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Romário quer usar carro com a placa 11. Mas vai ter que convencer Collor

Romário está em seus primeiros dias como senador pelo PSB-RJ - Pedro Ladeira/Folhapress
Romário está em seus primeiros dias como senador pelo PSB-RJ Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Daniel Brito

Do UOL, de Brasília

06/02/2015 06h00Atualizada em 07/02/2015 09h54

Romário chegou há pouco no Senado Federal, mas já quer sentar na janela. Ele tomou posse no domingo, 1º, e tratou de montar um ambiente familiar em sua volta em Brasília. Promoveu uma troca de numeração entre os gabinetes para poder se alojar no 11 no Anexo II do Congresso Nacional. Para completar, pediu que o carro a quem tem direito circulasse por Brasília com a placa preta de número 11.

Ele ostentou o 11 em praticamente todos os momentos marcantes de sua carreira no futebol. Foi com a camisa 11 da seleção brasileira que ele foi peça-chave na conquista do título mundial de 1994, após 24 anos de dissabores em Copas do Mundo.

Por este motivo, o estafe do ex-jogador foi ao serviço de transporte da casa para descobrir quem era o atual dono da 11 no Senado e ouviu que ela pertencia ao ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB), senador reeleito por Alagoas. O jornal Correio Braziliense publicou que Romário, ao receber esta informação, avisou: “Deixa para lá”.

No gabinete de Collor só um comentário foi feito: “Isso é mais um daqueles folclores do Senado”, disse ao UOL Esporte Joubert Santana, chefe de gabinete. Segundo ele, Collor é dono da 11 do Senado desde que assumiu a cadeira pela primeira, em 2007.

A assessoria do Baixinho garante que ele se mantém interessado na placar do ex-presidente.

Gabinete especial
Por causa de Romário, a ordem dos gabinetes dos senadores na Ala Nilo Coelho foi alterada. O ex-jogador era o dono do de número 4, mas fez um pedido especial ao presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), para ser o dono do de número 11. O desejo foi atendido e a ordem das salas no corredor, que vai de 1 a 10, está o número 11 no lugar do 4.

Assim, Romário tirou o 11 que pertencia a um dos gabinetes mais disputados do Senado Federal. Trata-se da sala que possui grande valor sentimental e histórico. Ali, despachava o educador Darcy Ribeiro, então senador pelo Rio, em meados dos anos 1990. Certa feita, ele recebeu a visita de Oscar Niemeyer.

Conta o “folclore do Senado” que Niemeyer, entendiado com a demora de Ribeiro para atendê-lo, usou um pincel atômico e passou a desenhar algumas de suas obras na parede da sala. Estão lá rabiscos de algumas obras de sua autoria como a Marquês de Sapucaí, no sambódromo do Rio, o Memorial da América Latina, em São Paulo, a UnB, a Universidade de Argel, na Argélia. E um recado de Niemeyer: “Para Darcy, meu irmão que contribuiu definitivamente para todos esses projetos. Oscar.”

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi escolhido como o ocupante deste gabinete histórico.