Você não é a Ingrid?

Minha História: O relato da saltadora olímpica que foi humilhada mundialmente por fazer algo que todos fazem

Ingrid Oliveira Especial para o UOL, em São Paulo Marcus Steinmeyer/UOL

Às vezes, as pessoas me param na rua e perguntam: "Você é a Ingrid?". E eu espero a continuação "... da Olimpíada?". Eu já imagino a pessoa lendo aquelas matérias falando de mim: maratona de sexo selvagem, orgia, polêmica. As pessoas adoram usar essa palavra para falar de mim. "Polêmica". Isso quando não falam da minha bunda.

Um dia eu abri meu Instagram e estava lá, o Calvin Harris, um dos meus DJ's preferidos, me seguindo. Qualquer garota ficaria "ai meu Deus". Mas tudo que eu consegui pensar foi: Será que chegou no ouvido dele? Será que ele também leu aquilo? Para você entender o tamanho disso.

Eu fui detonada pelo mundo inteiro. Eu fui assediada. Recebi pornografia. Recebi proposta para fazer programa - sexual, não de televisão. Eu perdi trabalhos. Fui atacada por jornais do mundo inteiro. Na Wikipedia, eu fui definida como a 'A menina que fez salto com vara'.

Uma parada muito bizarra. Criaram uma história e repostaram, repostaram e repostaram. Colocaram rótulos, espalharam mentiras, escreveram histórias que não vivi. Tudo porque eu sou uma mulher que faz sexo. Chegou a vez de eu contar quem eu sou e o que vivi.

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Se você está lendo este relato, eu sei o que você quer saber. A fofoca da Olimpíada. Então eu vou contar a verdade. E a única verdade é que eu levei o Pedro (Pepe Gonçalves, atleta da canoagem slalom) para o meu quarto. Mas não foi na véspera da minha competição, nem da competição dele. Ele não passou a noite comigo. Eu não expulsei ninguém do quarto. Eu não fui expulsa da Olimpíada. Colocaram de uma forma que pareço uma desmiolada.

As pessoas não sabem, mas nas Olimpíadas isso é normal. Vocês devem ter visto o número de camisinhas que eles distribuíram na Vila. Tinha no refeitório e em todos os lugares. Era para quê? Para fazer balão e sair voando? O Bolt levou a menina sem credencial para o quarto. Um bando de gente fez Tinder para ficar se pegando. Acreditem, lá isso é uma coisa normal. A diferença é que outros casos não vazaram. E não havia acontecido com uma atleta mulher para que pudessem apontar o dedo.

Eu conheci o Pedro no Pan de Toronto, mas só por rede social. Na Olimpíada, nos encontramos na área de convivência e começamos a conversar mais. Vamos jogar a real, ele é um cara bonito. Não fui só eu quem achou. A gente ficou uma vez, duas vezes... Antes da cerimônia de abertura, falei para minha dupla e colega de quarto na época que iria levá-lo para lá. Ela deixou. E não era uma coisa que só eu fazia. Ela, e muitos outros, também já fizeram isso em várias competições.

Eu jamais poderia imaginar o que isso causaria. A notícia vazou e o COB descobriu. No dia seguinte à abertura, eu estava jantando com o pessoal da ginástica e me chamaram com urgência. Nem consegui terminar de comer, larguei minha bandeja. Eu e o Pedro chegamos lá e falaram que poderiam nos expulsar, mas não fariam isso porque tínhamos histórico impecável. Meu Deus do céu. Eu não sabia se chorava ou ficava feliz por não ser expulsa.

O pior estava por vir. Depois de alguns dias, o COB nos chamou de novo: 'vai sair no jornal amanhã'. Eu não dormi. Acordei às 5h, li a matéria e chorei para caramba. Em poucas horas, já tinha saído em todos os lugares do mundo. Alemanha, França, Portugal, Chile, Estados Unidos, Austrália. Meu Instagram passou de 90 mil para 250 mil seguidores. Um bando de gente me xingando, me xingando, me xingando. Eu ia apagando um comentário por um.

Nesse dia, eu chorei o treino todo, não conseguia fazer nada. Chegava no treino, chorava. Minha técnica mandava eu me concentrar. Fiz a série toda e nem me lembro como. Só chorava e pensava nisso. À noite, minha sensação era de que eu tinha perdido toda a água do corpo. Devo ter perdido 15 litros em lágrimas.

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Eu achei que seria expulsa. Tinha vergonha de andar na Vila Olímpica. Se alguém me olhasse, eu já pensava: "Ferrou, tá me julgando, tá me julgando". Foram dias horríveis. Eu não saía mais para tomar café da manhã. Se o meu treino fosse só de tarde, eu acordava meio-dia só para almoçar antes do treino. Eu sempre pulava alguma refeição.

