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Sensação do tênis cresceu 16cm em um ano, foi do exército e evita badalação

Thiem está em sétimo no ranking da ATP - Sergio Barrenechea/EFE
Thiem está em sétimo no ranking da ATP Imagem: Sergio Barrenechea/EFE

Do UOL, em São Paulo

16/05/2017 04h00

Ele sabe desmontar, limpar e remontar um rifle, assim como entende de camuflagem de guerra. Na adolescência, cresceu tão rápido que teve problemas de saúde. E hoje, aos 23 anos, é um dos melhores tenistas do mundo. Esse é Dominic Thiem, o austríaco que perdeu para Rafael Nadal na final do Masters de Madri no último domingo, mas vive seu melhor momento na carreira.

Com o resultado na Espanha, Thiem subiu para a sétima colocação no ranking, sua melhor posição como profissional. Mas até chegar ao top 10, lista em que figura desde junho de 2016, o austríaco viveu situações raras para um tenista de elite.

Talvez a maior delas tenha sido na adolescência. Thiem cresceu tanto em um ano que teve muitas dores no corpo. "Tive muitos problemas de crescimento. Cresci 16 centímetros entre os 16 e os 17 anos. Meu sistema imunológico era fraco e ficava doente com frequência", contou ele ao site da ATP.

Hoje, o tenista mede 1,85m e pesa 82 kg. O porte físico o ajuda a ter um dos saques mais velozes do circuito, chegando a 233 km/h. E também foi útil para sua passagem pelo exército da Áustria.

Dominic Thiem - Felipe Dana/AP - Felipe Dana/AP
Thiem conquistou o Rio Open neste ano e vestiu a camisa do Brasil
Imagem: Felipe Dana/AP

O fato de ser tenista profissional não o impediu de fazer o serviço militar obrigatório da Áustria. Assim, entre o fim de 2014 e o início de 2015, precisou cumprir cinco meses no exército nacional. Como já disputava o circuito mundial, era liberado para viajar e disputar os torneios, mas tinha que se apresentar assim que voltava.

Mas a disciplina que mostra na carreira de tenista nasceu bem antes dos tempos de exército. Filho de professores de tênis, Thiem começou sua relação com as raquetes aos 6 anos. Cinco anos depois, seu pai foi pedir emprego para trabalhar na academia de Gunter Bresnik, ex-treinador de nomes como Boris Becker e Stefan Koubek.

"Meu pai contou ao Gunter que tinha um filho que gostava de jogar tênis. Comecei a treinar uma vez por semana com ele, então o número de aulas cresceu e ele se tornou meu treinador oficial dois anos depois", disse Thiem. A parceria continua firme e forte.

Foi Gunter Bresnik, inclusive, quem fez o austríaco mudar para o backhand com uma mão. Thiem sofreu no começo e caiu no ranking juvenil, mas com o tempo a estratégia deu resultado. O tenista se tornou mais ofensivo e ganhou maior variação de golpes.

No último domingo, Nadal elogiou Thiem, com quem já jogou cinco vezes, e afirmou que o austríaco brigará pelos principais títulos nos próximos anos. Em 2016, além de terminar o ano em oitavo, pôde se vangloriar de, na mesma temporada, ter vencido Nadal no saibro e Roger Federer na grama. Dominic Thiem cresceu.