Defesa de Nuzman cita problema de saúde e pede liberdade imediata
A defesa de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), entrou com um pedido de soltura imediata do dirigente. No pedido, os advogados citam o fato de Nuzman ter feito uma cirurgia de dissecção de sua aorta e, por isso, necessitaria de cuidados especiais.
Preso na última quinta-feira, Nuzman é investigado por uma suposta compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada-2016. Seus advogados negam que o dirigente tenha participado dessas práticas. Segundo a defesa, Nuzman não "cometeu qualquer delito não integrou nenhuma organização criminosa, não fez nenhum pagamento a quem quer que seja, nem desfrutou de benesses timbradas por ilicitudes de natureza penal".
O pedido de habeas corpus também alega que Nuzman vem sofrendo um linchamento moral e aponta supostos abuso nas ações da Polícia Federal e do Ministério Público no momento da prisão e dos depoimentos do cartola. De acordo com o pedido encaminhado ao tribunal, o depoimento de Nuzman foi interrompido para que membros do MP e PF realizassem uma entrevista coletiva à imprensa.
Nuzman e seus advogados, por outro lado, não teriam sido autorizados a dar sua versão aos jornalistas, o que configuraria cerceamento ao direito de defesa.
O dirigente recebeu voz de prisão por volta das 6 horas da última quinta-feira. Cerca de três horas depois, ele foi levado para a sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro. No pedido de prisão, o Ministério Público Federal acusa Nuzman de ocultação de bens. Também é apontado um aumento de patrimônio de mais de 457% entre os anos de 2006 e 2016. A defesa nega que ele tenha enriquecido.
Os advogados dizem que Nuzman nunca teve cargo público, que o crime de "corrupção privada" não existe na legislação brasileira e que portanto Nuzman não poderia ser punido por um ato não tipificado no país.
Com a prisão do principal mandatário do esporte brasileiro, Paulo Wanderley, o vice-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, assumiu o posto de presidente em exercício. O Comitê Olímpico Internacional anunciou uma suspensão nos repasses de verbas para o COB devido ao escândalo.
Nos argumentos usados pela defesa, é citada uma negativa de cooperação dos Estados Unidos em extraditar Arthur Soares, o Rei Arthur, alegando precariedade na apresentação de provas. Soares é investigado como um dos envolvidos nos ilícitos.
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