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José Aldo e Demian Maia: lendas que querem largar o MMA por novos projetos

Marcel Rizzo

Do UOL, em Fortaleza

03/02/2019 04h00

José Aldo, 32, e Demian Maia, 41, fizeram o mesmo pedido após vencerem seus combates no UFC Fortaleza, já na madrugada deste domingo (3): estar mais uma vez esse ano no Brasil. Em comum, os dois têm mais duas lutas de contrato com o UFC e projetam a aposentadoria depois desses confrontos. Há uma diferença, porém: Aldo acha difícil, mas poderia disputar ainda o cinturão dos penas, apesar de já ter perdido duas vezes para o campeão atual, Max Holloway.

"Agora é voltar para a academia e me preparar para a próxima luta. Quero lutar aqui no Brasil de novo. Estão dizendo que o UFC volta para Curitiba esse ano. Minha primeira luta pelo UFC foi em um estádio de futebol, seria muito especial lutar em um estádio novamente", disse Aldo, segundo do ranking, após vencer Renato Moicano, o quinto, por nocaute no segundo assalto.

Ainda não está confirmado, mas há boa possibilidade de o principal evento do UFC no Brasil ser este ano ser na capital do Paraná, na Arena da Baixada, em maio, com Amanda Nunes x Holly Holm como luta principal provavelmente (o UFC não confirma, ainda). Nunes é única representante do Brasil que atualmente tem cinturão no UFC, dois, penas e galos. Não se sabe quem poderia ser o rival de Aldo, mas vários lutadores foram às redes sociais na madrugada deste domingo pedindo Aldo no octógono. Até mesmo Conor McGregor, do peso leve, quem tirou o cinturão de Aldo dos penas em 2015. "Nem pude mostrar meu trabalho naquele dia, ele conectou um golpe eficiente, parabéns. Mas tenho certeza que a situação seria outra agora".

Aldo levou à loucura o público que compareceu ao Centro de Formação Olímpica (CFO), em Fortaleza, que o apoiou desde o início, apesar de o oponente também ser brasileiro -- Moicano é de Brasília. "É muito bom voltar a lutar em casa e voltar a vencer em casa. É sempre muito especial, a torcida está do nosso lado, grita nosso nome. Tento me controlar para não passar dos limites", disse Aldo, que festejou a vitória com sua especialidade de sair do octógono e pular no meio da torcida.

Para Demian Maia, nove anos mais velho do que Aldo, que por duas vezes disputou o cinturão do UFC, sem sucesso, a quase certeza de parar ao fim do seu contrato faz com que mais uma luta no Brasil seja não um pedido, mas quase uma ordem para a cúpula do UFC. "Tenho mais duas lutas no contrato. Eu gostaria de lutar no próximo evento no Brasil para manter o ritmo. Depois mais uma. E aí decidir minha vida, se continuo ou paro". Na vitória contra Lyman Godd, Maia usou o que faz de melhor, o jiu-jítsu, para bater o striker norte-americano.

"Eu sabia que ele era um cara forte, mas não imaginava o quanto. Eu sabia que tinha grandes chances de derrubar, mas a força que ele fez para levantar foi muito grande. Então eu percebi que não era para tentar levá-lo para o chão, mas sim ir para as costas, que é a minha especialidade". Maia projeta que sua próxima luta seja contra Michael Chiesa. 

Ele contou que durante a semana conversou com Aldo no hotel em que estavam concentrados em Fortaleza sobre parar de lutar. "Não é que estamos cansados, eu adoro ir para a academia, o Aldo também, mas temos outros projetos. Eu fiz alguns documentários, por exemplo, algo que quero trabalhar. Mas para eu fazer mais projetos desses, às vezes precisa ter mais tempo, me programar. E como lutador não tem como se programar, pedem a luta tal no dia tal e eu tenho que estar lá. Por isso penso em parar", disse Maia. 

Aldo não revela o que pretende fazer quando parar, mas já tem participado de alguns eventos de futevôlei. Ele confirma, apenas, que não vai sair do esporte. Dois grandes lutadores brasileiros da história do MMA se aproximam da aposentadoria com vitórias e desejando estar mais perto dos torcedores brasileiros.