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D. Hypólito diz que recebeu mensagens de ódio após revelar homossexualidade

Diego Hypolito pula o Carnaval paulista com a bandeira LGBT - Agripino Magalhães
Diego Hypolito pula o Carnaval paulista com a bandeira LGBT Imagem: Agripino Magalhães

Do UOL, em São Paulo

30/06/2019 07h26

O convidado do "Bola da Vez", do ESPN, desta semana foi Diego Hypolito. O ginasta conversou com João Carlos Albuquerque, Fernando Nardini e Chico Felitti, jornalista convidado para a bancada. Entre os assuntos abordados, Diego falou sobre a repercussão após a entrevista ao UOL em que assumiu sua homossexualidade.

"A partir do momento que falei da sexualidade, acho que mudou que várias pessoas demonstraram ódio, mas teve muito apoio também. Eu vou ao culto toda quinta-feira, e a Bíblia diz que os homossexuais não herdarão o reino dos céus. Eu acredito que temos que considerar o que está escrito nas escrituras, mas também não acredito que seja assim, se eu amo Jesus, se eu falo isso para as pessoas, eu só desejo o bem dos outros. Eu considero que eu não tenho total entendimento sobre a homossexualidade. Mas esse sou eu. Se daqui a alguns anos eu mudar de opinião, eu vou falar. Mas eu não me considero um demônio, como por muitos anos me falaram.", declarou Diego.

O atleta também falou sobre dificuldades que enfrentou em sua carreira, que culminaram em uma depressão em 2014. Ele contou sobre um trauma que viveu logo nos primeiros campeonatos que disputou: os trotes.

"Os atletas mais velhos faziam uma espécie de trote com o consentimento de alguns treinadores. Alguns não sabiam, mas a maioria sabia, sim. Eles prendiam a gente em um quarto, e a gente tinha medo, e a gente tinha que ficar nu. Dois atletas tinham que competir, pegando uma pilha com o ânus e levá-la, sem usar as mãos dentro de um tênis. Um tinha que vencer ou os dois apanhavam. E eu tive um ataque epilético quando isso aconteceu. E isso foi algo que andou comigo a vida inteira. Quando voltei pro RJ, ainda me fizeram tirar fotos nu, mas os treinadores viram e fizeram os outros apagar. E quando você passa essas coisas, você acha que tem culpa. Eu achava que tinha culpa por essas coisas terem acontecido. Então, passei por muitas coisas até chegar a ter depressão, síndrome do pânico, que eu tive que tomar remédio, fiquei internado", contou.