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Ex-campeão do UFC luta com palito de dentes na boca, vence e é premiado

Do UOL, em São Paulo

15/02/2015 08h02

Ben Henderson voltou. Ex-campeão dos leves no UFC, o lutador norte-americano recuperou no último sábado (14) uma série de elementos que fizeram dele um dos principais nomes do circuito de MMA durante um bom tempo. Em sua estreia na categoria meio-médio, ele venceu Brandon Thatch com um mata-leão no quarto round, revelou planos para seguir no novo peso e até resgatou um de seus episódios mais polêmicos: Henderson voltou a lutar com um palito na boca.

A história remonta a 2012, quando Henderson ainda era o campeão dos leves do UFC. Num embate com Nate Diaz, o norte-americano foi flagrado por câmeras de TV com um palito na boca. Na época, isso gerou enorme polêmica por causa do risco – ele podia engasgar ou se machucar se engolisse o artefato, por exemplo.

A explicação de Henderson para o palito de dentes de 2012 foi o hábito. O norte-americano costumava usar o objeto entre os dentes durante os treinos, e essa prática se estendeu para as lutas. A comissão atlética do UFC só verifica se os lutadores estão usando protetores bucais, mas não faz uma busca para tentar coibir outros tipos de artefatos.

Henderson ainda não falou sobre o palito do último sábado (14), mas a volta do objeto foi um símbolo. Trata-se de um elemento emblemático num processo de retomada de um lutador que esteve perto de limpar sua categoria, sofreu duas derrotas consecutivas e teve de se reinventar.

Esse processo incluiu uma mudança de peso – Henderson subiu para o meio-médio e substituiu o lesionado Stephen Thompson na luta contra Thatch, principal evento do UFC em Broomfield, Colorado (EUA). O antigo campeão dos leves tem apenas 1,75m e 1,78m de alcance. O rival dele, que vinha de dez vitórias consecutivas, tem 1,88m e 1,89m de alcance.

“Eu sabia que ele seria muito forte no início da luta, e por isso eu tive que me movimentar muito. Para falar a verdade, estou muito cansado”, disse Henderson depois da luta.

Thatch chegou a dominar os primeiros rounds, mas o ex-campeão dos leves, que é faixa preta de jiu-jitsu, aproveitou um descuido do rival para encaixar uma finalização. “Acho que ganhei a luta no começo, mas talvez tenha usado mais força do que deveria. Ele já é muito experiente, e eu ainda preciso melhorar nisso”, disse o lutador derrotado.

A finalização de Henderson rendeu à luta o prêmio de evento da noite. Cada um dos participantes do duelo levou um bônus de US$ 50 mil (R$ 141,7 mil) por causa disso.

"Gostei [da experiência de lutar entre os meio-médios]. Ouvi dizer que tem um cara chamado MacDonald no Canadá e que ele está precisando de um adversário. Se me chamarem, estou dentro", avisou Henderson sobre Rory MacDonald, lutador do meio-médio.

Brasileiros perdem em decisões dos árbitros

Se foi bom para Henderson, o UFC em Broomfield não rendeu boas lembranças para os brasileiros. Michel Trator (no card principal) e Rodrigo Monstro (no card preliminar) foram derrotados, respectivamente, por Kevin Lee e Efrain Escudero.

Os dois brasileiros perderam em decisões unânimes dos árbitros. Aliás, cinco das dez lutas da noite acabaram assim (houve quatro finalizações e apenas um nocaute).

Veja os resultados do UFC em Broomfield:

Card preliminar
James Moontasri venceu Cody Pfister por finalização
Zach Makovsky venceu Tim Elliot por decisão unânime
Chas Skelly venceu Jim Alers por nocaute técnico
Efrain Escudero venceu Rodrigo Monstro por decisão unânime

Card principal
Ray Borg venceu Chris Kelades por finalização
Kevin Lee venceu Michel Trator por decisão unânime
Daniel Kelly venceu Patrick Walsh por decisão unânime
Neil Magny venceu Kiichi Kunimoto por finalização
Max Holloway venceu Coe Miller pode decisão unânime
Bem Henderson venceu Brandon Thatch por finalização