E o Pato?

Para os blogueiros Ricardo Perrone e Menon, ele não se firmou em nenhuma função

Do UOL, em São Paulo Marcello Zambrana/AGIF

Um bate-papo sobre futebol é das atividades favoritas dos brasileiros, antes, durante e depois da rodada. Futebol é um tema infinito. Conversa é a nova série do UOL Esporte que pretende fazer justamente isso: conversar sobre futebol.

A cada episódio, dois nomes do universo esportivo vão discutir um único tema futebolístico. Podem esperar ex-jogadores, técnicos e o time de blogueiros do UOL dando seus pitacos por aqui. Para começar, os blogueiros Ricardo Perrone e Menon falam sobre Alexandre Pato.

Afinal, o que acontece com o craque do São Paulo?

Duda Bairros/Agif

Ricardo Perrone: Você acha que o Pato sentiu as vaias em Itaquera?

Menon: Sentiu, sim. Acho que a questão anímica é presente na carreira dele. Para ele, não existe aquele jogo que você precisa ganhar ou ganhar. Ganhar na marra.

Perrone: Pois é. No Corinthians muita gente falava que ele era alienado. Não sentia o jogo.

Perrone: No caso do Corinthians, acho que ele sofreu um pouco de preconceito desde o começo. Sabe aquela coisa de: "esse não tem o perfil do clube"?

Menon: A apresentação dele no São Paulo mostrou um sujeito carente, toda hora dizia estar feliz para voltar a conviver com a mãe. Ele saiu de casa com 12 anos. E ficava declarando amor para namorada e à família linda dela... Falta sangue no olho.

Perrone: É, torcedor não liga para essas coisas se o cara estiver fazendo gols. Mas se estiver mal, começa a reclamar.

Duda Bairros/Agif

Menon: A questão tática é complicada também. Ele tem 30 anos, todo mundo sabe que é bom de bola, mas ainda se discute se é centroavante, atacante que vem de trás e chega na área ou atacante de lado

Perrone: Sinal de que ele não se firmou em nenhuma função. Agora, contra o Corinthians, não foi um problema só dele, né? O time todo jogou mal.

Perrone: Um leitor me disse no Twitter que o Pato foi superestimado pela imprensa. Daí fui reler as matérias da estreia dele pelo Internacional contra o Palmeiras. Parece que teve um exagero mesmo. Às vezes, a gente cria uma expectativa maior do que o jogador pode entregar. Será que ele realmente pode entregar o que se esperava dele?

Menon: Ah, não mais. Houve contusões também, temos de ser justos. A expectativa baixou. Ninguém pensa mais que ele possa jogar na Europa. Mas a dúvida é se ele pode ser um diferencial no Brasil.

Perrone: Diferencial, aquele cara que desequilibra, não acho.

Marcello Zambrana/AGIF

Perrone: Mas ele pode de ser útil. E você, o que acha?

Menon: Acho que pode ser útil, sim. Mas não vai ser um grande destaque, não.

Menon: Ele vai para o jogo como se fosse para o Teleton do sogro.

Perrone: Hahahaha. Pois é, esse lado dele parecido com o do Neymar, de celebridade, irrita demais a torcida quando o cara vai mal em campo. Se estiver metendo gol, pode ter foto dele na balada com copo de uísque na mão que ninguém fala nada. Se estiver mal, vão reclamar se ele estiver na missa com a namorada.

Menon: Pato vai fazer 30 anos. Este é o último contrato longo dele, termina em dezembro de 2022. É um momento crucial. Precisa mudar a imagem que passa. Ser mais jogador e menos celebridade.

Perrone: Resta saber se ele quer isso. Se está disposto a sacrificar um pouco a sua vida particular para se concentrar mais.

Perrone: Agora, o SPFC sabia de tudo isso quando contratou.

Menon: Sim, mas contrata no desespero...

Perrone: Para variar.

Menon: Até a próxima...

Perrone: Valeu, abraços.

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