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Como ioga e veto a glúten ajudaram Djokovic em sua fase imbatível

Do UOL, em São Paulo

02/02/2016 06h00

Foi em 2010 que Novak Djokovic recebeu a ligação de um senhor desconhecido, um médico que conseguiu seu contato por meio de amigos em comum. Era o também sérvio Igor Cetojevic, e o motivo do telefonema era oferecer ajuda contra os problemas físicos enfrentados pelo tenista. Começava ali uma parceria que levou Djokovic ao auge de sua carreira. Uma nova dieta e a prática de ioga fortaleceram o número 1 do mundo, no topo da lista desde julho de 2014.

Cetojevic estava em uma viagem no Chipre quando viu uma partida de Djokovic no Aberto da Austrália de 2010. Na derrota para Jo-Wilfried Tsonga, o sérvio parecia ter problemas respiratórios a partir do quarto set. O médico, de longe, chegou a uma conclusão: aquilo nada ou pouco tinha a ver com asma. Segundo ele, os sintomas da asma costumam ser piores pela manhã, e a partida aconteceu à noite, com Djokovic jogando bem nos primeiros sets.

Tenista e médico se encontraram em julho de 2010. Exames detectaram que Djokovic tinha intolerância a glúten e a laticínios e precisava mudar totalmente sua alimentação. Filho de donos de restaurante, o sérvio não poderia mais comer tanta pizza como fizera durante toda a vida.

Depois de duas semanas seguindo os conselhos do médico, Djokovic sentiu uma melhora física. A partir daí, Cetojevic passou a integrar o time do tenista. Foi também por sua influência que o sérvio passou a praticar ioga. Sua concentração melhorou, e o corpo também sentiu diferenças positivas.

“Eu tive algumas dificuldades para respirar no passado, então escolhi começar com a ioga e dedico bastante tempo a isso. Aprendi muitas coisas e a ioga me ajuda não só com a respiração, mas também com minha força mental e minha performance em geral”, resumiu o tenista.

Resultado: 2011 foi uma temporada inesquecível para Djokovic. Venceu três Grand Slams (só faltou Roland Garros), cinco Masters 1000 e chegou à liderança do ranking. Desde esse ano, nos 21 Grand Slams que disputou, foram dez títulos, outras seis finais, quatro derrotas em semi e uma em quartas de final.

No último domingo, tornou-se campeão pela sexta vez do Aberto da Austrália, empatando com Roy Emerson como maior vencedor do torneio. Sua força física e mental, mais uma vez, foram determinantes. E elas nunca estiveram tão equilibradas como nos últimos anos, desde que o sérvio “aprendeu a comer”.