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Keys, a finalista do US Open que combate o racismo e apoia a luta feminina

Madison Keys visita garotas e prega igualdade de oportunidades à meninas - Reprodução Instagram
Madison Keys visita garotas e prega igualdade de oportunidades à meninas Imagem: Reprodução Instagram

Do UOL, em São Paulo

09/09/2017 04h00

Madison Keys vai disputar a primeira final de Grand Slam da carreira neste sábado, e assim se credencia a ser uma embaixadora do tênis no futuro. Só que a americana é candidata ao posto não só pelo que mostra em quadra. Aos 22 anos, ela é referência em questões que marcam os tempos atuais: a igualdade de oportunidades para meninas e combate ao racismo.

Os dois temas têm muita relação com os jovens. E o engajamento de Keys vem antes desta semana mágica em Nova Iorque, quando decide o US Open contra Sloane Stephens, também dos Estados Unidos. Desde o ano passado ela é embaixadora da Fearlessly Girl (Garotas Sem Medo), organização que tenta desenvolver lideranças entre meninas e trabalha em escolas e entidades comunitárias.

O papel de Keys é participar de palestras e, principalmente, ouvir quais as dúvidas e aspirações das jovens. A ideia é escutar o máximo possível e usar as respostas para convencer as garotas de que são capazes. Nem era a intenção, mas a iniciativa acaba criando público para o tênis. Muitas meninas que nunca praticaram o esporte se tornam torcedoras da atleta.

“Acho que se nós nos calarmos e não falarmos sobre certos assuntos, as coisas não vão melhorar. É por isso que eu tomei uma posição. Nós podemos ter opiniões diferentes enquanto pudermos falar respeitosamente e conversar sem que isso se transforme em uma disputa”, comentou ao ser questionada sobre o assunto em uma coletiva depois de partida válida pela WTA.

Madison Keys luta contra o racismo e por igualdade de oportunidades para meninas - Reprodução Instagram - Reprodução Instagram
Imagem: Reprodução Instagram

Racismo é frente de luta recente

A identificação dela com o combate ao racismo começou no fim do ano passado, quando foi alvo de ofensas no Twitter e Instagram. Keys se posicionou no momento e a partir deste episódio passou a tratar do assunto em suas entrevistas coletivas. Até no vestiário do circuito feminino, onde prevalece o clima de "cada um cuida do seu", houve apoio de muitas companheiras de profissão.

Em abril, o Tennis Channel fez uma entrevista com Keys tratando apenas deste problema. A atleta apareceu lendo alguns comentários enviados a ela: "Você é o câncer do tênis"; "Você é duplamente burra"; "Macaca".

Na ocasião, a tenista lamentou que os agressores não pensam que há outra pessoa lendo estes comentários. A campanha contra o racismo também ocorre nas redes sociais, como quando postou uma foto com uma camiseta escrito “igualdade”. "Se podemos ser iguais no esporte, podemos ser iguais em qualquer lugar", escreveu ela na ocasião.

Em outro momento, Keys disse: “não me importo com opiniões diferentes. Me importo com ódio”. O posicionamento aciona temas pertinentes às novas gerações, mas para sonhar em ser um ícone do tamanho das irmãs Williams, Keys precisa de resultados em quadra. O primeiro grande título pode vir neste sábado.