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Invicto, jovem supera desconfiança dos pais com MMA e espera chamado do UFC

Thomas Almeida tem 12 lutas como profissional, com 8 nocautes e quatro finalizações - Maurício Dehò/UOL
Thomas Almeida tem 12 lutas como profissional, com 8 nocautes e quatro finalizações Imagem: Maurício Dehò/UOL

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

09/08/2013 06h55

A academia Chute Boxe fez fama em Curitiba ao criar ídolos como Anderson Silva e Wanderlei Silva. Atualmente, no entanto, é a filial de São Paulo quem tem revelado talentos para o MMA: Felipe Sertanejo, Charles do Bronx e até o novato Bruno, do KLB, estão lá. Mas é um outro jovem que tem despertado a atenção e surge como esperança de brigar no topo - preferencialmente no UFC: Thomas Almeida, de 22 anos, invicto em 12 combates que venceu apenas por nocaute e finalização e sempre no primeiro round.

A entrada no Ultimate é iminente e Thomas está pronto para ir para as cabeças, afirma o técnico Diego Lima, que comanda a Chute Boxe. Mas as vitórias foram suadas. A começar com as batalhas travadas dentro de sua própria casa, já que a família do paulistano não gostou de quando ele passou de um praticante de artes marciais para um lutador, de fato.

“Eu comecei a lutar aos 13 anos, com o muay thai. Entrei na academia do Macaco (Jorge Patino, ex-UFC), morava perto dela, e tive este primeiro contato lá”, conta ele, que ainda não era grande fã do vale-tudo, apesar de acompanhar o Pride. “No começo foi muito difícil em relação à minha família. Eles não me apoiaram. Meu pai me colocou na luta para eu ter uma rotina, disciplina. Mas o fato de eu competir não agradava. Minha mãe sempre odiou. Depois eles foram cedendo, vendo que era verdadeiro, que eu queria isso. Hoje em dia eles me dão muito suporte.”

Os amigos também olhavam torto para sua ideia de ser lutador. “Isso não dá futuro”, “você tá louco?”, ouvia ele.

O próprio Thomas teve seu preconceito com o MMA, antes de apostar na modalidade. “Porradeiro” do muay thai, ele não queria treinar jiu-jítsu, tinha um pé atrás em ir para o chão. Acabou se convencendo, passou a praticar outras lutas e, depois de fazer 30 lutas amadoras de muay thai entre os 16 e 18 anso, ganhando “merrecas que não dariam para pagar uma cirurgia se quebrasse um dente ou braço”, estreou a nova carreira.

Nesta sexta-feira ele faz seu 13º combate, pelo Alfenas Balada Fight, encarando Willidy Viana na categoria pena, uma acima do seu normal (peso galo, até 61 kg). Antes deles, foram oito nocautes e quatro finalizações, em que se destacaram um triunfo nos Estados Unidos, pelo Legacy, e seu último compromisso, pelo MMA Super Heroes, quando quase foi nocauteado, mas se recuperou e venceu ainda no primeiro round, num duelo impressionante.

“Meu estilo vem da trocação, vem do que fez a Chute Boxe renomada. Meu forte é a porrada. Para quem não me conhece, pode esperar para ver que a porrada é meu forte e o que pretendo mostrar”, conta o peso galo, que fez dois anos de faculdade de Educação Física, mas trancou para treinar e dar aulas de muay thai. “Meu sonho é entrar no UFC, e o mais rápido possível. Estou por eles, a vontade é de estar lá.”

Experiência com o Ultimate, ele já tem. Pelo menos ao lado do octógono. Na edição de Fortaleza, foi corner de Felipe Sertanejo e de Leandro Buscapé, atletas com quem treina diariamente (Buscapé, na verdade, trocou a Chute Boxe e foi para a Team Nogueira SP) e que são fonte de inspiração em sua carreira 

“O Sertanejo, o Charles... só de estarem lá dentro, eles passam uma confiança que é fora do normal. Treinar com eles me dá uma confiança a mais para eu enfrentar qualquer pessoa. Não estou no mesmo nível, mas me mostra que se treino com os caras que estão lá, eu também posso chegar. Fui ao corner em Fortaleza e foi um aprendizado”, conta.

E o paulistano sonha alto e até se arrisca a falar de Renan Barão, atual campeão interino de sua categoria. “Eu luto numa categoria bem interessante, são menos atletas e dá  para subir rapidamente. Não conheço o Barão pessoalmente, mas o considero o campeão, é ele quem está na ativa batendo em todo mundo. Mas, se eu treinar bastante, ganhar maturidade e tiver uma boa tática, sei que posso vencer.”