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Guga ocupa cargo 'invisível' em projeto de tênis e já leva broncas em casa

Idealizador do projeto com Larri, Guga ajuda com a imagem, união de entidades e dicas - Michel Euler/AP
Idealizador do projeto com Larri, Guga ajuda com a imagem, união de entidades e dicas Imagem: Michel Euler/AP

Roberta Nomura

Em São Paulo

09/09/2011 07h07

Garoto-propaganda, sparring, captador de recurso, olheiro, ‘porta-voz’ de atletas e até lançador de bolinhas. Essas são algumas das funções que Gustavo Kuerten pode e quer exercer no projeto de desenvolvimento do tênis nacional. O tricampeão de Roland Garros idealizou a iniciativa ao lado de seu ex-técnico Larri Passos e, agora, ocupa cargo ‘invisível’ no trabalho voltado a 15 jovens promessas. O novo ‘emprego’ tem tomado boa parte de seu tempo e o ex-tenista já leva broncas em casa.

PROJETO DE GUGA E LARRI DESCARTA ROUBAR ATLETAS E REPATRIA 'SUECO'

Bruno Sant'anna (18 anos - 809º do ranking)
Christian Lindell (foto) - (19 anos - 311º do ranking)
Guilherme Clezar (18 anos - 361º do ranking)
João Pedro Sorgi (17 anos - 726º do ranking)
João Souza (Feijão) - (23 anos - 90º do ranking)
João Walendowsky (15 anos - sem ranking prof.)
Orlando Luz (13 anos - sem ranking profissional)
Rogério Dutra Silva - (27 anos - 114º do ranking)
Silas Cerqueira (15 anos - sem ranking profissional)
Thiago Moura Monteiro (17 anos - 1135º do ranking)
Tiago Fernandes (18 anos - 411º do ranking)
Ana Clara Duarte (22 anos - 235º do ranking)
Beatriz Haddad Maia (15 anos - 948º do ranking)
Ingrid Martins (15 anos - sem ranking profissional)
Teliana Pereira (23 anos - 307º do ranking)

“Meu nome é simbólico. Eu só fico em casa pensando em formas de orientar de maneira positiva. Não faço nada, mas faço de tudo um pouco. Minha esposa tem reclamado de levar tanto esse assunto para casa”, brincou Guga. E justamente agora que o casal espera a chegada de uma menina. O ex-tenista anunciou a gravidez de Mariana Soncini em meados de agosto.

Guga é o idealizador do projeto que ganhou apoio das confederações e aporte de R$ 2.018.865,30 do Ministério do Esporte, além de R$ 750 mil em patrocínio particular dos Correios. “Ele está minimizando a importância que tem. Ficamos conversando por dez meses. E ele foi o verdadeiro ímã que juntou o Larri, o COB [Comitê Olímpico Brasileiro], a CBT [Confederação Brasileira de Tênis], o Ministério e os Correios”, elogiou Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo de Esportes do COB.

Logo que chegou à coletiva de imprensa para o anúncio dos 15 nomes integrantes do projeto, Guga foi alvo de uma brincadeira de Larri Passos, que o colocou como sparring dos novos tenistas. “Estou meio velhinho, mas dou uma canseira neles”, disse aos risos. O tricampeão não tem uma função fixa e admite: “João [Swetsch, capitão do Brasil na Copa Davis] e Larri trabalham mais do que eu. Se Larri me mandar ser sparring ou lançar bolinhas, vou fazer”, falou.

A empolgação com o projeto a longo prazo não tem fim. Gustavo Kuerten sabe bem sua importância em todo o projeto. “É fundamental minha participação. Pelo know how que tenho, as pessoas escutam. E quando estão receosas e veem meu nome, ajuda. O Jorge [Lacerda, presidente da CBT] não conseguiria fazer esses elos, porque é um plano complexo e fica mais difícil”.

Gustavo Kuerten ainda mapeou quais as contribuições que ainda consegue dar. “Agrego na parte comercial e tem o lado da tranquilidade para a família também. Quando o pai vai entregar a filha na mão de um treinador vai pensar três vezes antes. Se ver que é um projeto do Guga com o Larri, dá mais segurança”, explicou. Mas todas as atribuições não devem tirar o tricampeão de Roland Garros de casa mais do que o habitual.

Guga não pretende aumentar seu calendário de viagens por conta do projeto. “Posso ir ocasionalmente para entender algumas coisas do processo. Mas não é sempre. Minha esposa já está sentido a diferença em casa. Eu posso ajudar em ações internas. O João [Swetsch] precisa estar tranquilo para trabalhar na Davis. Posso observar e trazer gente capaz para o nosso projeto”, declarou, entusiasmado, o ex-tenista.

BRASIL REDUZ FAVORITISMO DA RÚSSIA E BELLUCCI RECHAÇA ABATIMENTO

O ambiente desfavorável é bem comum na Copa Davis e o Brasil já espera condições adversas nos confrontos contra a Rússia pela repescagem do Grupo Mundial, entre os dias 16 e 18 de setembro. O oponente da vez tem atletas mais bem ranqueados e ostenta a condição de favorito. No entanto, a equipe verde-amarela minimizou o status russo e tratou de rechaçar abatimento de seu principal tenista Thomaz Bellucci após a queda no Aberto dos Estados Unidos. Leia mais