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Ring girl evangélica não vê conflito entre religão e trabalho: "Deus olha o coração"

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

08/05/2013 06h00

Em janeiro, o UFC estreou suas primeiras ring girls brasileiras, com a adição de Aline Franzoi e Camila Oliveira ao plantel. Elas foram as garotas da placa na edição de São Paulo e trouxeram ao octógono um perfil de musas ao estilo norte-americano: rostos delicados e corpo magrinho, bem diferente do atual padrão no país. Aline, paulista de 20 anos, não foi chamada após a estreia e não estará nos eventos de maio e junho por aqui, mas ainda assim, defende a escolha de ser ring girl, mesmo com a particularidade de ser evangélica.

Para quem acompanha Aline Franzoi nas redes sociais, fica claro rapidamente sua predileção por posts que mostrem sua fé. Evangélica, ela posta mensagens de cunho mais religioso ao mesmo tempo em que mostra seu trabalho de modelo. E defende que não há nada de estranho nisso.

“Sou evangélica e uso meu Facebook para dizer o quanto Deus foi e é poderoso em minha vida. E, afinal, o que tem de errado ser ring girl? É muito relativo o que é certo e errado, concilio não só essa nova carreira, como a carreira de modelo também, pois, na minha concepção, Deus olha o nosso coração e a nossa intenção”, diz ela.

Aline Franzoi viu a procura aumentar e muito em relação ao seu trabalho de modelo. Ela chegou a posar para a revista VIP, em fotos sensuais, e segue trabalhando forte.

“Após o UFC, meu trabalho como modelo deu, digamos, uma levantada. Com certeza absoluta eu respondo que é consequência de ser a primeira ‘octagon girl’ brasileira do UFC”, analisou ela.

Os convites seguem aparecendo, mas a jovem paulista já tem um limite bem definido para saber o que aceita. Questionada se já recebeu convites e se aceitaria posar para revistas como Playboy e Sexy, foi categórica: "nua não!".

Defesa das ring girls magrinhas e afastamento do UFC

“Cada um tem seu gosto de beleza, achei (a escolha) diferente digamos que do ‘normal’”, admitiu ela. Nos Estados Unidos - e também por onde o UFC passa - a escolha é por garotas belas e um pouco mais discretas. Já no Brasil, em eventos como Jungle Fight e Shooto, a aposta é no “padrão Panicat”, com mulheres cheias de curvas e músculos.

“É bom para mostras às pessoas que as magras também têm seu valor”, riu Aline, que não se safa de cuidar muito bem do que tem a mostrar. “Tenho uma alimentação regrada, e malho todos os dias, não só como ring girl, mas como modelo. Vivo por meio da minha imagem, por isso que me preocupo em estar com o corpo "100 %”.

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Aline admite ter ficado nervosa em sua participação no UFC de São Paulo, mas aprovou. “Sempre assisti ao UFC, mas nunca pratiquei lutas. (Ser ring girl foi) uma sensação única, afinal é o maior evento de MMA do mundo, amei!”.

Mesmo com a empolgação, Aline admite que o “namoro” com o Ultimate esfriou após o UFC SP. Diferentemente de Camila, ela não foi chamada para as gravações do TUF Brasil 2 e viu a parceira trabalhar sozinha no reality show.

Questionada sobre o futuro e o motivo, ela foi vaga. “Só Deus sabe. Eles gostaram mais da Camila e talvez de mim não, acontece (risos)”, contou, mas sem grandes dramas. Ela ainda está definindo o futuro pós-UFC. “Eu meio que desencanei, sabe? Vivo minha vida de modelo muito bem. Recebo propostas diárias sobre outros eventos, ainda estou pensando no que fazer.”

A reportagem do UOL Esporte procurou o UFC para saber se Aline ainda é considerada ring girl do evento e se poderá ser chamada em eventos futuros, mas não obteve resposta.

MODELO 'PANICAT' É A TENDÊNCIA NOS EVENTOS NACIONAIS

  • As ring girls no Brasil são muito diferentes das que se opta nos Estados Unidos, até pelo padrão de beleza ser diferente entre os países. Puxada por eventos como o Jungle Fight, a tendência é de chamar garotas com corpão sarado, bumbuns grandes e seios também avantajados. O próprio jungle, por exemplo, já levou ao seu ringue ex-BBBs (como Laisa Portella, na foto) e outras subcelebridades, que acabam chamando a atenção tanto pela fama quanto pela beleza.