O que eu fiz foi errado e eu tenho consciência disso. Eu me torturei muito: "Eu tô errada, eu tô errada"... Mas, aos poucos, fui percebendo que o tratamento dado a mim não era justo. A imprensa fez um estardalhaço. A história foi totalmente distorcida. Eu queria contar a minha verdade, mas a minha técnica falava: "Não é o momento. Isso vai ser esquecido". Não foi esquecido.

Só teve uma matéria, uma única no mundo inteiro, que foi a meu favor. O título era: "Sua mãe também transa". Fiquei super feliz de alguém ter pelo menos tentado entender o machismo que eu sofri.

Eu entrava no Instagram do Pedro e não tinha xingamento. Era: "parabéns, você é o fodão". Saiu uma foto no jornal em que está a cara dele com uma medalha de ouro e a minha foto dentro. O pior comentário que eu via era 'sem foco'. Sem foco!? Nem um "vadio". Nem um "puto". Nada. As pessoas que tratam o homem como 'o garanhão' são as mesmas que chamam a mulher de vadia, de puta. Era ridículo.

Já no meu Instagram, além de estarem me xingando muito, escreveram coisas nojentas que não quero nem repetir. Sem contar uma porrada de nudes que me mandavam por direct. Eu abria a minha galeria e tinha um monte de nudes. Teve até um que perguntou: "Quanto você cobra pra fazer sexo comigo?". Ai que ódio. Minha vontade era excluir da humanidade. Tem essa opção? Abrir um buraco negro e jogar a pessoa lá?

Todas as formas possíveis e imagináveis de escrever 'bunda' estão bloqueadas no meu Instagram. Bunda, bunnda, bundaa, bundda, buunda. Tem muita coisa... 'polêmica', 'gostosa'. São tantos comentários idiotas que você fica: "Caramba. Não aguento mais ficar apagando esse troço. Que inferno".

É tudo tão louco que fizeram um levantamento e eu fiquei como uma das cinco atletas mais comentadas da Olimpíada no mundo inteiro. Eu, Simone Biles, Michael Phelps. Eu tenho mais seguidores que o Jack Laugher, que ganhou ouro na Olimpíada. Sabe por quê? Porque eu simplesmente transei. Eles fizeram minha bunda valer mais que uma medalha olímpica.

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Quero aproveitar este espaço para ser justa com algumas pessoas. A verdade é que eu e minha ex-dupla brigamos e paramos de nos falar. Tivemos uma discordância nos treinos e essa situação causou muito estresse. Ela teve uma parcela de culpa porque, se tivesse mantido em segredo, assim como eu mantinha em segredo os casos dela em outras competições, ninguém saberia de nada. Mas não foi ela quem vazou para a imprensa. Eu sei quem foi e não vale a pena dizer. Também não tenho nada de ruim para falar do Pedro. Ele me apoiou totalmente, o tempo todo. Não foi machista.

Muitas coisas aconteceram depois das Olimpíadas. Eu passei a ser vista como a 'piriguete'. Marcas não quiseram fechar comigo. As pessoas tinham muito preconceito e me viam como 'a que faz merda o tempo todo'.

O trauma foi tão grande que eu fiquei três dias sem sair de casa. Eu tinha vergonha. Na época, alugava um quarto na casa de uma amiga. Eu ficava com vergonha de olhar para a mãe dela. E olha que ela me tratava como filha.

Eu também tinha muito medo de me relacionar com alguém, de que muitos caras achassem que eu era fácil. Achava que eles iam ficar comigo e tchau. Eu só fiquei com o Gabriel, meu atual namorado, porque ele já me conhecia antes. Sabia que eu namorava sério.

A minha vida financeira também ficou difícil. Nos saltos, já não tem uma ostentação de dinheiro. E eu sempre recebi Bolsa Atleta, mas sempre demoram a renovar. Agora, estou há nove meses sem receber. Quando você se dá conta, está devendo a Deus e o mundo. Quando eu morei na casa da Dani, saí devendo R$ 4 mil por quatro meses. Agora, estou sem nenhuma bolsa.

Um problema que ainda enfrento é que até hoje o povo me coloca na posição de uma pessoa vulgar. Não me vê como atleta. Não me viam antes e muito menos depois da polêmica da Olimpíada Como se eu tivesse escolhido esse papel. Nunca me perguntaram se eu queria ser a musa de alguma coisa. Eu não sou a "Musa do Pan". Eu não sou a "bonitona dos saltos". Sou a atleta Ingrid Oliveira.

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Tudo começou em 2015, no Pan de Toronto. A Tammy Galera, minha colega de seleção, tirou uma foto minha e eu postei sem maldade alguma. Fui treinar e quando saí da piscina, vi que estava ganhando muitos seguidores. Fiquei assustada. Eu estava com 5 mil seguidores, depois do treino estava com 20 mil.

