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Estreante promete finalizações no UFC e lembra dificuldades e bicos de modelo

Miltinho Vieira durante sua última vitória, com finalização no Strikeforce, em 2011 - Divulgação
Miltinho Vieira durante sua última vitória, com finalização no Strikeforce, em 2011 Imagem: Divulgação

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

22/06/2012 11h00

Milton Vieira é um velho conhecido de quem acompanha MMA. Com 11 anos de carreira e passagens por eventos como o Pride, neste sábado ele enfim chega ao seu objetivo maior, o UFC. Estreando direto na edição de Belo Horizonte, ele aproveitou o novo capítulo de sua vida para relembrar dificuldades, como a época em que teve de sustentar a família devido à morte do pai. E, como se espera dele, prometeu novas finalizações para o Ultimate, uma marca registrada de seu jogo, inclusive inventando movimentos.

Fluminense de Teresópolis, o lutador de 33 anos é creditado, por exemplo, como o criador de um triângulo de mão conhecido como “anaconda choke”, um estrangulamento. “Quero levar para o UFC minha imagem real, de que não sou só um cara de chão. Mas claro que o foco sempre será finalizar. As pessoas reconhecem que tenho um jiu-jítsu diferenciado e quero dar show. Tenho muitas coisas ainda guardadas, e não poupo na hora de finalizar”, afirmou Miltinho.

O lutador teve seus primeiros contatos com lutas no muay thai - carro chefe de seu rival, Felipe Sertanejo - mas se encontrou como um estudioso das finalizações. Com 13 vitórias, sete derrotas e um empate, voltou a chamar a atenção no Strikeforce, em agosto de 2011, e soma três triunfos seguidos.

“É muito gratificante chegar ao UFC, realmente trabalho duro e com perseverança quero colher meus frutos. Passei por muita coisa para chegar até aqui”, relembrou Miltinho.

Em sua definição, o peso pena é um “lutador da vida”. “Passei por momentos difíceis que é até difícil de falar. Meu pai sempre trabalhou muito para dar o que a gente teve. Ele lutou contra um câncer durante muito tempo e, no final, teve uma conversa séria comigo. Falou da preocupação que tinha com minha irmã, que é 15 anos mais nova que eu. E eu disse que nunca ia faltar nada para ela”, contou o lutador.

Após a morte do pai, uma semana após esta conversa, a família chegou a ser despejada, mas sempre contou com o apoio de amigos para segurar as pontas. Miltinho trabalhou com vendas, mas encontrou seu caminho como lutador, conseguindo fazer disso sua carreira e seu ganha-pão, aliando os combates a aulas e seminários.

Curiosamente, depois que passou a lutar MMA, ele ainda passou a angariar um dinheiro extra como modelo. “Logo depois de lutar o Pride (perdeu para Hayato Sakurai, em 2005), um fotógrafo gostou de mim e eu fotografei para marcas famosas, como Calvin Klein e Ralph Lauren. Fiz alguns comerciais, umas propagandas no Japão. Foi diferente, mas bem interessante”, afirmou Miltinho.

O rival Felipe Sertanejo chega a sua terceira luta no UFC. O paulista estreou com derrota, mas se recuperou no UFC 142, em janeiro, e derrotou o canadense Antonio Carvalho.