Brasileira supera medo e "porcarias" para recomeçar mais leve no UFC
Uma nova Jéssica Andrade vai "estrear" no UFC 199, neste sábado (4), contra a americana Jessica Penne. E o recomeço não é apenas por causa da troca de divisão - do peso galo (61 kg) para o peso palha (52 kg) -, mas também por uma mudança grande de mentalidade e estilo de vida.
Baixar de categoria no MMA muitas vezes exige sacrifício. No caso de Jéssica, ela precisou reencontrar a disciplina que um atleta deve ter: deixou de lado frituras, pizzas e biscoitos para integrar ovo, frango e batata doce ao seu dia a dia.
"Eu comia muita porcaria no 61 [kg], não tinha muita preocupação para baixar peso, porque chegava sempre bem. Chegava com 63, 64, 65 kg na hora da luta. Nessa categoria [52 kg], vou pegar as meninas da mesma altura, e a minha força é até maior, porque lutava no 61 com meninas de quase 70 kg. Agora tenho certeza de que entrei na categoria certa", disse Jéssica ao UOL Esporte.
Não só os hábitos alimentares mudaram. Ela também superou o medo que tinha no início da carreira de perder peso para lutar, fruto de uma experiência ruim em 2012. Foi quando tentou baixar para 55 kg para enfrentar Kinberly Novaes no Nitrix Champion Fight. Resultado: ficou 1 kg acima do peso, passou mal e acabou derrotada logo em seu terceiro combate no MMA profissional.
"Tinha medo de que se eu fosse baixar ia ficar muito mal, não ia conseguir. Já tinha feito uma tentativa de 55 kg e fiquei muito mal, mas na época não sabia baixar direito, fazer dieta, não tinha as pessoas certas para me orientar. Tomei muito diurético, que na época podia, e me prejudicou muito", lembrou.
"Três ou quatro socos"
Agora, porém, a história é outra, e a confiança de Bate-Estaca com seu novo corpo fica evidente na expectativa que ela tem de nocautear Penne com poucos golpes. Sua trocação, segundo ela, não vai ser afetada pela perda de peso.
"Já fiz alguns testes, de força, de velocidade. A velocidade realmente aumentou muito. Perdi, sim, um pouco de força, mas o 'punch' continua muito pesado, o chão está pesado, estou muito forte. Não fez muita diferença, e tenho certeza de que na hora só vou precisar de três ou quatro socos".
Um nocaute bonito, uma finalização habilidosa ou uma vitória convincente em três rounds: são esses os caminhos apontados por Jéssica para chegar mais perto da disputa do cinturão da categoria, que será defendido pela polonesa Joanna Jedrzejczyk contra a brasileira Claudinha Gadelha em 8 de julho. Por isso, ela vê a ex-desafiante Penne como "a adversária certa na hora certa".
"Se ela é pedreira, eu sou montanha", brincou Jéssica. "É uma grande atleta, excelente lutadora, tem um chão muito bom. Mas bate em linha, tem resposta muito lenta, e se toma pancada forte, se fecha e não consegue reagir. É a brecha certa para a mão pesada".
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