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Ofensas e ameaças a crianças: Wozniacki se revolta com torcida em Miami

Caroline Wozniacki rebate durante partida contra Monica Puig em Miami - Wilfredo Lee/AP
Caroline Wozniacki rebate durante partida contra Monica Puig em Miami Imagem: Wilfredo Lee/AP

Do UOL, em São Paulo

24/03/2018 15h48

Eliminada precocemente na segunda rodada do WTA de Miami, Caroline Wozniacki não poupou críticas à torcida que acompanhou a derrota para a porto-riquenha Monica Puig por 2 sets a 1 (com parciais de 0/6, 6/4 e 6/4) na última sexta-feira (23). Segundo a dinamarquesa, o apoio à campeã olímpica do Rio de Janeiro (e moradora da cidade americana) passou dos limites. 

"Sou completamente consciente de que o tênis é um esporte de vitórias e derrotas. No entanto, durante a partida de ontem (sexta) à noite, pessoas no público ameaçaram minha família, desejaram a morte de meu pai e minha mãe, chamaram-me de nomes que não posso repetir aqui e mandaram a sobrinha e o sobrinho do meu noivo, que só têm 10 anos, sentarem e calarem a m... de boca", desabafou a número 2 do mundo em postagem nas redes sociais.

Wozniacki ainda criticou a organização e os seguranças do Masters 1000, que segundo ela não fizeram nada e foram até coniventes com a situação. "Espero que o Miami Open leve isso a sério, porque é um exemplo horrível para passar para a próxima geração de tenistas e torcedores", afirmou a dinamarquesa, alegando que sempre encoraja os torcedores a apoiarem seus atletas favoritos, mas que quando se passa dos limites "isso é péssimo para os dois competidores".

A dinamarquesa encerra a mensagem desejando sorte na sequência do torneio a Monica Puig, a quem chamou de "amiga e oponente". 

Polêmicas

Muitos fãs de Wozniacki se solidarizaram com a atleta na postagem e criticaram os torcedores e organizadores, embora outros tenham lhe acusado de ser "uma má perdedora". Uma das críticas frequentes a dinamarquesa, por sinal, é que ela tenta desviar o foco em momentos adversos até mesmo durante as partidas, ou reclamando com a arbitragem ou pedindo atendimento médico.

Troca de farpas com rivais também não são raras. Uma das mais marcantes foi em agosto do ano passado, quando criticou a organização do US Open por colocar Maria Sharapova para atuar na quadra central e ela na quadra cinco. "Creio que isso é inaceitável. Alguém que voltou de uma sentença de drogas, drogas para melhorar o desempenho, de repente consegue jogar todas as partidas na quadra central. Eu creio que é algo questionável", disparou.

Sharapova, como esperado, incomodou-se com a declaração da rival. "Não sou eu que faço a organização, como vocês sabem. E acho que estes comentários não são baseados em fatos, então não levo em consideração. Eu não acho que isso é algo para terem uma opinião, porque eles não sabem dos fatos. Então, eu acho que esse tipo de coisa só é dita para gerar manchetes, e eles usaram isso nas manchetes".

No mês passado, no WTA de Doha, o atrito foi com Monica Niculescu, que, segundo Wozniacki, começou a gemer alto para atrapalhar seu desempenho. "É a única maneira dela vencer", disse ao árbitro ao pedir para a partida ser interrompida. A dinamarquesa ainda confirmou o triunfo (2 a 0, com parciais de 7/5 e 6/1), mas o mal estar já estava gerado. "Isso foi muito ruim, nunca vi uma número um se portar assim. Fiquei muito desapontada com o que ela disse e considero que ela dá muita importância para si mesma", criticou a romena.