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Ele queria trabalhar com estrelas do futebol, mas faz Federer "voar" aos 36

Federer em treino com seu preparador e compatriota Paganini - Reprodução/Twitter
Federer em treino com seu preparador e compatriota Paganini Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

15/11/2017 04h00

O que esse homem fala, Roger Federer obedece. E isso é dito pelo próprio tenista. Afinal, a confiança no trabalho de Pierre Paganini é total. É dele a responsabilidade pela preparação física de Federer nos últimos 17 anos. E se o suíço está encerrando uma temporada histórica aos 36 anos, parte do mérito é de Paganini.

A parceria é fruto de um acaso. Fã de atletismo, Paganini tinha como objetivo no esporte trabalhar com estrelas do futebol. No meio do caminho, começou a trabalhar na federação suíça de tênis, onde conheceu um garoto de 14 anos que ainda moldava seu ímpeto como tenista.

No momento que esse garoto se profissionalizou e formou uma equipe técnica, Paganini foi um dos convidados. Federer tinha 19 anos quando o preparador físico se tornou oficialmente seu parceiro. E eles continuam juntos desde aquela época.

O segredo para o sucesso da dupla? Respeito mútuo e um trabalho que foi mudando ao longo dos anos. Paganini adaptou o treino de Federer durante sua carreira. Antigamente, por exemplo, recorria a atividades de outras modalidades para dar mais agilidade ao suíço. Atualmente, Federer só trabalha exercícios específicos de tênis. Alguns são mais complexos, mas são ligados só ao tênis.

Paganini, hoje com 60 anos, também destaca a dedicação do tenista e se diz espantado com a felicidade com que ele começa cada sessão de treino. Por isso, embora Federer esteja com 36 anos, o preparador não arrisca dizer quando seu pupilo irá se aposentar.

“A idade biológica de Roger é 36, mas para mim ele tem uma idade atlética mais jovem e a maturidade de alguém com mais de 40 anos. Então existe um equilíbrio. Por causa disso, é difícil prever”, comentou ele em entrevista ao “The New York Times”.

O fato é que, depois de seis meses parado se recuperando de um problema no joelho, Federer fez uma temporada surpreendente em 2017. Ganhou dois Grand Slams (Australian Open e Wimbledon) e outros cinco títulos e chegou ao segundo lugar do ranking, mesmo tendo pulado a temporada no saibro. Nesta semana, está disputando o ATP Finals.

Paganini não esconde sua surpresa com o ano do tenista e admite que, nos primeiros dias após a cirurgia no joelho, ele teve dúvidas. “Você pode ser a pessoa mais otimista do mundo, mas há momentos em que você se pergunta: ele vai mesmo conseguir jogar em alto nível de novo?”, recordou o preparador.

Federer deu a resposta em quadra ao longo da temporada e chegou como um dos favoritos ao ATP Finals. E faz questão de dividir os méritos. “Uma grande parte da razão por eu estar onde estou hoje é definitivamente graças ao Pierre [Paganini]”.