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Time de beisebol muda escudo considerado racista com índios

"Chefe Wahoo" era a imagem do Cleveland Indians - Patrick Semansky/AP
"Chefe Wahoo" era a imagem do Cleveland Indians Imagem: Patrick Semansky/AP

Do UOL, em São Paulo

29/01/2018 16h59

O Cleveland Indians, time da principal liga americana de beisebol (MLB), alterará seu polêmico escudo a partir da temporada de 2019. O desenho do “Chefe Wahoo”, caricatura de um índio nativo americano, é motivo de controvérsia há anos e era alvo de críticas dos descendentes indígenas do país, cientistas sociais, grupos religiosos e educacionais.

O anúncio da mudança, com a transição para um logo que usa apenas uma letra “C” estilizada, foi feito nesta segunda-feira (29), em parceria da franquia e da MLB.

“A MLB está comprometida em construir uma cultura de diversidade e inclusão através do esporte. Durante o último ano, encorajamos o diálogo com os Indians sobre o uso do logo do Chefe Wahoo. Ao longo das nossas conversas construtivas, Paul Dolan (dono dos Indians) deixou claro que havia torcedores que tinham um apego de longa data ao logo e seu lugar na história do time”, começou Rob Manfred, comissário da MLB.

“De qualquer forma, o clube concordou, no fim, com a minha posição de que o logo não é mais apropriado para uso nos campos da MLB e eu agradeço o reconhecimento do Senhor Dolan de que removê-lo do uniforme usado em campo no início da temporada de 2019 é o caminho certo”, concluiu.

A decisão não quer dizer o abandono por completo do logo antigo, que ainda estará presente nas lojas do time, que quer manter a marca registrada e seus lucros, conforme escrito no site oficial da equipe.

“Enquanto entendemos que vários dos nossos torcedores têm um apego de longa data ao Chefe Wahoo, eu concordo com o desejo do comissário Manfred de removê-lo dos nossos uniformes em 2019”, declarou Paul Dolan.

O caso dos Indians faz parte de uma polêmica que engloba diversos times profissionais dos Estados Unidos, sendo o mais proeminente deles o Washington Redskins, da NFL. Além de ter como logo um índio nativo americano, a franquia traz em seu nome o termo “redskin”, considerado ofensivo e racista aos índios nativos americanos. Apesar de protestos, o proprietário Dan Snyder exibe uma postura irredutível quanto a uma mudança.