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Menina vive drama com visão afetada e fraturas após bolada a 170km/h

Avô leva a menina no colo após ela ser atingida no rosto - Bill Kostroun/AP Photo
Avô leva a menina no colo após ela ser atingida no rosto Imagem: Bill Kostroun/AP Photo

Do UOL, em São Paulo

03/10/2017 04h00

A filha do advogado americano Geoffrey Jacobson completa dois anos nesta semana, mas sua família não consegue pensar em uma comemoração “normal” para a data. Isso porque, no último 20 de setembro, a menina foi atingida no rosto por uma bola de beisebol a cerca de 170 km/h durante o jogo entre New York Yankees e Minnesota Twins, pela liga norte-americana de beisebol. Desde então, não falta preocupação na casa dos Jacobson.

Passados quase 15 dias do ocorrido, a menina já voltou para casa, mas os problemas persistem. Ela teve múltiplas fraturas faciais, incluindo no osso orbital e no nariz, e segue com os olhos inchados. Os médicos temiam que o sangramento no cérebro causasse convulsões e sua visão ainda não está 100%.

Em entrevista ao "The New York Times", o pai dela, Geoffrey, disse que ainda não é possível saber se a visão da menina voltará ao normal. Entre os hematomas, a testa ainda tem as marcas da costura da bola e o nariz apresenta uma grande ferida.

“Mas isso não é uma preocupação agora diante da gravidade das outras lesões”, resumiu o pai, que também emitiu um comunicado sobre o assunto. A necessidade de fazer uma cirurgia plástica ainda não foi descartada.

A menina estava com o irmão de quatro anos e os avós paternos no Yankee Stadium quando foi atingida pela bola rebatida. Eles estavam atrás de um dos bancos de reservas, na altura da terceira base. O avô tentou impedir a bola, mas não conseguiu.

Debate sobre rede de proteção

Yankee Stadium - Kathy Willens/AP Photo - Kathy Willens/AP Photo
Imagem de bola indo em direção ao público no estádio dos Yankees no último dia 1º
Imagem: Kathy Willens/AP Photo

O setor onde a família estava não conta com a rede de proteção, restrita à área mais próxima da base principal. O fato, inclusive, levantou um debate nos Estados Unidos: por que os times de beisebol não ampliam a dimensão dessas redes?

O pai da menina lamentou que, cerca de dez dias depois do ocorrido, o New York Yankees ainda não havia se manifestado sobre o tema da rede. Coincidência ou não, logo após sua entrevista ser publicada o clube informou que irá aumentar o tamanho da rede protetora.

“Era o que eles deviam ter feito logo depois”, lamentou o pai. Os Yankees já cogitavam tal melhoria desde julho, mas como alguns torcedores reclamaram que a rede iria piorar a visão de muitas pessoas, o time não a ampliou.

“Eu respeito os argumentos e a pressão [contrária], mas não faz sentido”, protestou o pai da menina. “Existe uma maneira mais segura. Uma maneira em que uma menina de dois anos não termine num hospital, em que as pessoas não sejam atingidas por tacos ou bolas e deixem o estádio numa maca”, emendou o advogado no comunicado.

Dez dos 30 times da liga americana já contam com redes maiores de proteção. Quatro equipes anunciaram a ampliação logo depois do ocorrido com a filha de Jacobson. Alguns jogadores dos Yankees também haviam solicitado essa medida, incluindo Todd Frazier, responsável pela rebatida que causou o incidente.

Frazier, inclusive, tem mantido contato frequente com a família da menina. “Ele não é só um atleta extraordinário, como também é uma ótima pessoa, que é o que realmente importa. Quem sabe um dia nossos filhos possam se conhecer”, declarou Jacobson, que, no fim das contas, celebra o simples fato de sua filha estar em casa.