de jogar mais recuado na criação, conseguiu se sair bem, participando da armação e ainda chegando bem na frente para finalizar as jogadas.
COPA-2006 - CLASSIFICADOS | Alemanha (anfitriã) | Ucrânia | Argentina | Brasil | Estados Unidos | Arábia Saudita | Coréia do Sul | Irã | Japão | Principal artilheiro da "Era Parreira", Adriano confirmou a grande fase. O herói brasileiro nas conquistas da Copa América e Copa das Confederações anotou três vezes na goleada sobre o Chile e ainda mostrou entrosamento com os companheiros de frente.
Por sua vez, Ronaldo, que havia recebido "férias" de Parreira e não havia disputado os dois jogos anteriores nas eliminatórias e nem a Copa das Confederações, voltou à seleção em jogos oficiais com uma boa atuação, participando taticamente de forma inteligente para abrir espaço para seus companheiros do quarteto no primeiro tempo. No intervalo, cedeu lugar a Ricardinho.
Jogo De cara, o Brasil começou acuando o Chile em seu campo de defesa. Logo na saída de jogo, aos 26 segundos, Robinho dominou e bateu forte por cima do gol de Tapia. Aos 4min, Kaká pegou o rebote da zaga chilena, mas errou o alvo no disparo.
Com a postura agressiva, o gol brasileiro não demorou a acontecer. Aos 11min, após um escanteio batido por Kaká pela esquerda, o zagueiro Juan desviou de ombro para colocar a seleção em vantagem no placar.
Mesmo em vantagem, o Brasil seguiu pressionando o Chile e chegou rapidamente ao segundo gol. Aos 21min, Adriano arrancou pela direita e cruzou na área. Na segunda trave, Kaká desviou para Ronaldo, que ajeitou para a finalização de Robinho, num autêntico gol do "quarteto ofensivo".
Cinco minutos depois, o Brasil começou a ensaiar a goleada. Robinho arrancou pelo meio e acionou Adriano na área. O atacante da Inter de Milão tirou a marcação e bateu cruzado, rasteiro, na saída de Tapia.
Dois minutos depois, Adriano encontrou as redes mais uma vez. Após um escanteio batido por Zé Roberto, o atacante subiu e desviou de cabeça para fazer 4 a 0. O massacre estava desenhado.
No segundo tempo, a seleção tirou o pé do acelerador e não repetiu o afã da etapa inicial. No intervalo, Parreira poupou Ronaldo e mandou a campo Ricardinho. Pouco depois, teve que tirar Roberto Carlos, lesionado, para colocar Juninho Pernambucano.
Apenas nos descontos o Brasil voltou a marcar, com Adriano novamente. O atacante recebeu de Robinho e bateu forte na saída de Tapia.
BRASIL Dida; Cafu, Juan, Lúcio e Roberto Carlos (Juninho Pernambucano); Emerson (Gilberto Silva), Zé Roberto, Kaká e Robinho; Adriano e Ronaldo (Ricardinho) Técnico: Carlos Alberto Parreira
CHILE Tapia; Fuentes, Rojas e Contreras (Acuña); Alvarez, Tello (Pérez), Meléndez, Maldonado e Pizarro; Rubio e Pinilla (Jimenez) Técnico: Nelson Acosta
Data: 04/09/2005 (domingo) Local: estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF) Árbitro: Carlos Amarilla (Paraguai) Auxiliares: Manuel Bernal e Amelio Andino (Paraguai) Cartões amarelos: Adriano (BRA); Meléndez (CHI) Gols: Juan, aos 11min; Robinho, aos 21min; Adriano, aos 26min e 28min do primeiro tempo; Adriano, aos 47min do segundo tempo.
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