MPF associa 16kg de ouro de Nuzman a esquema de corrupção

O Ministério Público Federal denunciou Carlos Arthur Nuzman pela posse de 16 quilos de ouro. Segundo o MPF, essa quantidade de ouro encontrada no cofre do dirigente na Suíça é proveniente de corrupção.
Ex-presidente do COB e afastado da Rio-16 após pedido, Nuzman está preso preventivamente sob acusação de intermediar a compra de votos para que o Rio de janeiro sediasse a Olimpíada de 2016.
Na denúncia, o MPF acusa Nuzman “de modo consciente e voluntário, ocultar e dissimular a propriedade e origem de 16 quilos de ouro, no valor de R$1.495.437,63 provenientes de crimes de corrupção, organização criminosa e peculato, por meio de aquisição e manutenção não declarada desses ativos em cofre na Suíça”.
Para o MPF, Nuzman converteu o valor oriundo de corrupção em ativos lícitos no período de setembro de 2017. Nuzman não declarou à Receita os 16 kg de ouro.
"Mediante retificação de suas declarações de impostos de renda dos anos de 2015, 2016 e 2017, para a inclusão desses bens sob a justificativa de terem sido adquiridos com economias próprias”, salientou o MPF.
MPF denuncia Nuzman e Cabral
O Ministério Público Federal do Rio (MPF-RJ) apresentou na noite de terça-feira à Justiça Federal do Rio o pedido de abertura de uma ação penal contra Carlos Arthur Nuzman, seu braço-direito Leonardo Gryner, e outros, entre eles o ex-governador do Rio Sergio Cabral.
Nuzman, que está preso preventivamente, foi denunciado por corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Gryner foi incluído nos dois primeiros crimes, enquanto Cabral foi denunciado por corrupção ao lado do empresário Arthur Soares, conhecido como "Rei Arthur" e os senegaleses Lamine e Papa Diack, respectivamente pai e filho e que são dirigentes esportivos ligados ao atletismo.
O MPF ainda pede a reparação por danos materiais no valor de R$ 6,34 milhões e de danos morais no valor de R$ 1 bilhão dos seis réus citados na denúncia.
A denúncia, originária da operação Unfair Play, envolve a suposta compra de votos africanos na eleição para a sede da Olimpíada de 2016, realizada em 2009.
Responsável pela Lava Jato no Rio, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal, será o responsável por julgar a denúncia. É ele que tem trabalhado no caso desde o início, tendo sido o responsável, por exemplo, por determinar a prisão preventiva de Nuzman, há nove dias. O ex-presidente do COB está preso desde 5 de outubro.
A investigação iniciada pelo Ministério Público da França mostrou que uma empresa de Arthur Soares depositou US$ 2 milhões em contas ligadas a Papa Diack, filho do então presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF). Trocas de e-mails obtidas após o cumprimento de diversos mandados de busca e apreensão mostraram os Diack cobrando Nuzman e Gryner pelo pagamento do que o MPF acredita ser mais propina.
No último dia 5 de outubro, na segunda fase da Unfair Play, o Ministério Público conseguiu a prisão provisória de Nuzman e Gryner. Cabral já está preso há algum tempo - esta é a 16ª denúncia do MPF contra ele -, enquanto que Arthur Soares mora nos Estados Unidos. A Justiça brasileira solicitou sua extradição, o que foi negado pelos americanos, que apontaram diversas falhas no processo. A defesa de Nuzman, aliás, critica o fato de essa negação ter sido juntada e, depois, excluída dos autos sem explicação.
Até esta terça-feira, porém, Nuzman não havia sido denunciado por um crime em específico, o que ocorre agora. Como já imaginavam os advogados, ele foi denunciado por corrupção passiva, organização criminosa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro (o MPF acusa o dirigente de dissimular a propriedade e a origem de 16kg em barras de ouro mantidos em um cofre na Suíça).
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