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Top 10: os fatos que levaram o desconhecido Weidman a desafiar Anderson Silva

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

02/07/2013 12h00

Há cerca de um ano, Chris Weidman era mais um lutador com status de revelação no UFC, sonhando com o dia em que enfrentaria um astro como Anderson Silva pelo cinturão. Neste sábado, ele verá isso se tornar realidade, enfrentando o campeão dos médios no UFC 162, em Las Vegas. De sua última luta, em julho de 2012, lá para cá, o norte-americano não subiu no octógono e viu uma novela se desenrolar à frente de seus olhos, até que a vaga de desafiante ao cinturão caísse em seu colo.

Esta trajetória toda teve diversos lutadores cotados para encarar Anderson Silva. Do estreante no UFC Hector Lombard ao ex-campeão dos meio-pesados Rashad Evans, passaram também por aí Michael Bisping, Alan Belcher e as tão sonhadas superlutas com Georges St-Pierre e Jon Jones.

Mas nada deu certo, e tudo foi se acertando lentamente, passo a passo, para que apenas Weidman sobrasse como um rival em potencial, mesmo tendo operado o ombro no meio do caminho, em novembro de 2012.

Até Anderson Silva chegou a chiar, dizendo que Weidman é um “garoto”, mas com a assinatura do contrato, tanto o campeão dos médios quanto o UFC começaram uma campanha massiva para divulgar o combate - e vender a maior quantidade de pacotes de pay-per-view que puderem.

Veja como este combate foi se desenhando ao longo do último ano, até que Anderson e Weidman ficassem frente a frente:

1. Weidman nocauteia Muñoz

Não há como negar que, dentro do octógono, Weidman mostrou seu potencial ao encarar Mark Muñoz. Vindo de triunfo contra o ex-desafiante ao cinturão Demian Maia, enfrentou Mark um rival levemente favorito nas casas de apostas. E venceu o norte-americano de origem filipina de forma impressionante: uma cotovelada curta e potente, aplicada por Weidman na testa do rival, definiu um nocaute brutal. O resultado o colocou como realidade com seu cartel de 9 vitórias em 9 lutas, com três nocautes e três finalizações.

2. Bisping se machuca

Michael Bisping sempre chega à “porta”, mas nunca consegue sua chance por cinturão. Sua luta contra Tim Boetsch programada para o UFC 149 poderia ser o passo definitivo para encarar Anderson Silva. No entanto, uma lesão do inglês cancelou o combate e o tirou da fila.

3. Cai a esperança cubana

  • Hector Lombard chegou com tudo ao UFC. O prestígio era tanto, que em sua estreia já era cotado para, caso vencesse, enfrentar Anderson Silva. Ele entrou no octógono do UFC 149 para encarar Tim Boetsch e... decepcionou totalmente. A derrota por pontos jogou água no chope de todos, principalmente do UFC, que viu Spider mais uma vez em dificuldades de achar rivais.

4. Spider na categoria de cima; Weidman operado

Sem grandes rivais e com o UFC em situação de emergência para salvar o card do UFC Rio 3 - José Aldo se acidentou de moto e deixou a programação - Anderson Silva acabou sendo escalado para lutar fora de seu peso. Assim, encarou Stephan Bonnar na capital fluminense como meio-pesado, deixando o reluzente cinturão em casa. Com isso, a fila do cinturão dos médios ficou bons meses parada, durante um tempo importante para Chris Weidman, já que ele operou o ombro e precisou parar de treinar para se recuperar. Curiosamente, Weidman esteve no Rio em eventos promocionais do UFC Rio 3, mas ainda não sabia se um dia enfrentaria o Spider.

5 e 6. Boetsch ou Belcher? Nenhum...

O UFC 155 definiria o futuro da fila dos médios: na mesma noite, em lutas separadas Tim Boetsch e Alan Belcher foram para o octógono. Se vencessem, teriam enormes chances de lutarem pelo cinturão. Mas, você já sabe: perderam. Boetsch, que vinha de triunfo contra Yushin Okami e Lombard, foi nocauteado por Costa Philippou. Belcher, embalado por quatro vitórias, caiu por pontos contra Okami.

7. A volta de Bisping

Com os reveses de Boetsch e Belcher, um outro nome voltou ao cenário: Michael Bisping. Vindo de vitória contra Brian Stann, ele foi colocado contra Vitor Belfort no UFC de SP, em janeiro. Bastava vencer. Ele só não contava com o chute na cabeça que tomaria do carioca, sendo nocauteado no segundo round. Como para o UFC o chute frontal de Anderson em Vitor ainda é uma lembrança recente, não apenas Vitor não teve dada a chance de lutar pelo cinturão, como Bisping voltou ao fim da fila.

8. Anderson escolhe o alvo: GSP

  • Depois de vencer Bonnar, Anderson Silva começou uma campanha: queria a superluta com Georges St-Pierre. Mas, com o canadense voltando de grave lesão, ele foi defender seu cinturão e o fez com sucesso contra Carlos Condit. Surpreendentemente, GSP resolveu que não se interessava neste combate. Marcou para encarar Johny Hendricks e esnobou a chance de fazer um dos combates mais esperados da história do UFC.

9. Rashad Evans no peso médio?

Campeão do TUF no peso pesado, Rashad Evans cogitou várias vezes descer para os médios se pudesse lutar contra Anderson Silva. Mas um amigo bem próximo do Spider esfriou seus planos: Rogério Minotouro. No UFC 156, o baiano venceu por pontos e tirou qualquer chance do ex-campeão dos meio-pesados se aventurar na divisão de baixo.

10. Anderson x Jones. Não por enquanto...

  • O sonho de todos é um duelo entre Anderson Silva e Jon Jones. Mas o UFC deixou esta luta em ?stand by?, em compasso de espera. Queria que acontecesse apenas em novembro, no aniversário de 20 anos da organização, em Nova York. Além de os rumores esfriarem, o Ultimate não conseguiu liberar o MMA no estado de Nova York, e a proibição segue em vigor.

Ao fim disso tudo, só um sobreviveu: Chris Weidman. O norte-americano fez sua última luta há um ano, viu toda esta novela passar por seus olhos e em muitas vezes admitiu que não acreditava que conseguiria lutar contra Anderson Silva tão cedo. Não só conseguiu, como neste sábado terá a chance que poucos tiveram, de bater o maior lutador do Ultimate na história. Uma coisa ele já provou que tem: sorte.