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Belfort diz que 1ª luta com Hendo foi em período obscuro após drama da irmã

Maurício Dehò

Do UOL, em Boca Raton (EUA)

08/11/2013 06h00

Vitor Belfort tem uma carreira de destaque no MMA, mas o período entre os anos de 2004 e 2006 representou seu pior momento como lutador, reflexo de problemas também no campo pessoal. O desaparecimento de sua irmã, Priscila, afetou o lutador, que teve uma série longa de baixa, com a derrota para Dan Henderson representando o último capítulo de uma maré, que ainda teve um flagra por doping. Neste sábado, ele tem a chance de apagar esta mancha, na revanche pelo UFC Goiânia.

O primeiro combate entre Belfort e Henderson aconteceu no Pride 32, em 2006. A organização japonesa sediou o evento em Las Vegas, com um card cheio de estrelas: Fedor Emelianenko, Maurício Shogun e Josh Barnett, além do brasileiro, que vinha em má fase. E o resultado foi a quinta derrota em uma série de sete lutas para o carioca.

“Eu ainda estava com a cabeça muito no negócio da minha irmã, eu não estava legal”, relembrou Vitor ao UOL Esporte. Priscila desapareceu em janeiro de 2004, quando deixava seu trabalho, num caso que mobilizou e desgastou muito a família Belfort. O caso nunca chegou a ser concluído, apesar de diversas prisões, e é um tema que incomoda o ex-campeão.

Ao relembrar o duelo, Vitor não entra em detalhes, e mostra que não gosta de falar muito sobre ele. A luta durou todos os três rounds e terminou com a vitória por pontos de Henderson, que dominou boa parte das ações. Sem apostar na sua trocação, Vitor deu ênfase à luta de chão. Henderson esteve por cima por boa parte do combate, foi varrido algumas vezes, mas o brasileiro não conseguiu capitalizar, em uma performance bem abaixo de seu padrão.

Além do resultado negativo, Vitor Belfort acabou sendo pego em um exame antidoping com excesso de testosterona no sangue, adicionando mais peso ao período obscuro pelo qual passava.

“Eu não estava estimulado, não estava focado. Eu estava desmotivado, eu acho. E para mim a motivação é tudo”, explica ele. “Mas não é desculpa, ele me venceu, e agora vou ter a chance de enfrenta-lo novamente e apagar esta primeira luta que fizemos.”

  • Arquivo/Folhapress

    Priscila Belfort sumiu em 2004; na imagem ao lado, Belfort participa de evento com a mãe, que usa camiseta com mensagem sobre a filha

Depois da derrota e do flagra por doping, Vitor Belfort conseguiu reverter o momento de baixa e hoje, sete anos depois, vive um de seus melhores momentos. Desde lá, foram nove vitórias em 11 lutas, sendo derrotado apenas por Anderson Silva e Jon Jones, os maiores nomes do MMA na atualidade. Se vencer a revanche contra Henderson, Vitor disputará o cinturão dos médios contra o vencedor de Chris Weidman x Anderson Silva, luta marcada para 28 de dezembro.

Na vida pessoal, o lutador e a mulher, Joana Prado, também tiveram uma virada. Eles se tornaram evangélicos, marcando também uma mudança de comportamento do carioca, que hoje mora em Boca Raton, na Flórida (EUA), com Joana e os três filhos do casal: Davi, Vitória e Kyara.

Entre os últimos acontecimentos no caso de Priscila Belfort, em julho deste ano, a polícia chegou a prender Leonardo Luiz Batista, conhecido como "Léo Bicudo", considerado um dos suspeitos de participar do sequestro. A polícia trabalhava com a possibilidade da garota ter sido morta no Morro da Providência, também na capital carioca.

Belfort e Henderson são os protagonistas do UFC de Goiânia, que terá neste sábado acompanhamento do Placar UOL. Cezar Mutante e Daniel Sarafian fazenda a luta coprincipal, em um duelo que deveria ter sido a final dos médios do primeiro TUF Brasil, mas que não aconteceu devido a uma lesão do segundo. O card preliminar começa às 20h e o principal, às 23h.