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Com a bruxa solta, UFC já desmarcou 27% das lutas em 2012 por conta de lesões

Uma tradição, pôsteres do UFC tiveram muitas alterações na temporada de lesões - Divulgação
Uma tradição, pôsteres do UFC tiveram muitas alterações na temporada de lesões Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

04/09/2012 06h00

Todo esporte, principalmente os de contato, deixa os seus praticantes vulneráveis a lesões. Mas a maré que o UFC passa em 2012 desafia qualquer lógica. A bruxa solta no maior evento de MMA da atualidade já cancelou mais de um quarto dos combates marcados, e ainda faltam cerca de quatro meses para o fim do ano.

NÚMEROS DRAMÁTICOS

  • 78

    LUTAS

    Foram canceladas por lesão, quase 27% do total de 289 combates

  • 8

    EVENTOS

    Tiveram mudança na luta principal devido a problemas físicos

  • 3

    CAMPEÕES

    Passaram pelo estaleiro: José Aldo, Georges St-Pierre e Dominick Cruz

É isso que mostra um levantamento feito pelo site norte-americano MMA Fighting, que contabilizou as lutas marcadas para esta temporada e a quantidade de adversidades que causou mudanças, sendo a mais grave o cancelamento da edição 151, que aconteceria no último dia 1.

Os números são assustadores. De acordo com a publicação, 26 eventos foram anunciados para 2012, sendo marcadas 230 lutas e mais 59 duelos para eventos ainda não confirmados oficialmente. Deste total de 289 combates, quase 27% sofreram alterações por motivo de lesão.

Um dos detalhes que causa maior preocupação no UFC diz respeito às suas estrelas, os protagonistas das lutas principais. Oito dos 26 eventos (mais de 30%) tiveram pelo menos uma substituição na luta de fundo devido a problemas físicos.

Os exemplos estão próximos: na última semana, Erick Koch teve de ser cortado do UFC 153, no Rio, quando enfrentaria José Aldo pelo cinturão dos penas. Foi um caso raro em que a emenda acabou favorecendo o show, já que o substituto é o ex-campeão dos leves Frankie Edgar.

ALDO ASSUSTA, MAS DIZ QUE LUTA

  • O campeão dos penas do UFC, José Aldo, sofreu um acidente de moto, mas afirmou que não há riscos de que perca seu combate do dia 13 de outubro, no UFC 153, no Rio de Janeiro. O técnico do lutador, Dedé Pederneiras, foi mais cauteloso e disse que esta semana será de repouso e que a próxima mostrará sua real condição.

No mais crítico problema, um misto de lesão e de dificuldades na mesa de negociação causou o cancelamento do UFC 151 por completo, algo inédito para o Ultimate. Dan Henderson machucou o joelho e foi cortado da luta pelo cinturão dos meio-pesados, contra Jon Jones. Como o campeão não aceitou Chael Sonnen como substituto, a solução foi simplesmente apagar da história a edição, colocando Jones no UFC 152, agora contra Vitor Belfort, em 22 de setembro.

A crise nos cards da organização acabou gerando prejuízos que o presidente Dana White já admitiu serem incalculáveis no momento. Cinco das lesões em lutas principais foram em edições de pay-per-view nos Estados Unidos. Com a troca de adversários, o interesse caiu e, portanto, o número de vendas também.

O assunto gera um grande debate sobre a intensidade dos treinos, mas técnicos e lutadores admitem que, para a preparação ser feita corretamente, não é possível tirar o pé do acelerador. Assim, a possibilidade de lesões sempre ronda as academias.

Relembre os casos mais famosos de lesões que afetaram o UFC neste ano:

UFC 149: o card maldito

  • Pela primeira vez na cidade canadense de Calgary, o UFC tinha tudo para ter uma edição 149 recheada de astros. Mas o evento foi o que mais sofreu com lesões: foram nove atletas sem condições físicas de lutar. José Aldo, campeão dos penas, foi um deles, devido a um problema muscular. E os casos fizeram fila: Rodrigo Minotauro sentiu dores no braço fraturado em 2011 e preferiu não lutar; Maurício Shogun enfrentaria Thiago Silva, que se lesionou; Michael Bisping não pode enfrentar Tim Boetsch e por aí vai...

Os técnicos do TUF sofrem

  • O reality show do UFC teve sua dose de azar. Nas duas edições do The Ultimate Fighter, no Brasil e nos EUA, um dos técnicos se machucou e ficou fora do duelo final. Entre os brasileiros, Vitor Belfort quebrou a mão em treino e teve de dar lugar a Rich Franklin no UFC 147, em BH. Na edição norte-americana, o campeão dos galos, Dominick Cruz, rompeu ligamento do joelho e não pode encarar Urijah Faber. A boa notícia deste último cancelamento é que ele acabou gerando mais um campeão brasileiro: Renan Barão enfrentou Faber e faturou o cinturão interino da categoria. Agora, aguarda Cruz.

Paciência nipônica

  • O Brasil devia ter feito parte do UFC 150, realizado em Denver, local da primeira edição do Ultimate na história, em 1993. Pois é, devia. Luiz Cane, o Banha, faria sua primeira luta no peso médio, enfrentando o japonês Yushin Okami. No entanto, o brasileiro se machucou. Com isso, foi substituído por Rousimar Palhares, o Toquinho. Mas o mineiro lesionou o joelho. Assim, foi "só" colocar contra o japonês o norte-americano Buddy Roberts, que já lutaria no card, mas estava sem rival devido a problema físico de Chris Camozzi.

A novela do UFC 151

  • De Jon Jones x Dan Henderson em 1 de setembro a Jon Jones x Vitor Belfort em 22 do mesmo mês, uma novela se desenrolou. O veterano Henderson machucou o joelho e teve de ser cortado menos de dez dias antes do evento. Devido à pressa, Chael Sonnen se ofereceu para a vaga. Mas aí foi Jon Jones quem não quis enfrentá-lo, gerando o inédito cancelamento de uma edição do Ultimate. Lyoto Machida foi anunciado como rival, mas no dia 22 de setembro, no UFC 152. Acontece que o ex-campeão culpou a falta de tempo para se preparar e se recusou a lutar. Maurício Shogun também foi chamado e alegou o mesmo. Por fim, o peso médio Vitor Belfort é quem agarrou a chance e, por enquanto, este é o duelo principal do próximo evento do UFC. Mas, quem sabe o que acontecerá até lá?