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Patinadora que chocou EUA em 1994 inspira filme com 3 indicações ao Oscar

Tonya Harding chora durante sua prova de patinação nas Olimpíadas de Inverno de 1994 - Pascal Rondeau/ALLSPORT - Pascal Rondeau/ALLSPORT
Tonya Harding chora durante sua prova de patinação nas Olimpíadas de Inverno de 1994
Imagem: Pascal Rondeau/ALLSPORT

Do UOL, em São Paulo

23/01/2018 12h51

O filme “Eu, Tonya”, que conta a história da ex-patinadora Tonya Harding, foi indicado nesta terça-feira (23) em três categorias do Oscar: melhor atriz (Margot Robbie), melhor atriz coadjuvante (Allison Janney) e melhor montagem. O longa ainda não chegou ao Brasil e tem previsão de estreia em 15 de fevereiro.

Às vésperas dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1994, Harding foi considerada culpada de planejar um ataque a também patinadora Nancy Kerrigan. As duas competiam na seletiva norte-americana por uma vaga olímpica.

O caso aconteceu no dia 6 de janeiro de 1994. Kerrigan foi acertada no joelho por um homem com um bastão enquanto saía de um treino para a pré-seletiva americana, marcada para o dia seguinte.

As câmeras próximas ao local flagraram Kerrigan chorando e um homem pulando através de uma porta de vidro após o ataque. Ele seria preso dias depois, junto com outros quatro homens que assumiram o plano. Entre eles estava Jeff Gilooly, ex-marido de Harding.

No mês que antecedeu a disputa dos Jogos, Kerrigan iniciou a busca por uma recuperação milagrosa para participar da competição. Já Harding conseguiu a vaga pela seletiva americana – o Comitê Olímpico dos EUA chegou a cogitar impedi-la de competir, mas voltou atrás após ameaça de ser processado pela patinadora.

Kerrigan conseguiu se recuperar em tempo e o Comitê anunciou que ela iria junto com Harding para a disputa dos Jogos Olímpicos. As duas treinavam juntas, mas não conversavam entre si.

Na competição, Kerrigan confirmou seu favoritismo e se manteve viva na briga pela medalha de ouro. Harding, por outro lado, terminou apenas na 10ª colocação. Dois dias depois, na final, Harding foi flagrada por uma câmera demorando o máximo possível antes de entrar para sua prova, como se não quisesse participar.

No rinque de patinação, ela abandonou a prova no meio, aos prantos. Na sequência, pediu para os árbitros para realizar a prova depois, com a justificativa de que seus patins estavam soltos. Os juízes permitiram e ela realizou a série mais uma vez, terminando na oitava colocação.

Já Kerrigan fez uma série quase perfeita. A americana terminou a prova com a medalha de prata, perdendo o ouro para a ucraniana Oksana Baiul. A decisão causou polêmica, com especialistas dizendo que era difícil julgar qual das duas havia sido melhor.

Por conta da polêmica, a patinação artística foi a grande atração daquela edição da Olimpíada e a final teve uma das maiores audiências da história, sendo vista por mais de 120 milhões de pessoas apenas nos EUA, segundo a emissora CBS. A atração rendeu 48,5 pontos na audiência, sendo que a maior marca até então de um evento dos Jogos de Inverno foi de 23,6 pontos em Lake Placid-1980.

Após os Jogos Olímpicos de 1994, as duas abandonaram a patinação no gelo. Harding escapou de ser presa pelo ataque, mas foi mandada para a cadeira anos depois por jogar a calota de pneu em um namorado. Ela também tentou ser boxeadora profissional e cantora.

Em entrevista recente, Margot Robbie, responsável por interpretar Tonya  Harding no cinema, disse ter subestimado o quão difícil é a patinação no gelo. “É um esporte muito difícil e é difícil pois é muito parecido com ballet, onde você precisa fazer com que pareça fácil quando você é muito bom – mas é qualquer coisa, menos fácil”.

Outra indicada pelo filme ao Oscar foi Allison Janney, que viveu o papel da mãe de Tonya Harding. A atriz já pode ser considerada uma das favoritas ao prêmio, já que venceu o Globo de Ouro na mesma categoria neste ano.

Além de “Eu, Tonya”, o esporte marca presença no Oscar também com “Dear Basketball”, de Kobe Bryant. A obra concorre como “melhor curta em animação” e usa a carta de despedida do astro do basquete como assunto.

Confira os concorrentes de “Eu, Tonya” no Oscar:

Melhor Atriz

Sally Hawkins - A Forma da Água

Frances McDormand - Três Anúncios Para um Crime

Margot Robbie - Eu, Tonya

Saoirse Ronan - Lady Bird: É Hora de Voar

Meryl Streep - The Post: Guerra Secreta

Melhor Atriz Coadjuvante

Mary J. Blige - Mudbound - Lágrimas Sobre o Mississipi

Allison Janney - Eu, Tonya

Laurie Metcalf - Lady Bird

Octavia Spencer - A Forma da Água

Lesley Manville - Trama Fantasma

Melhor Montagem

Em Ritmo de Fuga

Dunkirk

Eu, Tonya

A Forma da Água

Três Anúncios Para um Crime