Brasileiras do handebol já têm novos times, mas CBHb cogita novo convênio
A CBHb (Confederação Brasileira de Handebol) decidiu não renovar o convênio com o time austríaco Hypo Nö, que atualmente concentra oito jogadoras e o técnico da seleção brasileira. Desde que a decisão foi tomada, seis atletas já alinhavaram acordos com outras equipes. Ainda assim, a entidade ainda cogita a criação de um novo núcleo na Europa.
A concentração de jogadoras e comissão técnica em um só time, iniciada em 2011, é tratada pela CBHb como um dos diferenciais da seleção brasileira, que obteve em 2013 um inédito título mundial de handebol. O atual contrato com o Hypo Nö vai até junho deste ano.
No entanto, a relação entre CBHb e Hypo Nö já estava desgastada. Antes de encerrar o convênio, a entidade havia mandado três mensagens com críticas a problemas do clube. O último texto já apresentava uma ameaça de ruptura da parceria.
“Nós tínhamos um convênio de cooperação. Nós entrávamos como uma espécie de patrocinador, com garantia de que eles colocassem a equipe em todas as competições para as quais estivessem qualificados, pagassem o salário das meninas e tivessem um investimento na formação do elenco”, disse Manoel Oliveira, presidente da CBHb.
A avaliação da entidade é que as jogadoras não brasileiras do Hypo Nö não tinham o nível técnico do restante da equipe. A CBHb usa como argumento, por exemplo, o fato de o time não ter conseguido sequer classificação para a Liga dos Campeões da Europa, a despeito de contar com seis atletas que integraram a seleção campeã mundial de 2013.
Outro ponto foi a questão financeira. O título mundial obtido na Sérvia valorizou as brasileiras, mas o Hypo Nö não aceitou reajustar de forma contundente os salários das jogadoras. Segundo a CBHb, o time alegou problemas financeiros.
Desde que o término da parceria foi anunciado, na última sexta-feira, ao menos seis atletas encaminharam acertos com outros times. O número pode ser ainda maior até junho, quando a parceria vai ser efetivamente desativada.
Ainda assim, a CBHb cogita a criação de um novo convênio. A entidade já tinha conseguido verba do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para continuar investindo no Hypo Nö.
Em reunião realizada na última terça-feira, o COB ratificou à CBHb que o dinheiro está à disposição da entidade. Desde que a diretoria da instituição julgue que há necessidade de criar um novo convênio, é claro.
“Pode ser interessante. Mas com as meninas em bons clubes e bons campeonatos, isso pode atender nossa necessidade de experiência internacional. Podemos encontrar um novo parceiro, mas ainda temos tempo para pensar nisso até junho”, completou Oliveira.
A CBHb tem um projeto para montar um ano antes dos Jogos Olímpicos Rio-2016 o Brasil Handebol Clube, que seria uma seleção permanente. Essa ideia, de acordo com o mandatário da entidade, ganha força se um novo convênio não for assinado.
“Eu acho que uma coisa até facilita a outra. Se todas as meninas estiverem em um mesmo time, vai ser mais difícil tirá-las ao mesmo tempo e desmontar um elenco. Contratar duas ou três de cada clube é mais fácil”, opinou o dirigente.
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