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Surfista brasileira teve ajuda de Fernanda Lima para obter patrocínio

Silvana Lima comemora vitória na etapa de Trestles, no Mundial de Surfe - WSL / SEAN ROWLAND
Silvana Lima comemora vitória na etapa de Trestles, no Mundial de Surfe Imagem: WSL / SEAN ROWLAND

Do UOL, em São Paulo

16/09/2017 04h00

"Não sou modelinho, não sou bonitinha". Silvana Lima conviveu por anos com a dificuldade de conseguir patrocínios para manter sua carreira na elite do surfe mundial. Aos 32 anos, a brasileira coroou a volta por cima ao conquistar a etapa de Trestles, na Califórnia (EUA), na última sexta-feira (15) e subir novamente no lugar mais alto do pódio após de um jejum de sete anos.

Natural de Paracuru, no Ceará, Silvana Lima sempre criticou as escolhas das marcas por “surfistas modelos” para patrocinarem. Em sua caminhada, a brasileira chegou a criar um canil para conseguir bancar suas viagens para a disputa das etapas.

“Não sou modelinho, não sou bonitinha. Eu sou surfista, uma surfista profissional. As marcas femininas pensam muito em modelo que são surfistas ao mesmo tempo. Então para quem não é modelinho, acaba não tendo patrocínio. Acaba ficando de fora, é descartável”, disse Silvana, em entrevista concedida à “BBC” em 2016.

Surfista desde os sete anos, a brasileira afirmava não ter interesse em mudar sua aparência apenas para atrair patrocinadores. “Eu poderia colocar um silicone, pintar o cabelo, usar lente azul, mas isso ia ficar super estranho. Ninguém iria me reconhecer, não seria meu perfil”.

A procura por patrocínios na carreira chegou a ter uma ajuda um pouco inesperada. Mestre de cerimônia em premiação de uma revista de surfe em 2014, a apresentadora Fernanda Lima ficou surpresa com a dificuldade de Silvana em conseguir uma marca que a ajudasse.

Usando sua influência nas redes sociais e divulgando em seu próprio site, Fernanda foi uma das apoiadoras de “SilvanaFree”, um site criado para que fãs e admiradores contribuíssem com dinheiro para ajudar a surfista.

Passados três anos da campanha, a dificuldade com patrocinadores não é algo que preocupe mais a duas vezes vice-campeã mundial. Em entrevista à “Folha de S. Paulo” em maio deste ano, Silvana disse que as marcas que a acompanham atualmente permitem que ela continue a carreira sem dificuldades. A brasileira, porém, segue sem um patrocinador principal desde 2012.