Como será o Flamengo-19?

Clube gasta mais de R$ 100 milhões em reforços para pôr fim ao "cheirinho" por grandes taças

Bernardo Gentile, Léo Burlá e Marcello de Vico Do UOL

Após ficar no quase novamente, o Flamengo manteve a postura agressiva no mercado. Desta vez, no entanto, a diretoria não trouxe apostas, mas nomes consolidados no futebol brasileiro, como Gabigol, Arrascaeta, Bruno Henrique e Rodrigo Caio. Os quatro, inclusive, foram as únicas contratações do Rubro-negro até aqui.  

A participação do Flamengo no mercado da bola ainda não acabou. O time ainda busca um zagueiro para este início de temporada. Além disso, o clube tem bem encaminhada a contratação de Rafinha, lateral-direito do Bayern de Munique.

Não são apenas reforço. O Flamengo tratou de renovar com Diego, que esteve próximo de fechar com time dos Estados Unidos. A polêmica envolvendo o goleiro Diego Alves também chegou ao fim com a permanência do atleta.

Por outro lado, o Flamengo decidiu negociar alguns atletas que não tinham mais espaço no elenco de acordo com a diretoria. Réver foi para o Atlético-MG. Rômulo, por sua vez, defenderá o Grêmio na nova temporada.
 

André Rocha: elenco tem qualidade, mas é desequilibrado

A formação usa como referência o elenco atual. Rafinha deve vir para a lateral direita e a direção poderia correr atrás de um volante ofensivo, de infiltração, para chegar e jogar. Willian Arão e Jean Lucas são as opções disponíveis, muito provavelmente porque Abel Braga pensa em armar um 4-1-4-1 com Cuéllar à frente da defesa e Everton Ribeiro ou Diego fazendo companhia a Arrascaeta na articulação por dentro. Acionando Bruno Henrique e Vitinho nas pontas e Gabigol no centro do ataque.
 
Só que esse desenho se desgastou na reta final do trabalho de Maurício Barbieri e Dorival Júnior aprumou melhor o meio-campo com a volta de Arão num 4-2-3-1. É mais equilibrado e móvel, com Everton Ribeiro saindo da direita e abrindo espaços para deslocamentos dos companheiros do quarteto ofensivo. Se Abel insistir nessa formação "ousada" é prudente optar por laterais mais cuidadosos no posicionamento da última linha de defesa. Continua sendo um elenco com qualidade, mas desequilibrado. Caso opte por copiar o Palmeiras com o uso de dois times, como vem sinalizando, deve ter muitos problemas.
 

Perrone: Diego é opção luxuosa para banco de reservas

Imagino o Flamengo em 2019 jogando no 4-3-3, com muita movimentação de meio-campistas e atacantes. Vejo Cuéllar e Arão como os volantes ideais para equilibrar marcação e qualidade no passe. Aposto em um sistema no qual Éverton Ribeiro, Gabriel e Bruno Henrique flutuem constantemente para dar mais opções a Arrascaeta na armação. A mobilidade e proximidade entre os quatro tendem a ser as principais armas do time. Começaria a temporada com Diego como uma excelente e luxuosa opção no banco de reservas.

PVC: Fla precisa evitar que a afobação atrapalhe a temporada

O Flamengo precisa sempre se lembrar de que é vice-campeão brasileiro. Não para se considerar o melhor dos piores, mas para entender que está muito acima do que há cinco anos, quando figurava no meio da tabela e não disputava com chance de título a Libertadores. Para 2019, só se espera títulos nacionais e ou internacionais. Para isso, há passos a seguir: 1. Ser competitivo; 2. Ser envolvente; 3. Ser campeão.
 
A ordem das coisas é essa, ainda que muitas vezes existam saltos. A natureza não dá saltos. O futebol, às vezes sim. Ser campeão antes de ser envolvente é uma possibilidade. Mas isso não permite começarem as críticas antes da hora, de abuso das bolas cruzadas, por exemplo. Calma!
 
Abel Braga era o técnico pretendido por parte da torcida e foi a escolha da diretoria. Agora é preciso deixar o trabalho acontecer. O time é bom, já era em 2018 e será melhorado. Com treinos. A afobação atrapalha.

Juca e Mauro Cézar analisam o Flamengo de 2019

Thiago Ribeiro/AGIF

Medalhões sob risco e copiando exemplo do inimigo alviverde

O Flamengo adotou o modelo que deu certo no Palmeiras em 2019 e terá rodízio na escalação da equipe. Com a chegada de reforços badalados, o técnico Abel Braga terá que se virar para definir um time titular do meio para frente. São muitas opções de qualidade para poucas posições.

Isso quer dizer que algum jogador de alto investimento do clube ficará no banco de reservas. Isso não é novidade, mas não será raro, por exemplo, ver Diego, até então titular absoluto, entre os suplentes. Ou até mesmo Vitinho, contratação mais cara do Flamengo até a chegada de Arrascaeta.

A vaga de centroavante também é bem disputada. Gabigol foi contratado com status de titular. O artilheiro da última edição do Campeonato Brasileiro tem a concorrência de Uribe e Henrique Dourado, que começou bem o ano ao marcar um golaço de bicicleta. O Ceifador, inclusive, tem bom desempenho quando comandado por Abel Braga.

O Flamengo vem demonstrando neste início de ano bom poderio ofensivo, mas também tem sofrido com falhas em sua zaga, que só não foi vazada na vitória por 1 a 0 sobre o Eintracht Frankfurt no ano.  

Até o momento, as bolas alçadas sobre a área têm sido uma dor de cabeça para os defensores rubro-negros, que também têm sido submetidos ao rodízio promovido por Abel. Apesar de já ter escalado todos os jogadores disponíveis para o setor (Thuler está no Sul-Americano Sub-20), o treinador indicou que Rhodolfo e Rodrigo Caio é sua dupla preferida.

Faminto por peças ofensivas no mercado da bola, o Flamengo trabalha silenciosamente por um novo zagueiro, após ver frustradas suas tentativas por nomes como Dedé e Kannemann. Mesmo criticadas, as laterais seguem por enquanto disputadas por Pará, Rodinei, Renê e Trauco, embora no meio do ano Rafinha, do Bayern, já está acerto para ser o novo dono da "camisa 2".

O provável Flamengo titular: Diego Alves, Pará, Rhodolfo, Rodrigo Caio e Renê; Cuéllar, Willian Arão e Everton Ribeiro; De Arrascaeta, Gabigol e Bruno Henrique.

Thiago Ribeiro/AGIF

Mais de R$ 100 mi em reforços para acabar com "cheirinho"

O Flamengo superou os R$ 100 milhões para se reforçar neste mercado da bola. A verba é oriunda da venda de atletas, plano de sócio-torcedor e verba de transmissão dos jogos. Mesmo sem patrocínio definido para a atual temporada, o Rubro-negro se mostrou consolidado com postura ofensiva no mercado da bola.

Confira o que foi investido em cada reforço:

Rodrigo Caio (São Paulo) - R$ 22,2 milhões
Arrascaeta (Cruzeiro) - R$ 63,7 milhões
Gabigol (Inter de Milão) - Sem custo, apenas salário
Bruno Henrique (Santos) - R$ 23 milhões

Essas opções me deram um grupo, isso é importante. Que a gente não possa ter medo. Claro que existe uma ou outra carência. Isso aqui é Flamengo, tem um peso muito grande"

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