Topo

Falcão explica como joga e dirige time que virou referência no futsal

Falcão fez parceria com Felipe Drummond (à esq.) para montar gestão do Sorocaba/Magnus - Arquivo Pessoal
Falcão fez parceria com Felipe Drummond (à esq.) para montar gestão do Sorocaba/Magnus Imagem: Arquivo Pessoal

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

15/09/2016 12h00

Campeão do mundo em junho, o Sorocaba/Magnus virou exemplo de gestão no futsal até para seus adversários. O time é fruto de uma parceria entre Felipe Drummond, presidente da equipe, e Falcão, que é jogador, embaixador e gestor do time.

Aos 39 anos, o jogador diz ter experiência de sobra para não ter problemas ao misturar a caneta e a chuteira e diz conseguir separar a hora de ser jogador e a hora de virar cartola.

“A gente começou esse trabalho junto, o Felipe me procurou lá atrás para outro evento e deu certo. A gente tem erros e acertos, como qualquer empresa, mas temos acertado muito mais do que errar. Eu tento ser natural com os atletas e nunca usou a parte de ser gestor com eles. Se precisar brigar pelo interesse dos atletas eu brigo também e consigo dividir as funções de uma maneira tranquila”, explicou Falcão.

“Mas ter decisão fora das quadras é algo que eu já tenho feito desde o Santos, lá atrás. E mostro isso para os atletas. Eu participo da decisão de contratar atletas, mas eles ficarem ou não é decisão dos atletas e da comissão. Eu procuro interferir apenas na chegada dos atletas e faria isso mesmo se não fosse gestor, porque já fiz isso em outras ocasiões por causa do peso que tenho neste esporte”, completou.

Desde o início da parceria, a equipe chegou na busca pelo título em tudo o que disputou: Liga Nacional 2014, Liga Paulista 2014, Jogos Regionais 2014, Copa Libertadores Zona Sul 2015, Copa Libertadores 2015, Jogos Abertos do Interior 2015; ainda foi vice do Torneio Internacional 2014 e Taça Brasil 2015. Em junho, o título mundial em Qatar, com direito a desbancar até o Barcelona na semifinal, foi a cereja no bolo para Falcão, com o título que o atleta ainda não tinha no seu currículo.

O time arrecada em torno de R$ 5 milhões por ano com patrocínios e precisa driblar dificuldades como a falta de pagamento de prêmios nas competições. Por isso, usa e abusa da marca e da credibilidade que Falcão acumulou durante a carreira.

Quem é o sócio de Falcão?

Drommond tem apenas 29 anos e, depois de se formar como jornalista, fez curso para se especializar em marketing esportivo. Sócio da TFW Marketing Esportivo, ele conheceu Falcão durante um trabalho em conjunto com o jogador na época em que a equipe ainda levava o nome de Brasil Kirin.

No fim de 2015, Drommond enfrentou as dificuldades da saída do Brasil Kirin e o medo de ver o time acabar ou sair da cidade. Nada disso aconteceu. Apesar da saída de 10 jogadores, o patrocínio do Grupo Adimax, que usa a marca Magnus, viabilizou a montagem de um time com nomes consagrados como Simi, Mithyuê, Diego e Charuto, além de Tiago, Rodrigo e Falcão, que vão disputar o Mundial que começa neste sábado pela seleção.

“Nós não criamos uma equipe. Antes, criamos uma plataforma de comunicação, que possui uma equipe como produto final. Idealizamos uma ampla plataforma de relacionamento e exposição de imagem com o Falcão, explorando o seu potencial publicitário de todas as maneiras e, inclusive, adequando nosso calendário de jogos aos compromissos publicitários. São as ações que sustentam a equipe, e não o contrário. Nosso histórico de títulos é excelente do ponto de vista desportivo, mas não é isso que norteia a sobrevivência do clube. Por mais que haja essa cultura de resultado no Brasil, não podemos basear nosso planejamento em ganhar ou perder, isso será consequência. Nosso norte é ampliar o retorno dos nossos patrocinadores e inovar nas plataformas de ativação”, afirmou Drommond.