Sem lutar desde 2016, Minotouro volta ao UFC em SP e não pensa em despedida
"Já estou com 42 anos, é hora de começar a pensar em parar". Embora diga isso, Rogério Minotouro deixa claro que só quer "começar a pensar". Após quase dois anos longe do octógono, o lutador volta ao UFC neste sábado (22), em São Paulo, e não pretende se despedir no Ginásio do Ibirapuera.
"Não pensei nisso, não [em se despedir no sábado]. Vou pegar um adversário duro, um cara que nocauteia. É hora de me testar, saber como estou e como encaro a pressão. Só o que está na minha cabeça agora é que tenho de partir para o nocaute", afirmou ao UOL Esporte.
Quando foi questionado sobre a possibilidade de seguir a mesma trajetória do irmão, Rodrigo Minotauro, o atleta despistou. "Tenho de ver por quanto tempo vou treinar e lutar bem. As competições vão dizer quanto tempo tenho para fazer essa transição de carreira", apontou.
"Estou motivado por lutar com um cara de alto nível. A estratégia é fazer uma luta de boxe. Ele tem experiência em boxe, mas eu também gosto da luta de boxe. A estratégia é partir para o nocaute", completou, com a firmeza que já é velha conhecida do público.
O elogiado oponente é o norte-americano Sam Alvey, que se declarou igualmente empolgado com a perspectiva de enfrentar o brasileiro no card principal. Mas Minotouro terá de superar outro desafio no octógono: o fato de que não faz uma luta oficial desde novembro de 2016.
A Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada) o absolveu da acusação de doping. A organização considera que ele, Júnior Cigano e Marcos Pezão foram vítimas de farmácias de manipulação que venderam suplementos com substâncias proibidas.
O atleta poderia se sentir injustiçado, mas Minotouro parece apenas querer esquecer. "Voltar [a lutar] no Brasil é motivação. Vamos esquecer o que passou, agora é seguir em frente. Essa é a vida do guerreiro mesmo, passar por dificuldades", disse, sorrindo.
"Estou envolvido com artes marciais desde pequeno. Acho que é o amor pelo que faço... Isso faz com que você sempre pense na parte positiva. Quando se gosta mesmo do negócio, você vai para cima e quer sempre tentar mais uma vez, dar mais uma chance", explicou o brasileiro.
Ele contou com um ajudante de peso (tecnicamente, trata-se de um ajudante de "peso-médio") na última semana de preparação para a luta: uma visita de Anderson Silva. Por ser canhoto como Sam Alvey, o Spider passou algumas dicas de estratégia ao amigo.
"Ele sempre está junto, treinando de alguma maneira. A gente ficou junto por algum tempo e ele passou bastante experiência, estratégia. A gente viu algumas lutas do adversário. O Sam Alvey é canhoto, e o Anderson também, então sabe como um canhoto se porta", contou.
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