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Esquiador estava em coma dois meses atrás e agora busca os Jogos de Inverno

Wallace faz manobra no salto de esqui durante torneio na Espanha - David Ramos/Getty Images
Wallace faz manobra no salto de esqui durante torneio na Espanha Imagem: David Ramos/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

04/12/2017 04h00

Alguns dias de agosto deste ano simplesmente não existiram para o saltador de esqui Lloyd Wallace. Pelo menos ele não se lembra do período logo depois do grave acidente que sofreu durante treinamento em Mettmenstetten, na Suíça. O britânico chegou a ficar em coma, mas cerca de três meses depois está de volta às pistas para brigar por uma vaga nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, em PyeongChang, na Coreia do Sul.

Wallace, de 22 anos, estava treinando com a equipe suíça em uma estrutura específica para a modalidade, com rampas artificiais e uma piscina de “pouso” onde os atletas caem depois de simularem seus saltos.

Em uma de suas descidas, Wallace conta que perdeu o equilíbrio no início da rampa e por isso curvou seu corpo, ciente de que o salto não daria certo. Nesse momento, ele bateu a cabeça. “Fiquei inconsciente na hora e caí na água. Os médicos viram o que aconteceu e mergulharam imediatamente para me resgatar”, contou o britânico à “BBC”.

Ele não se lembra de tudo isso, mas repete o que lhe disseram. De lá, o saltador foi transportado de helicóptero para um hospital em Zurique, onde ficou 24 horas em coma induzido.

“Não consigo me lembrar de acordar durante vários dias depois disso”, relatou. Por sorte, segundo os médicos, Wallace não sofreu nenhuma lesão grave além da forte concussão e foi liberado do hospital poucos dias depois.

O britânico descansou por um período e dois meses depois do acidente já estava de volta aos treinos. Mas a primeira descida, segundo ele, foi marcada por uma mistura de ânimo e apreensão.

“Não lembrar o que aconteceu me deixou nervoso. Quando estava lá em cima de novo, tive um enorme frio na barriga, mas assim que terminei o salto vi que tudo tinha dado certo e escutei muitos aplausos. Todos sabiam que aquele era um passo muito importante para mim”.

Wallace, agora, busca os pontos necessários para ficar entre os 25 primeiros do ranking e garantir sua vaga nos Jogos de PyeongChang, em fevereiro.

“Tive medo durante alguns dias de não estar pronto para disputar os Jogos, mas voltar e perceber que ainda posso lutar por um sonho para o qual me dediquei nos últimos seis anos é sensacional”, completou.