Topo

Etiene termina ano como ponto fora da curva em meio à crise na natação

Gregory Shamus/Getty Images/AFP
Imagem: Gregory Shamus/Getty Images/AFP

Do UOL, em São Paulo

12/12/2016 06h00

De campeão do Mundial de Natação em Piscina Curta (25 m) com 10 medalhas no total (sendo sete de ouro) a apenas a 13ª colocação, com três. Esta foi a trajetória da natação brasileira em apenas dois anos.

Não fosse a conquista do bicampeonato nos 50 m costas de Etiene Medeiros na noite do último sábado, o país teria deixado a cidade de Windsor (CAN) zerado em ouros. Os outros pódios vieram com a prata no revezamento 4x50 m medley misto, que também contou com a presença da pernambucana, e com o bronze nos 50 m peito com Felipe Lima.

A atleta de 25 anos, aliás fecha em alta uma temporada na qual teve de provar nos tribunais que não se dopou intencionalmente após ser pega com uma substância contra asma em exame surpresa que quase a deixou fora da Olimpíada.

"Esse ano eu aceitei muita coisa. Dor, felicidade. Virei muita página. Terminar o ano com essa medalha me deixa muito leve. Sei que o Brasil passa por muitas coisas difíceis", disse em entrevista ao SporTV.

O desempenho do time nacional no Canadá encerra um ano ruim para o esporte que teve uma campanha pífia na Olimpíada do Rio, sem nenhuma medalha conquistada, algo que não acontecia desde os Jogos de 2004.

A queda de rendimento assusta olhando os números friamente, mas não chega a ser uma surpresa tendo em conta o momento da natação brasileira. A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) vive uma crise institucional após diversas denúncias contra o atual presidente, Coaracy Nunes, e deverá ter um corte brusco de verba em patrocínio para o próximo ano.

A entidade, que recebeu R$ 94,8 milhões dos Correios entre 2012 e 2016, ainda não acertou a renovação contratual. Se mantido o que foi feito com a Confederação Brasileira de Tênis (CBT), a verba para o próximo ciclo poderá ser menos da metade disso.

Somada à crise, as expectativas para a competição em Windsor já eram baixas devido a ausência de astros como Thiago Pereira e Bruno Fratus, que preferiram descansar após um ano desgastante com a disputa da Olimpíada. Assim, o Brasil viajou bastante desfalcado. Foram apenas 13 os representantes contra 27 que competiram há dois anos em Doha.

Por falta de quórum, o Brasil não esteve representado em diversos revezamentos e não contou com nenhum velocista, por exemplo. Se há algo de positivo, é que a performance brasileira foi a melhor em um ano olímpico desde 2008.