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Nuzman foi preso após ser acordado por delegado: "De novo eu?"

Nuzman é preso pela Polícia Federal no Rio de Janeiro - Bruno Kelly/Reuters
Nuzman é preso pela Polícia Federal no Rio de Janeiro Imagem: Bruno Kelly/Reuters

Bernardo Gentile e Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/10/2017 13h51

No quarto de sua mansão no Leblon, Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), dormia em seu quarto quando dois agentes da Polícia Federal lhe deram voz de prisão.

O cartola, que estava acompanhado por apenas um mordomo e uma empregada em sua residência, reagiu com espanto quando foi despertado pelo delegado Antonio Beaubrun: “De novo eu?”.

Nuzman já havia sido levado para prestar depoimento há um mês, mas desta vez já começou o dia recebendo voz de prisão. Os dois agentes acompanharam o dirigente, que tomou banho e recolheu alguns pertences pessoais.

“O mordomo abriu a porta para a gente e fomos levados ao quarto do presidente, que dormia sozinho naquele momento”, disse Beaubrun.

Nuzman recebeu a voz de prisão por volta das 6h (de Brasília) desta quinta-feira. Cerca de três horas depois ele deixou a residência em direção à sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

No pedido de prisão apresentado pelo Ministério Público Federal, Nuzman é acusado de tentativa de ocultação de bens. Também é apontado um aumento de patrimônio de Nuzman de mais de 457% entre os anos de 2006 e 2016.

Já em entrevista coletiva, o Ministério Público Federal (MPF-RJ) identificou Nuzman como um dos responsáveis por fazer a intermediação do pagamento de propina a dirigente para ajudar na escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016 e também atrelou o dirigente a uma lista de pagamentos que seriam feitos a dirigentes.
 
A prisão temporária contra Nuzman tem validade de cinco dias e pode ser prorrogada por mais uma vez.