Só depois que eu descobri que uma matéria, sei lá de onde, me colocou como uma das musas do Pan. Era uma matéria normal, não achei nada demais. Mas depois que fizeram isso, teve um bando de gente sem noção falando várias coisas: 'ah, fica com o maiô enfiado lá".

Chegou a competição, e, por orientação da minha técnica, eu arrisquei um salto que eu não queria fazer. Nesse salto são dois mortais e meio. E eu tenho que ver a água nas duas voltas em que dou as cambalhotas para saber onde estou e abrir o movimento no tempo certo antes de entrar na água. Eu nunca vi nada desse salto, ficou tudo preto. Na competição, eu estava bem ansiosa para fazê-lo. Era o penúltimo salto e eu pensava só nele. Errei e tirei nota zero. Zero! Eu não podia acreditar. Isso não estava acontecendo comigo. Comecei a chorar. Era coisa de ficar chorando o dia inteiro. O que isso fez na minha cabeça depois foi terrível.

Quando saí, vi minha foto no jornal com a manchete: "A bunda pesou. Popozuda do Pan tira zero". Foi horrível. Eu recebi vários comentários machistas e ainda xingamentos: "Você é uma bosta", "uma vergonha para o Brasil". O que eu fiz para essas pessoas? Foi triste. Quando eu acerto, ninguém divulga. Aparece no site da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) e olhe lá. Quando eu erro, são várias matérias com vídeos de todos os ângulos possíveis.

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Quando todo esse furacão passa na vida de uma menina de 19 anos, o normal seria voltar para casa e correr para o colo da mãe. Mas eu cheguei na vida adulta sem o meu porto seguro. Pulei de casa em casa e fui acolhida por pessoas que abriram suas portas e seus corações para mim.

Nessas horas sinto muita falta da minha mãe. Minha mãe era meio médium. Ela dizia que não iria viver mais do que 50 anos. Três dias depois de fazer 51 anos, ela morreu. Sempre achei isso muito bizarro. Eu fico toda arrepiada. Aquele, sim, foi o pior momento da minha vida e eu mal pude me despedir dela. O esporte não deixou.

Em 2013, eu fiquei três meses na China treinando. A gente morava em São Gonçalo e não tinha dinheiro. Minha mãe não tinha celular. Só conseguia falar com ela quando usava o computador da vizinha para me ligar pelo Skype. Mas não era sempre porque não ia ficar enchendo o saco da vizinha. A gente deu uma distanciada. Quando voltei, fiquei uma semana com a minha mãe. Foi a melhor coisa da vida. Estava muito feliz de estar em casa de novo, de matar a saudade dela. Eu nem liguei de estar imensa por comer carne de rã e batata frita o dia inteiro.

Mas depois uma semana, fui para a Colômbia disputar o Sul-Americano. Minha mãe passou mal. Todo mundo da delegação ficou sabendo. Menos eu. Aterrissamos no Rio às 3 horas da manhã, e só então a Deia (Andreia Boheme, técnica) me avisou que minha mãe estava no hospital. Eu levei um susto. Sabia que era grave porque ela odiava hospital. Só iria se tomasse um tiro e estivesse com o braço gangrenando.

No dia seguinte, fui ao hospital. Ela tinha pegado uma pneumonia. Estava entubada, inchada, irreconhecível. Quando cheguei, ela já estava desacordada. Mesmo assim, eu fiquei conversando com ela até o último minuto do horário de visita. Fui para casa e no dia seguinte os médicos ligaram. Ela tinha falecido.

Fiquei com muita raiva. Todo mundo sabia e ninguém quis contar, para não estragar minha competição. Mesmo depois que acabaram todas as minhas competições, ninguém falou nada. Acho que eu saberia lidar com aquilo, porque ela sempre me falava que um dia ela não estaria mais aqui e que eu tinha que seguir em frente. No dia seguinte, eu já estava treinando porque não queria ficar em casa pensando naquilo.

Todo mundo achou que eu iria ficar louca, aquelas adolescentes que se revoltam com a vida, que vão para o caminho errado. Mas eu nunca tive isso. Eu sei a batalha que minha mãe teve para criar a gente e não tinha por que eu me desvirtuar. Ela queria muito que eu fosse para uma Olimpíada. Por isso, nunca pensei em desistir do esporte.

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Eu e minha mãe sempre fomos muito ligadas, mas ela nunca foi fácil. Volta e meia eu aparecia no Fluminense toda machucada e o povo perguntava se eu tinha sido atropelada. Mas não, era minha mãe que me batia. Era muito, não era pouco, não. Juro por Deus, não estou mentindo. Minha técnica falava: "Ingrid, fala pra sua mãe não te bater assim".

