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Por cinturão do UFC, brasileiro diz que enfrentaria até amigo

Lutador brasileiro Alexandre Pantoja - Divulgação
Lutador brasileiro Alexandre Pantoja Imagem: Divulgação

Vanderson Pimentel

Do UOL, em São Paulo

12/08/2017 04h00

Sem pressa, mas com um objetivo muito claro de fazer história. É assim que Alexandre Pantoja vai escrevendo o seu nome no UFC. O carioca ainda é um desconhecido da maior parte dos fãs brasileiros, mas com sua ascensão em menos de 1 ano na organização, o peso mosca espera que já em 2018 consiga a chance de destronar o reinado absoluto de Demetrious Johnson na categoria.

Natural do Rio de Janeiro, o lutador começou a praticar jiu-jítsu ainda criança, com o famoso mestre Oswaldo Alves. Após uma passagem de 8 meses por Salvador, o jovem migrou para Arraial do Cabo, começou a treinar muay thai, e ainda aos 17 anos, migrou para o MMA.

Até então com 7 vitórias e uma derrota, suas perspectivas foram a outro nível após seu segundo revés, aos 20 anos, quando perdeu para Jussier Formiga no Shooto 16. Apesar da derrota, Pantoja mostrou um nível acima dos demais e foi convidado pela Nova União a participar dos treinamentos da equipe, comandada por André Pederneiras.

Alexandre Pantoja e José Aldo - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Imagem: Reprodução/Facebook

Em entrevista ao UOL Esporte, o atleta, que agora tem 27 anos, diz que suas últimas 11 vitórias em 11 combates têm muito a ver com a oportunidade de fazer sparrings contra José Aldo, Renan Barão e também o seu ex-adversário Jussier Formiga. “Eu sou muito grato ao Pederneiras, ele sempre abriu as portas da academia para mim. Sempre quando eu estou no Brasil eu gosto de ir na Nova União. Já treinei em vários lugares do brasil e dos EUA, e posso afirmar que o sparring da Nova União, a gente até brinca, fala que é desumano, porque é muito forte”, afirmou o ‘the cannibal (canibal, em inglês)’.

O lutador cresceu tanto de nível que foi convidado pelo UFC em 2016 a participar do TUF que reuniu campeões de diversos eventos em que o vencedor disputaria o cinturão do peso mosca da organização. Mesmo perdendo no terceiro combate para o japonês Hiromasa Ogikubo, suas vitórias contra Brandon Moreno e Kai Kara France renderam um contrato a Pantoja, que entrou na casa após ganhar o cinturão dos eventos WOCS e RFA.

Duelo entre amigos?

Mas não foi só o contrato com o UFC que Pantoja ganhou do TUF. Treinador do atleta no reality show, Henry Cejudo virou também um grande amigo, com quem o brasileiro faz sparrings antes de suas lutas, e também ajuda o americano quando ele está prestes a entrar no octógono. Peso mosca assim como o especialista em Wrestling, o brasileiro admite que enfrentaria o seu companheiro com o maior prazer.

Alexandre Pantoja e Henry Cejudo - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

“Claro que eu aceito lutar contra ele. Mas eu já falei que quero lutar contra ele quando ele for o campeão do UFC, eu acho que tanto eu quanto ele iriamos ficar muito felizes se essa luta acontecesse. Claro que eu quero ganhar do Demetrious Johnson, mas caso não seja uma disputa contra ele, que seja contra o Cejudo, e que se for para eu lutar com ele, que seja pelo cinturão. Eu luto com ele quase todo dia na academia, e se for para recebermos, melhor para nós dois”, brincou.

Passo a passo

Mesmo tendo a ambição de vencer o UFC, Pantoja não acredita que uma luta pelo cinturão seja o ideal neste momento. 13º do ranking, o lutador, que já tem duas vitórias no UFC contra Eric Shelton e Neil Seery na organização, deseja fazer no mínimo mais duas lutas antes de disputar um possível título.

“Minha mentalidade é crescer com calma na categoria. O ideal era eu pegar entre o top 5 e o top 10 para eu continuar fazendo meu nome, me sentir mais confortável no UFC, para que quando eu chegar para lutar eventualmente num título, todo mundo já me conheça e saibam que eu não estou ali por acaso”, afirmou Pantoja, que atualmente possui 18 vitórias e 2 derrotas em seu card.

Possível rival é uma inspiração

Demetrious Johnson não é só um grande lutador na opinião de Pantoja. Para ele, o campeão é também uma inspiração, que o faz buscar treinar mais e mais sempre. “Ele nunca deixou de ser um grande incentivo para eu lutar. Eu quero me experimentar a enfrentar alguém que está nesse nível e o Demetrious é isso é um nível que eu quero estar, é um nível que eu quero lutar contra, e é um incentivo”.

Encarar o campeão que já defendeu o seu título 10 vezes é um objetivo na vida? “Com certeza, e ele me traria muito dinheiro (risos).”