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No sufoco e na chuva, Nadal vence Masters 1000 de Roma e volta a ser nº 1

Rafael Nadal reage em final do Masters 1000 de Roma contra Alexander Zverev - FILIPPO MONTEFORTE/AFP
Rafael Nadal reage em final do Masters 1000 de Roma contra Alexander Zverev Imagem: FILIPPO MONTEFORTE/AFP

Do UOL, em São Paulo

20/05/2018 14h20

Rafael Nadal talvez não esperasse tanto sufoco, mas depois de atropelar no primeiro set e ser atropelado no segundo, conseguiu se recuperar após uma longa interrupção por causa da chuva e vencer o alemão Alexander Zverev na manhã desde domingo (20). Assim, o espanhol expandiu seu reinado sobre as quadras de saibro e levantou seu oitavo troféu do Masters 1000 de Roma.

Ele enfrentou um aplicado Alexander Zverer, que havia vencido a edição do ano passado, e conseguiu fechar o jogo por 2 sets a 1, com insólitas parciais de 6-1, 1-6 e 6-3.

O favoritismo de Nadal se expressava não apenas por ele, aos 31 anos, ser dez anos mais velho que seu rival, mas também pela quantidade de títulos conquistadas no saibro. Considerado o melhor jogador da história na quadra de terra batida, o espanhol vinha de uma surpreende derrota em Madri na semana passada, mas já venceu Roland Garros dez vezes e entra como favorito na edição deste ano, que já começa na segunda-feira.

O alemão, por outro lado, é o mais jovem entre os 15 primeiros do ranking da ATP. Zverev é o número 3. Nadal, era o número 2 no ranking, mas com a vitória ultrapassou Roger Federer e chegou à ponta do ranking. Em três confrontos anteriores com Zverev, Nadal havia vencido os três.

O favoritismo espanhol, no entanto, ficou do lado de fora da quadra do Foro Itálico, na medida em que os dois tenistas fizeram um duelo de igual para igual, com chances de vitória para os dois lados.

Zverev - TONY GENTILE/Reuters - TONY GENTILE/Reuters
Imagem: TONY GENTILE/Reuters

Zverev, por exemplo, surpreendeu ao começar quebrando o saque de Nadal logo no primeiro game da partida em Roma. O espanhol não esperava uma bola que bateu em cima da linha e precisou esticar a resposta, que acabou indo para fora. O erro custou o game, mas foi um dos poucos cometidos pelo campeão no jogo.

No game seguinte, Nadal quebrou o serviço de Zverev com facilidade, confirmou seu saque em seguida e caminhou para um set tranquilo.

O alemão, apontado como “o futuro do tênis” por sua altura (1,98m), potência e agilidade, mostrava muita dificuldade de ganhar pontos de Nadal. Seu saque, uma arma importante nas partidas anteriores, não ofereceu grande perigo ao jogo do espanhol. Algumas escolhas erradas, como uma deixada que foi respondida por outra de Nadal, acabaram minando a confiança de Zverev, que precisou forçar ainda mais seu jogo e, consequentemente, cometer mais erros.

Aplicado taticamente, Nadal variava bastante o ângulo de suas jogadas, o que forçava erros do alemão e causava irritação. Foi nessa toada que o espanhol do mundo fechou o primeiro set por 6-1.

“Parece que o jogo virou, não é mesmo?”

No segundo set, o alemão se recuperou e provocou uma situação inusitada na carreira de Nadal. Quantas vezes o espanhol já se viu dominado em uma quadra de saibro? Certamente, poucas. Mas em Roma, depois de ser subjugado no primeiro set, Zverev conseguiu tomar à frente da partida.

Confirmou seus dois primeiros serviços e quebrou dois saques de Nadal, contando também com erros não forçados do espanhol, abrindo 4-0 e ficando em grandes condições de empatar a partida. Quando o alemão confirmou o serviço seguinte e fez 5-0, deu a impressão que venceria um set de Nadal, o que irritou o espanhol, desacostumado a cometer tantos erros, ainda mais sobre seu piso preferido.

Nadal, que não é conhecido como um tenista que desiste fácil, fez 5-1, Mas Zverev confirmou seu serviço e fechou um set quase perfeito em 6-1, levando a partida a sua terceira e decisiva sessão.

“Catimba” e chuva marcam momento decisivo

O tênis é um esporte conhecido pelo fair play, mas uma situação inusitada marcou o começo do set decisivo. Depois de ter salvado um breakpoint, Nadal sacava com vantagem para Zverev. Cada ponto era comemorado com muita vibração pelos dois opositores.

Uma chuva fraca tinha começado a cair sobre a quadra e a torcida se protegia com capas de chuva. Quando o espanhol se preparava para sacar, o alemão reclamou do barulho dos movimentos na arquibancada e interrompeu o saque de Nadal.

Nadal - TIZIANA FABI/AFP - TIZIANA FABI/AFP
Imagem: TIZIANA FABI/AFP

Em seguida, o espanhol sacou e acabou tendo o serviço quebrado. No intervalo, reclamou ao árbitro do que considerou uma espécie de “catimba” do alemão.

Zvereve conseguiu abrir 3-1, ocasião em que o jogo foi interrompido por causa da chuva. Dez minutos depois, com a terra ainda úmida, Nadal pareceu ter voltado mais ligado e confirmou seu game. Mas a chuva logo interromperia a partida mais uma vez, agora por 43 minutos.

Aparentemente, a parada prejudicou o embalo do alemão, porque no retorno Nadal quebrou o saque de Zverev duas vezes para empatar e virar. A vitória veio no game seguinte, no qual Nadal confirmou seu serviço e fechou a final em 2 a 1, em um toal de duas horas e nove minutos (sem contar o tempo de interrupção).

Apesar de ter sido seu oitavo título do Masters 1000 de Roma, Nadal não vencia na capital italiana desde 2013. Ele entra como favorito em Roland Garros, que começa já na semana que vem.