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Feijão é liberado de forma "condicional"; jogo investigado foi em fevereiro

Rubens Lisboa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/04/2019 04h00

A punição só foi conhecida no último sábado, mas o tenista brasileiro João Souza, o Feijão, ficou uma semana suspenso pela Unidade de Integridade do Tênis (TIU, sigla em inglês). A punição acabou no domingo e ele está livre para voltar a jogar, mas sob condições.

O atual 440 do mundo, que já esteve entre os 70 melhores do ranking ATP, está sendo investigado com a alegação de não ter apresentado seus melhores esforços em uma partida de duplas durante um torneio ATP Challenger em Morelos, no México, no último dia 20 de fevereiro. O UOL Esporte já havia recebido a informação da queda da suspensão na noite de domingo e obteve ontem a explicação sobre o caso feita por Michel Assef, advogado do tenista, que teve três dias para apresentar a defesa de Feijão e conseguiu com que o oficial de audiência anticorrupção, Richard H. McLaren, revogasse a suspensão provisória.

"Apresentei uma defesa pontuando os motivos pelos quais essa suspensão provisória deferia ser revogada, reconsiderada. Eles entenderam que de fato eu tinha razão e resolveram reconsiderar e ele está livre para jogar até que se tenha o julgamento do caso. Não tem uma data, ele ainda deverá ser intimado para uma defesa e eu me manifestei no sentido de que ele fosse julgado. Ele tem direito a isso", afirma Michel Assef.

Feijão foi ouvido pelos oficiais da TIU durante o Challenger de Santiago, onde perdeu na primeira rodada de simples e foi embora do torneio perdendo por W.O. nas duplas, em que jogaria ao lado do também brasileiro João Menezes, que também foi seu parceiro no jogo investigado. Sua cooperação no caso auxiliou para que o tenista conseguisse a revisão da punição.

"Eu não sei a ordem cronológica, mas ele foi ouvido, se colocou à disposição, cooperou o tempo inteiro com essa investigação. Inclusive, forneceu o telefone dele, senha de telefone, acesso a rede social, com tudo o que foi necessário ele cooperou, inclusive esse é um dos meus fundamentos para o levantamento da suspensão provisória", explicou Assef.

"A gente nega que ele tenha jogado sem usar os melhores esforços. Não há uma prova irrefutável contra o Feijão por causa do histórico dele desportivo durante a carreira toda. É um atleta que já disputou diversas competições importantes, foi bem colocado no ranking até mundial, nunca tinha sido suspenso na história dele por absolutamente nada, em 17 anos de carreira. Por ter cooperado totalmente com a investigação, e por todas essas razões, é necessário que se dê a ele o benefício da dúvida. Havendo dúvida, não se pode suspender provisoriamente. Ele precisa ter um julgamento caso tenha alguma acusação formal para que ele seja levado a algum julgamento", completa Assef.

No momento ele está livre, mas depende de duas condições obrigatórias para que não volte a ser suspenso. Ele deverá reportar à TIU caso seja procurado para alguma atividade ilegal envolvendo apostas e manipulação de resultados. E também não poderá ter mais de dois ou três alertas de apostas nos jogos em que estiver disputando.

O atleta se manifestou via assessoria de imprensa, negando ter cometido qualquer infração e confirmou que volta a jogar já na próxima semana no Challenger de San Luís Potosí, no México.

"Gostaria de comunicar que minha suspensão provisória foi revogada pela TIU, o Tennis Integrity Unit. É com muita alegria que recebi essa notícia. Nunca iria aceitar receber vantagens financeiras para perder uma partida, além de ser antiético, vai contra tudo o que penso e coloco em prática na minha vida e carreira.

Sigo treinando firme e forte assim como vinha fazendo nas minhas últimas semanas para voltar aos torneios como programado na próxima semana em San Luís Potosí, no México. Estou aguardando a próxima orientação do TIU e a designação de data para eventual julgamento definitivo

Atenciosamente,

João Olavo Souza, o Feijão"