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Kyra deixa calma do jiu-jítsu, mira UFC e admite: 'tenho de me acostumar com os socos na cara'

Kyra Gracie é pentacampeã mundial de jiu-jitsu e prepara a estreia no MMA - Divulgação
Kyra Gracie é pentacampeã mundial de jiu-jitsu e prepara a estreia no MMA Imagem: Divulgação

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

24/10/2012 06h00

Kyra é uma pioneira entre os Gracie, família que criou e divulgou mundo afora o jiu-jítsu brasileiro no século 20. A morena foi a primeira mulher do clã a apostar na arte suave de maneira competitiva e hoje é pentacampeã mundial. Como muitos parentes, a carioca planeja uma transição para o MMA, um projeto que requer grandes mudanças em sua carreira. Entre elas, a vaidosa lutadora tem tentado abraçar um novo estilo, agressivo, e admite que um dos grandes desafios foi aprender a tomar socos na cara.

O projeto de MMA é de longa data e há mais de dois anos Kyra tem aulas de boxe e outras modalidades em pé para completar seu jogo, que já é excelente no chão. A carioca de 27 anos não tem pressa para fazer a estreia, até em respeito ao nome de sua família. A esperança, inclusive é de fazer sua primeira luta em grande estilo, em um evento como o UFC.

Líder de enquete do UOL, Kyra agradece

  • Em enquete do UOL Esporte para eleger as grandes musas do MMA, Kyra Gracie passou à frente mesmo antes de ter estreado. A lutadora se disse envaidecida. 'É bom para o ego de qualquer mulher, todo mundo gosta de receber elogios e esse carinho. Fico feliz, mas tenho de deixar isso de lado e focar no meu treinamento."

“O esporte cresce a cada dia e provavelmente o UFC vai se abrir para o MMA feminino, com uma luta entre a Ronda Rousey e a Cris Cyborg. Estou treinando forte, porque tenho de estar pronta para quando a hora chegar. Não tenho data, mas a vontade é grande”, conta a musa, que já recebeu convites de outras organizações, mas não as considerou interessantes para dar o próximo passo.

Kyra afirma que ainda tem muito a caminhar na parte de trocação e que não se sente 100% preparada para o MMA, apesar da constante evolução.

“É muito diferente do jiu-jítsu, que é sempre agarrado. Tenho de treinar toda a parte de soco e chute. E tenho de me acostumar a tomar soco na cara”, admite ela.

A lutadora conta que na primeira vez em que treinou boxe e viu um soco se aproximar, não conseguiu fugir do reflexo de fechar os olhos. E levou uma bronca. “O professor gritou: ‘não fecha o olho de jeito nenhum’. Mas já me acostumei, agora não fecho mais o olho, é um passo de cada vez”, ri ela.

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A dificuldade de muitos integrantes da família Gracie sempre foi conseguir ir além do jiu-jítsu e também se dar bem com os socos e chutes. Como o MMA começa em pé, os riscos corridos até que os lutadores de jiu-jítsu cheguem à sua especialidade são grandes. Mas, além disso, Kyra teve de mudar também sua postura e até o estilo que a consagrou na arte suave.

“O meu jiu-jítsu é calmo, eu tenho paciência para fazer os movimentos e encaixar as posições. Não sou uma lutadora explosiva, vou na calma. Mas para o MMA tenho de buscar a explosão, a agressividade, ainda mais lutando em pé. Tem sido o mais difícil, mas preciso mudar um pouco o meu estilo para a estreia”, pontua a lutadora, que é tricampeã do ADCC, um dos maiores eventos de submission do mundo.

“Eu não tenho nenhuma pressa em estrear no MMA. Isso é um desafio novo, pessoal, eu não tenho nada a provar a ninguém. Quero estrar num evento grande, representar minha família bem e não vou começar enquanto não estiver 100%”, conclui Kyra.

Vaidosa, musa usa capacete para evitar olho roxo

  • Kyra admite: a vaidade não é abandonada nem em dia de treino. A carioca revelou inclusive que comprou um capacete especial para usar na sua preparação. "Eu já voltei com olho roxo de tomar soco. Mas estou com esse capacete que não encosta no olho, no nariz. Eu fico mais intacta (risos). Eu treino com bastante proteção, para machucar e marcar menos, mas no esporte em alto nível há coisas que não dá para controlar", explica.