Ela me batia por tudo. Por um copo que quebrava ou porque eu esquecia de dar comida para o cachorro. Eu ainda tinha que falar o motivo pelo qual eu estava apanhando. Mas era uma surra! E uma surra de pau. Funcionava assim: enquanto o pau não quebrasse, ela não parava de me bater. Sério! Uma vez ela pegou o taco de sinuca e 'pow' nas minhas costas. Quebrou o taco. Ela só virou para o outro lado, o lado mais grosso, e continuou. O pau não quebrava nunca. Joguei em cima do telhado depois.

Eu sei que ela me amava e eu entendo que ela me batia para me educar. Por mais que hoje em dia seja proibido bater no filho, na época não era, não tinha essa lei. E pode ser bom, dependendo da classe social da pessoa. A gente morava numa quitinete. O lugar não era muito pobre, mas tinha muita gente do mal. Filho mandava a mãe para a casa do caramba. Hoje estão drogados ou igual à menina com quem eu brincava, que está grávida do terceiro filho, responde a mãe e continua no mesmo lugar. A gente já sabia que eles iriam se tornar pessoas ruins, que não iriam evoluir.

Por isso, fomos parar no esporte. Minha mãe via que a gente ficava muito na rua brincando e que eu arranjava confusão com todo mundo. Minha irmã queria fazer dança e eu queria fazer judô - para bater nela. Judô a minha mãe não deixou, sabia que a gente ia se matar. Aí eu fui para a ginástica e depois entrei para os saltos.

Minha mãe sempre teve medo que eu não soubesse viver. Ela queria que eu cuidasse da minha vida sozinha, desde pequena, porque um dia ela iria morrer. Ela conversava sobre a morte para não me deixar largada no mundo e para que eu não me desvirtuasse. Isso me tornou uma pessoa com personalidade forte. Por exemplo, nunca fui de ficar segurando sentimento. Me deixa mal. Eu gosto de falar na cara, falar a verdade. E eu odeio injustiça. Odeio.

Acho que por isso eu era muito barraqueira quando era pequena. Na escola, sempre batia nos meninos. Nunca briguei com uma menina. Brigava porque eles achavam que podiam fazer o que quisessem só porque eu era uma menina. Sempre estudei em colégio público e, depois de algum tempo, fui estudar em um colégio particular. No primeiro ano, não foi fácil ser bolsista. Nunca teve um comentário do tipo 'nossa, você é pobre', mas eu sentia um olhar diferente.

Um garoto vivia me chamando de mulher macho, porque eu tinha o corpo forte de ginasta. Um dia, estava com um pirulito, ele me empurrou e o meu pirulito voou no chão, no meio da terra. Que raiva. A gente começou a discutir, ele veio me bater. Quando ele agarrou meu cabelo, mordi e saiu sangue. A diretora chamou a minha mãe e ela perguntou: 'ela apanhou?'. 'Não'. 'Então está ótimo', virou e saiu. Minha mãe falava: 'se você apanhar na rua, você vai chegar em casa e ainda vai apanhar mais'. Ela sempre me ensinou que eu não posso levar desaforo para casa. Eu tenho que resolver os meus problemas.

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Olhando a minha vida, hoje eu tenho outra cabeça. Antigamente, era muito grossa, era até um meio de defesa. Agora, sou só quando eu preciso ser. Perdi minha mãe muito cedo. Tive que enfrentar coisas que pessoas da minha idade não precisam e encarar a vida de outra forma.

Eu amadureci e vi que uma coisinha minúscula pode ser normal para quem está dentro, mas é muito fácil julgar para as pessoas que estão de fora. Eu mesmo já julguei várias pessoas e depois me ferrei. Não drasticamente, como algumas pessoas fizeram comigo. Não é fácil lidar com essas coisas que eu passei. Muita gente não iria conseguir.

Eu sou intensa. Quando eu estou com raiva, eu estou com muita raiva. Quando eu estou feliz, eu estou muito feliz. Quando eu estou com ranço, eu estou com muito ranço. Tem o lado bom e o lado ruim. Eu sei que eu sou guerreira, mas não sou o exemplo de pessoa que eu gostaria de ser.

Eu sou feliz. Graças a Deus. Poderia ser mais, se ganhasse na Mega-Sena. Sou feliz pobre, mas sou feliz. Eu sonho com uma medalha olímpica. Eu gostaria do ouro, mas tenho os pés no chão. Nas chinesas tem que jogar urucubaca. Não tem como, gente. Elas não erram. A minha expectativa é de brigar numa final. Eu, com esse salto ajustado, tenho tudo para brigar por uma medalha. E vou levar o salto, aquele da nota zero. Medo eu tenho. Mas sou guerreira.

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