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Com luxo e estrelas, estreia de reality do UFC consolida Brasil como 'Meca do MMA'

Wanderlei e Belfort são os técnicos da 1ª edição do TUF Brasil, que estreia domingo - Divulgação TUF Brasil
Wanderlei e Belfort são os técnicos da 1ª edição do TUF Brasil, que estreia domingo Imagem: Divulgação TUF Brasil

Jorge Corrêa e Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

25/03/2012 06h02

Sete anos e 14 edições após a estreia do reality show do UFC, o The Ultimate Fighter (TUF), Dana White e seus companheiros escolheram o Brasil para fazer sua primeira investida fora dos Estados Unidos. O famoso programa, um dos mais duradouros na TV norte-americana, tem início neste domingo - após a transmissão do BBB, na Globo - com a promessa de revelar novos talentos dos octógonos e consolidar o Brasil como segunda potência no MMA.

E, além dos candidatos a ganhar os dois contratos em disputa no programa, duas estrelas estarão no comando deles: lendas da modalidade, Vitor Belfort e Wanderlei Silva serão os técnicos do reality e se enfrentarão em uma revanche ao final da temporada.

Tudo isso ainda conta com todos os atrativos de um programa à lá Big Brother. A convivência em uma casa luxuosa, com a expectativa de muitos conchavos e brigas no período de cerca de dois meses de confinamento. E com o agravante de serem apenas homens na casa, com a rivalidade esquentando desde os lutadores até os técnicos.

“Como estamos em competição, já era esperado que rolassem divergências. É óbvio que não concordamos com tudo sempre, então houve um ou outro problema nas gravações”, confidenciou Wanderlei Silva, em meio ao mistério que ronda o reality. O paranaense perdeu para Belfort por nocaute na primeira luta entre eles, nos anos 90, e pede por uma revanche há anos.

O formato do TUF Brasil é muito semelhante ao que se via no reality norte-americano. Neste primeiro episódio, os 32 selecionados se enfrentam e o número de lutadores cai pela metade: oito pesos pena e oito pesos médio se classificarão para entrar na casa e, de fato, vivenciar o programa, divididos nas equipes de Wanderlei e Belfort.

A cada semana será transmitida a preparação dos lutadores e o período extra-treinos, com o convívio na casa. Ao final do episódio ocorre o combate, sempre em eliminatórias
até a final - a decisão será ao vivo e valendo os sonhados contratos com o Ultimate.

“No TUF teremos conteúdo, muito treino, dedicação”, promete Belfort. “Poder mostrar o outro lado do MMA para o telespectador será maravilhoso.”

Brasil como potência

Desde que retornou ao Brasil para o UFC Rio, em agosto de 2011, o evento não para de crescer no país, aproveitando a febre do MMA liderada por nomes como Anderson Silva e José Aldo. Um passo fundamental para consolidar o país como “nova Meca” do MMA, como disse o presidente Dana White, é a realização do TUF.

O TUF Brasil, o primeiro fora dos EUA, representa o primeiro passo de um grande plano do UFC, na tentativa de se globalizar. Índia, Austrália e Filipinas estão na lista para receber o reality show, o que permitirá num futuro não muito distante concretizar a realização de uma “Copa do Mundo” do Ultimate.

“O Brasil é um enorme mercado para nós, tem sido incrível tudo o que conquistamos e queremos fazer o máximo de eventos que pudermos”, afirmou Dana White, sobre o reality show e o crescimento do país, que pode passar o Canadá na vice-liderança, atrás dos EUA.

A relação mais próxima com os brasileiros teve início em agosto do ano passado, com o UFC Rio. Menos de um ano depois, já está programada a terceira edição no Rio de Janeiro, para a final do TUF. O Engenhão vai receber no dia 23 de junho a disputa dos técnicos e terá como luta principal Anderson Silva x Chael Sonnen, com expectativa de que seja o maior evento da história do Ultimate, com recorde de público.

“O povo brasileiro já adora o MMA, mas com este reality a repercussão vai ser ainda maior para consolidar o esporte”, disse Wanderlei. “Eu tive muito reconhecimento no Japão, por causa do Pride, e tenho certeza de que a entrada na TV aberta fará com que isso se repita.”