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Correios voltam atrás e mantêm patrocínio ao esporte aquático até maio

Demétrio Vecchioli

Do UOL, em São Paulo

13/04/2017 13h46

O apelo feito pelos nadadores deu resultado e sensibilizou os Correios, que decidiram nesta quinta-feira (13) não encerrar, pelo menos por enquanto, o patrocínio histórico à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), que já dura mais de 25 anos. Além disso, o interventor Gustavo Licks prometeu entregar um plano de melhorias na gestão da entidade esportiva até o final de maio, com foco na transparência e maior rigidez nos controles internos.
 
No final de semana passado, no “Dia da Natação”, nadadores e ex-nadadores de todo o país fizeram uma campanha online na qual postaram imagens de momentos históricos de suas carreiras, sempre apoiados pelos Correios. Essas fotos eram sempre acompanhadas da mensagem “No dia da natação a minha homenagem vai ao maior parceiro da natação brasileira. Obrigado por tudo!” e das hashtags “Correios é Natação” e “Unidos somos mais fortes”.
 
Entre os que postaram imagens assim estavam Cesar Cielo, Thiago Pereira e Gustavo Borges, que durante a semana foram a Brasília para se encontrar com o presidente dos Correios, Guilherme Campos, em mais um ato para tentar convencer a empresa a manter seu patrocínio à CBDA. Outros atletas, como Ana Marcela Cunha, enviaram cartas ao executivo.
 
Depois, quarta-feira, foi a vez de o advogado Gustavo Licks, nomeado pela Justiça como interventor da CBDA, ir a Brasília para se encontrar com o presidente dos Correios. Um dia depois, nesta quinta, a estatal confirmou que vai reestudar o encerramento do patrocínio, anunciado na semana passada depois da prisão do ex-presidente Coaracy Nunes e da cúpula da CBDA. À época, os Correios alegaram que esse cenário desgastava a imagem do patrocinador. A rescisão levaria a CBDA a deixar de receber R$ 11,4 milhões em dois anos.
 
Também pesou favoravelmente à natação o fato de que a modalidade está em vias de seu principal evento, o Troféu Maria Lenk, que começa no dia 2 de maio, no Rio. O torneio deve ser o único a ser transmitido em canal fechado durante a temporada, de forma que os Correios podem usufruir dessa exposição.
 
Em nota, a estatal afirmou que “esse esforço dos Correios demonstra a preocupação da empresa e sua responsabilidade em resolver o assunto com o menor impacto possível aos atletas das modalidades aquáticas”.