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Brasileiros deixam academias tradicionais de lado e viciam no crossfit

No crossfit, exercícios básicos como corridas e saltos são intercalados com levantamento de pesos - Junior Lago/UOL
No crossfit, exercícios básicos como corridas e saltos são intercalados com levantamento de pesos Imagem: Junior Lago/UOL

Daniel Marcusso

Do UOL, em São Paulo

26/09/2013 06h00

Treinamento, esporte, estilo de vida... São várias as definições do crossfit, que já há alguns anos se tornou uma das atividades mais procuradas pelos brasileiros que buscam uma alternativa às academias tradicionais. O esporte, que mistura exercícios aeróbicos com levantamento de peso em séries que variam a cada dia, ganha cada vez mais adeptos e não é difícil ver os atletas que o praticam considerando o crossfit um “vício do bem”.

É o caso de Marcelle Knittel. Ela treina há cinco meses e é uma atleta declaradamente viciada. “Não pratico o crossfit porque quero ter um corpo bacana. Isso é a consequência do treino. E as mudanças são muito rápidas (com relação a condicionamento físico, perda de peso e boa forma). Em um mês você já sente a diferença”, garante.

Ela costumava treinar musculação e quando se aproximou do crossfit foi quase amor à primeira vista. “Começa que são várias pessoas juntas ao mesmo tempo. E todo mundo ali está disposto a te ajudar, a te incentivar se você está prestes a querer desistir de algum exercício. Outra coisa é que todo dia é um treino diferente. Você vai para a academia sem saber o que te espera".

A baiana de 23 anos confessa que teve medo de ficar bitolada. “Porque é um esporte muito intenso. Mas isso não aconteceu. Ao contrário, tive um crescimento pessoal, naturalmente comecei a me alimentar melhor. Minha vida melhorou. Ir até a academia não é uma obrigação, é um prazer.”

VEJA COMO É UM TREINAMENTO DE CROSSFIT

Quem desenvolveu a metodologia do crossfit foi Greg Glassman, ao longo de várias décadas, desde os anos 1970. Ele definiu que para otimizar o fitness, seria ideal a prática de movimentos funcionais constantemente variados e em alta intensidade. Em outras palavras, fazer uma série de exercícios diferentes no menor tempo possível.

Em 2000, Greg abriu sua primeira academia na Califórnia e, em menos de dez anos, já existem mais de 6.500 afiliadas no mundo todo. Essa propagação deu-se principalmente ao fato de que após a abertura da academia, foi criado um blog onde ele dividia com quem estivesse interessado seus treinos e o resultado dos atletas que faziam os WODs (workout of the day, ou trabalho do dia).

No Crossfit não são usados equipamentos comuns de academias de ginásticas, nem aparelhos. “Os principais objetos usados são a barra e a anilha de levantamento olímpico, barra fixa, argola, corda, mas principalmente o próprio corpo. Costumamos dizer que nós não usamos máquinas. Nós criamos máquinas”, explica o treinador Carlos Klein. “As pessoas vão treinar para buscar uma vida mais saudável, desenvolver todas as capacidades físicas igualmente".

Competição anual

As comunidades criadas ao redor do mundo começaram a divulgar por meio da internet os resultados de seus atletas, e uma competição automaticamente acabou sendo criada. Todos queriam conseguir atingir o melhor resultado, com o sonho de se tornar o melhor atleta de crossfit do Mundo. Foi organizado então, em 2007, o Crossfit Games, realizado desde então todo mês de julho nos Estados Unidos.

A importância é tão grande hoje em dia que a competição é transmitida para o mundo inteiro, principalmente por canais dos EUA e pela internet. Segundo Carlos Klein, um dos principais fatos para tantas pessoas estarem aderindo à modalidade é justamente esse clima de competição para todos. “Qualquer pessoa do mundo pode participar das eliminatórias para tentar estar entre os 40 finalistas do Crossfit Games".